quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Entrudo no Felgar - a dança satírica
domingo, 14 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Felgar - Silhades e o Sabor
Vai encorpado o Sabor. Galgou as margens e Silhades ficou mais perto. Coisas de velhos amigos que não podem estar um sem o outro. Farão uma passagem de ano juntos, como sempre fizeram.
Para memória futura.
Entretanto no tanque do Valdusso ( habitualmente seco no Verão)a água corre livre e abundante.
Sinal de ano bom no que toca a chuva, dizem os que já viram muitos Invernos.
sábado, 26 de dezembro de 2009
Felgar - "Fogueira do Galo" II
Complementando a reportagem anterior do "pucareiro" Tó Manel, aqui ficam mais algumas imagens (nocturnas), de uma das "fogueiras do galo" do Felgar. Nas fotos, trata-se da fogueira do largo Santa Cruz; a outra é feita no largo da igreja. O normal era fazer-se uma só fogueira, por cada povo, mas talvez o Felgar pretenda agora compensar as terras onde já não se fazem estas fogueiras natalícias, como acontece na vila de Moncorvo, onde antigamente se acendiam na Corredoura.
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Felgar - Fogueira do Galo
No dia 24 de Dezembro cumpriu-se a tradição: acenderam a fogueira, aqueceram o Menino.
No dia 25 encontram-se em torno da fogueira os residentes e aqueles que "fazem pela vida" noutras paragens. Confraternizam, matam saudades.
Mas a cada ano que passa nota-se e sente-se que são cada vez menos os que regressam nas quadras festivas.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Uma nota de etnografia
Enquanto me encontrava a arquivar uns papéis em casa, reencontrei este artigo que me parece oportuno partilhar convosco. O seu autor é o eminente investigador, etnógrafo, historiador e arqueólogo Vergílio Correia, tendo sido publicado em 1937, numa colectânea de artigos de sua autoria denominada "Etnografia Artística Portuguesa", em Barcelos. É particularmente conhecido pelo seu trabalho desenvolvido na mais conhecida estação arqueológica do período romano em Portugal, Conímbriga. A grafia do texto é a original salvo o uso dos tremas que não consegui colocar.
Para Dra. Casimira Machado Leonardo, que do alto dos seus mais de 90 anos, muito me continua a ensinar sobre a históra, costumes e tradições da sua terra mater, o Larinho.
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"Arrôchos" de Larinho e Felgar (Moncorvo)
"Larinho e Felgar são duas boas aldeias do concelho de Moncorvo, cuja visita a nova, inacabada, linha ferroviária do Pocinho a Miranda já tornou fácil e, relativamente rápida.
E interessante, embora um tanto enigmática, a paisagem desta região de terras esbranquiçadas, onde os vales, largamente desdobrados, entestam com cabeços escuros e pedregosos, salpicados de arvoredo miúdo. Região de centeios e trigos onde raro se alteia uma bandeira verde ou amarelecida de milhão, aqui, peor que no Alentejo - onde os montes alegram de manchas brancas a solidão das charnecas e dos montados -, raramente o largo espaço que medeia de povo para povo é habitado. A população concentra-se quási exclusivamente nas aldeias.
Ora nestas duas terras de Larinho e Felgar encontra-se localizado um costume etnográfico digno de referência. Por ocasião das ceifas, não são os homens que atam, em fachas, os molhos de palha, como sucede em tôda a parte; é a mulher a encarregada dêsse serviço. Mas como, por menos forte, ela não pode, à simples fôrça de braço, apertá-los conveniente, serve-se do arrôcho para êsse fim.
Atando duas ou três hastes de centeio, trigo ou cevada - conforme o cereal ceifado -, pelas espigas, com um nó de tecedeira, passa a cinta assim preparada sob o molho, reune as extremidades que ficaram com nova laçada com a varinha levemente recurva do arrôcho, consegue o desejado apêrto.
Como êste utensílio é, portanto, de uso exclusivamente feminino - um homem teria vergonha de empregá-lo, menosprezando a fôrça do seu braço -, aparece adornado de rústicos entalhes que os pegureiros e os namorados nas horas vagas se entreteem a gravar, à navalha, sôbre troncos afeiçoados de freixo ou buxo.
Os exemplares reproduzidos na figura junta, a um têrço do seu tamanho, dão bem a impressão da rudeza decorativa dos arrôchos que, algumas vezes, aparecem também pintados de verde, vermelho e azul. O seu comprimento regula entre 0,25 e 0,30 [metros].
Outubro de 1916.
(desenhos de A. Correia)"
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Verão prolongado por Outono adentro...
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Emigração e "pulsão de evasão"

