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sábado, 22 de novembro de 2008

Só se lembra dos caminhos velhos...

Quando estudava em Évora nos inícios dos anos 60, tinha que vir de comboio; Évora , Barreiro (barco), Lisboa, Porto, Pocinho e finalmente o Alto da Ventosa. Em Fevereiro de 74 ainda era uma aventura africana ir da capital do império a Moncorvo. Agora, abro a net e vou à Moncorvo da minha infância e de sempre. Atrás do adro, quando o largo ainda era um terreiro e brincava à d'Artagnan com o sabre do guarda Redondo, depois de o Sr. Moreira passar mais um filme de capa e espada, no cine-teatro, o quartel da guarda era o meu castelo. Hoje é a fortaleza do ferro. E como também a casa onde nasci é hoje o Centro de Memória, tudo são razões para eu dar o meu contributo.

E como só se lembra dos caminhos velhos quem tem saudades da terra , envio uma reportagem do Assis Pacheco, de 20 de Fevereiro de 74, onde fala da partidela da amêndoa no Peredo dos Castelhanos, a terra do Rogério.






Leonel Brito

2 comentários:

rogerio rodrigues disse...

Leonel, recordo-me perfeitamente desta reportagem como de mais algumas que o Assis fez na altura em Moncorvo. Bem enquadradas seriam,no seu todo, um indispensável opúsculo, de caracter sociológico mas também literário, susceptível de publicação. Estamos a falar de textos sobre Moncorvo escritos por um dos maiores poetas portugueses ( opinião que é pacífica entre os seus pares) da POESIA PORTUIGUESA DOS ÚLTIMOS 50 ANOS. Poucas terras poderão ter este privilégio. Do Peredo tem ainda, pelo menos, mais uma reportagem, a da escola primária ( deprimente, sinal dos tempos) e dos filhos de emigrantes, com entrevistas que, mais tarde deram origem a um Caderno do então FAOJ. Quando um dia um dos nossos dedicados bloggers, creio ter sido o Nelson, recomendou um copo na tasca do Vilela, veio-me à lembrança que durante as gravações do Gente do Norte, fomos à tasca do Vilela. Já tinha frigorífico. Só que ainda não tinha luz. E tinha sapatos no frigorífico. Para alguma coisa devia servir o frigorífico, enquanto a luz não chegava. Também nessa altura na Adeganha fomos entrevistar uma professora primária que nos recebeu vestida como se fosse a uma gala do S. Carlos, na cozinha escura, com o caldeiro da vianda pendurado, enquanto a lareira ardia. Estávamos em fevereiro. Era um anoitecer, os cães ladravam e foi uma pessoa, praticamente cega, que nos conduziu à casa onde a professora estava hospedada. Este encontro deu mais tarde azo a um poema belíssimo do Assis,publicado na Vértice, mas que eu não há meio de encontrar. Para comentário, creio que já vai muito longo,pelo que peço desculpas.

Anónimo disse...

Oportunos e muito interessantes os recortes do "República" e os comentários do Rogério. Acho que mereciam, de facto, compilação e publicação, funcionando quiçá como catálogo/complemento escrito das reportagens filmadas pelo Leonel Brito, sob o título hipotético de "Concelho de Torre de Moncorvo pelos anos de Abril" (mera sugestão). só uma pergunta: qual a data do jornal?
O meu Mt Obrigado e esperamos por mais.
N.

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