No seguimento dos "post's" anteriores, achámos oportuno apresentar aqui esta foto de dois emigrantes do Felgar, por terras de Espanha (Oviedo), por volta de 1967 ou 1968, onde trabalhavam na construção de estradas.
Ao mesmo tempo que compatriotas seus trabalhavam nas "rutes", em França, António Barreiros e Cândido Alberto Paredes (pai de Agripino Paredes, que gentilmente nos cedeu esta foto), andavam nas "carreteras". Outros ainda, do Felgar e Moncorvo, por essas mesmas terras asturianas e leonesas, trabalhavam nas minas de carvão. Tudo para conseguirem o seu sustento e respectivas famílias, e uma melhoria das condições de vida que o rincão natal não lhes propiciava. Este é um tema amplamente referido na reportagem de Assis Pacheco e Leonel Brito, publicada no República (Março de 1974) e agora reeditada no livro Torre de Moncorvo, Março de 1974 a 2009, mencionado em "post" anterior.
Se, por um lado, temos uma "viagem" ou uma "peregrinação" de personagens de excepção (diplomatas de carreira ou outros mais ilustrados), com uma certa motivação espiritual, fome de descoberta ou de encontro com o Outro, numa espécie de "pulsão de evasão" que os fez buscar o Desconhecido (o mundo exterior), temos, também, estes "soldados da fortuna" que partiam, movidos por uma fome bem mais real, em direcção a um outro tipo de desconhecido: a incerteza do que iam encontrar, mas com a certeza de que nada poderia ser pior do que aquilo que conheciam. E, baseados no diz-que-disse e no exemplo do vizinho do lado, partiam em busca de uma espécie de el-dorado feito de muito trabalho, canseiras, decerto humilhações. O Outro destes Peregrinos tanto poderia ser um patrão bom, como um explorador de circunstância, depois de alguns passadores salafrários de permeio.
Em todo o caso, como já por aqui dissémos, a montanha e as terras inóspitas parece que são propiciadoras às Partidas (com ou sem regresso, temporário ou definitivo). Seja por motivos de fome, de melhoria de condições, de valorização pessoal e profissional, ou apenas "porque sim", como se assinalou na reportagem de 1984 de Rogério Rodrigues (in O Jornal, vencedora do prémio da Associação 25 de Abril) editada no livro referido, sub-título "O importante é partir". Aqui se conta a estória de uma jovem de 21 anos, a frequentar o 12º ano, leitora da Crónica Feminina e da revista Maria, àvida de sair do apertado meio em que vivia - da aldeia para a vila, onde estava a estudar, aspirando depois daqui sair para o mundo exterior, com o qual sonhava: "adorava sair daqui, para outro sítio que não conhecesse. Gostava de ir para o Porto (...). Sair. Apenas sair. (...) Sonho? sair para a cidade".
Mais adiante, agora no mesmo livro, outro subtítulo: "Ei-los que partem". Texto ilustrado com as antigas camionetas da carreira para Paris, na Praça de Moncorvo, com alguém a carregar as malas de cartão no tejadilho. "Levam as malas, pedaços de terra, seja em géneros, seja em saudade. São dos que nunca saem, mesmo quando regressam. Pacientes, esperam pelo autocarro na Praça, o centro do Poder, que os ridiculariza, mas que tanto necessita deles" (referência ao tempo das remessas dos emigrantes, e ao tratamento pouco simpático de "avéques" com que se mimoseavam os emigrantes de França).
E de partida em partida, assim se explica a desertificação destas nossas terras...
sábado, 29 de agosto de 2009
Felgar - Festa NSA 2009
Felgar - Festa de Nª Sª do Amparo.
Domingo, 23 de Agosto de 2009, cerca das 9h30.
Como de costume a Banda do Felgar recebe a Banda de Música convidada, este ano a Banda de Mirandela. No Largo da Santa Cruz trocam cumprimentos.
Chamo a atenção para a evolução que a nossa banda teve desde Janeiro até hoje. Veja-se a mesma música tocada na Festa de S. Sebastião, também aqui colocada, e compare-se com a execução de hoje. Sente-se que tem sido realizado um trabalho de aperfeiçoamento notável. Estão de parabéns o regente, os músicos e a direcção da SFF.
Nota: Os mais atentos ouvem um som de fundo contínuo. Eu mostro já o que é...
Trata-se do agradável som da água a correr no chafariz.
Só não coloco aqui o cheiro matinal dos jardins do Cimo do Lugar porque é muita mão de obra...
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Festa de Senhora do Amparo (Felgar)
Aconteceu este fim de semana a festa de Nª. Senhora do Amparo do Felgar.
A história do culto da Senhora do Amparo e da respectiva festa, começou com um barco em risco de naufrágio, no alto mar, num certo dia do século XIX, entre Portugal e o Brasil. O barco era de pavilhão inglês e chamava-se Iteamer.
Ia a bordo um felgarense, que viria a ser comendador, chamado Francisco António Pires (nascido em 29.06.1837; falecido em 7.03.1901), que, no meio da aflição geral, fez uma promessa de edificar uma capela e celebrar uma festa em honra da Senhora do Amparo, se se salvassem, o que veio a acontecer. E a promessa foi cumprida.

Esta história, com uma réplica antiga do barco, e muitas fotografias de beneméritos, e todo o tipo de “souvenirs” e “ex-votos” podem apreciar-se na Casa dos Milagres do santuário.
A festa do Felgar enraizou-se ao longo de todo o século XX, sendo das romarias mais concorridas de todo o Leste do distrito de Bragança.

terça-feira, 18 de agosto de 2009
domingo, 19 de julho de 2009
Felgar - Pagadores de Promessas
Festa de Nª Sª do Amparo - Felgar
Domingo, 24 de Agosto de 1958.
Na praça, em frente à igreja matriz, aguarda-se a saída da procissão.
Descalço, com um saco de trigo de quatro ou cinco alqueires aos ombros, o pagador prepara-se para uma longa e lenta caminhada de mais de duas horas que só terminará quando o trigo for entregue na Casa dos Milagres, já no Santuário.
Durante o percurso fará duas breves pousas para descansar e aguentará estoicamente o esforço, movido por algo maior que ele: a crença.
Os mordomos usavam uma braçadeira que os identificava. Reparem no lado esquerdo da imagem.
domingo, 5 de julho de 2009
Felgar - destino perfeito
É interessante ver a nossa aldeia referenciada como um local aprazível.

domingo, 21 de junho de 2009
Felgar - Estação da CP
Gostei da exposição aqui anunciada e ontem inaugurada no Centro de Memória.
Gostei de ver, de conversar, de recordar.
O espírito de partilha, mais do que anunciar-se, consubstancia-se fazendo, realizando, mostrando, dando e dando-se.
Foi o que aconteceu.
Por ser felgarense, tocaram-me mais fundo as imagens da minha terra.
Creio que lhes via o "punctum" onde outros viam detalhes interessantes.
Ainda imbuído desse espírito, encontro esta imagem da estação da CP.
Foi demolida. Fica a lembrança.
domingo, 24 de maio de 2009
Felgar ontem e hoje.


Hoje, a meio da tarde, após uma abençoada chuvada!

Ontem, que é como quem diz, há quase 30 anos...
Lameiro do Pombal, onde hoje está a urbanização com o mesmo nome.
Não sei a data desta imagem.
Mas, sendo que as eleições onde a AD foi a votos ocorreram em 5 de Outubro de 1980, não andará longe deste ano.
Ali no Chafariz ainda se nota um cartaz.

O início da construção do actual edifício da Sede da Junta de Freguesia do Felgar
terça-feira, 19 de maio de 2009
Bilhete Postal - 1953

terça-feira, 14 de abril de 2009
Detalhes em Ferro 5
Portão da casa do do comendador Francisco António Pires, no Felgar. A casa tem dois imponentes portões, iguais, cuidados de forma exemplar. São à base de ferro fundido com bonitos elementos florais. Ao centro têm as iniciais "AP". Estão pintados a vermelho com alguns elementos a branco. Um felgarense já adiantou no Blogue que datam de 1886! Devem ser exemplares únicos no concelho.
domingo, 12 de abril de 2009
Felgar, Março de 74
Como vários Felgarenses se têm mostrado interessados em ver / saber coisas de outros tempos sobre a sua terra, aqui vão o texto do Assis Pacheco e fotos minhas, em homenagem às tecedeiras, oleiros, fogueteiros e a todos que passaram pela Banda.


Também vão ser expostas fotografias dessa época, de Leonel Brito, com textos de Rogério Rodrigues.
sexta-feira, 10 de abril de 2009
"Encomendação das Almas", um filme de Leonel Brito, 30 anos depois
Depois do grande sucesso que foi a apresentação, ontem, no auditório municipal de Freixo de Espada à Cinta, do filme sobre a Encomendação das Almas, teremos hoje, no auditório do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, o visionamento do mesmo documentário, pelas 21;30 horas.
Será previamente feita uma introdução a este documentário, pelo próprio autor, o realizador Leonel Brito, e um dos autores dos textos de fundo, Rogério Rodrigues (ambos colaboradores do nosso blogue). O argumento teve também como co-autor o saudoso jornalista Afonso Praça, igualmente nosso conterrâneo, e contou com a colaboração especial, a nível da explicação etnográfica, do Padre Joaquim M. Rebelo, que, como Afonso Praça, infelizmente já não está entre nós.
Este filme é um verdadeiro documento etnográfico e antropológico, rodado há exactamente 30 anos, na vila de Freixo de Espada à Cinta (com o cortejo dos Sete Passos), e em algumas aldeias dos concelhos de Freixo e de Torre de Moncorvo (neste caso, Felgar e Urros). Além dos cânticos das Almas, que se realizavam pela Quaresma, vêm-se outros aspectos da vida rural desse tempo (1979), num momento charneira da nossa história recente, em que, a par de algumas transformações decorrentes da emigração, se vêm ainda aspectos da nossa ancestralidade.
Este é um documento notável que o autor, Leonel Brito, depois de o resgatar aos arquivos da RTP (entidade para quem foi produzido o filme), e de o passar para DVD, ofereceu aos arquivos do Museu do Ferro, da Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo, e à Câmara Municipal de Freixo. Impõe-se, agora, a sua edição, repto que deixamos às entidades competentes. Resta-nos enaltecer a generosidade e o empenho do realizador Leonel Brito, nosso conterrâneo e colega de blogue. Obrigado Leonel!
Então aqui fica o convite para logo à noite, às 21;30 horas, no auditório do Museu do Ferro!
Compareçam!
domingo, 1 de março de 2009
Felgar
Hoje descobri estas no Felgar.
A meio caminho da descida para o rio.
Sebastião Guerra. Flor cor de rosa.
Despachem-se que a flor dura pouco tempo.