Em rigor a exposição começa a vislumbrar-se cá fora, nos jardins do Museu: uma amendoeira mais adiantada começando a florescer...
Aspecto geral da Exposição: fotografias e alguns objectos associados ao "ciclo da amêndoa".
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Exposição "O Ciclo da Amêndoa" - até 14 de Março
sábado, 13 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Exposição "Presé-pios" patente no Museu do Ferro & da Região de Moncorvo
Foi inaugurada no passado sábado a exposição de autoria de João Pinto V. Costa, intitulada "Presé.pios". Esta mostra é composta por uma colecção de 16 peças de artesanato, utilizando vulgares pinhas de pinheiros, as quais são laboriosamente esculpidas pelo autor (por vezes com ajuda dos esquilos, uma vez que procura pinhas já roídas por estes simpáticos habitantes da floresta), no sentido de lhes dar a forma de pássaros. Estes são depois colocados nos mais diversos contextos - pombais, cabanais, ou simples ramos de árvore - mas sempre em conjunção familiar: casal + passarito (filho).
Por isso, desiluda-se quem espere encontrar aqui as figurações da Nossa Senhora, do S. José e do Menino Jesus. A Sagrada Família aqui é substituída por "sagradas famílias" de aves, uma ideia que decerto agradaria a S. Francisco de Assis (o autor do primeiro presépio), dado o seu amor à Natureza e aos diversos seres que a compõem, e a quem se referia como sendo nossos "irmãos", já que somos todos filhos do mesmo Criador.
Segundo João Pinto V. Costa, esta foi uma maneira de homenagear a Floresta (recorrendo às pinhas e ramos de árvore) e a Natureza em geral, em que os pássaros se incluem, mas também o Património Cultural, uma vez que há referência a alguns elementos etnográficos e arqueológicos nos contextos em que os pássaros são colocados. Aí aparecem, por exemplo, os pombais trasmontanos, o dólmen de S. Martinho de Anta (alusão a Miguel Torga), um marmoiral medieval que existe na sua terra (Alpendurada), os simples cabanais. Num tempo marcado pelo consumismo, que tem o seu apogeu na época natalícia, esta foi uma forma de utilizar elementos naturais (madeira, pinhas, casca de pinheiro, pedras de xisto, etc) que há (de borla) pelos nossos campos, para produzir estas esculturas altamente decorativas. Claro que há ali muito tempo gasto, mas, como diz o nosso povo, "o tempo dá-o Deus de graça", o que, neste caso, não será bem assim, pois João Pinto V. Costa é professor, tem também a sua vida familiar e, de vez em quando, é ainda colaborador deste nosso blogue.
Da parte do Museu do Ferro, foi referido que esta é uma exposição original, no que toca à sua colocação, pois a maior parte da colecção foi exposta na montra do museu (virada para o Largo do Dr. Balbino Rego), ficando assim patente 24 horas por dia. Todas as pessoas que passarem por este local serão "obrigadas" a ver a exposição. No entanto, será melhor entrarem (dentro do horário do museu), solicitarem o folheto explicativo e aproveitarem para visitarem a exposição permanente dedicada à temática do Ferro, ou ainda a exposição de Arqueologia e Património do concelho, que se encontra no Auditório.
Fica a proposta para esta quadra natalícia.
Quanto a esta exposição pode ainda ver, no Blogue "Flora de Brincadeiras":
http://florabrin.blogspot.com/2009/12/prese-pios-inauguracao-da-exposicao.html
http://florabrin.blogspot.com/2009/12/exposicao-de-prese-pios.html (neste link pode visionar uma excelente apresentação feita também pelo autor)
E do nosso correspondente do outro lado do Douro, de "tierras salmantinas", aqui fica também o registo em língua castelhana:
http://labodegadelasolana.blogspot.com/2009/12/presepios-los-otros-belenes.html
Texto e Fotos: N.Campos
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Exposição "Presé-pios"
É inaugurada no próximo dia 19 de Dezembro (sábado), pelas 15;30h, no Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, uma exposição intitulada "Presé-pios", de autoria de João Pinto Vieira Costa, professor de Português na Escola Camilo Castelo Branco (Vila Real) e artista nas horas vagas. Trata-se de uma maneira original de ver o Presépio, rompendo com os cânones convencionais.
Embora natural de Alpendurada (Marco de Canaveses), o Dr. João Pinto V. Costa é um amigo de Moncorvo, concelho que bem conhece por via do seu casamento com uma moncorvense de Sequeiros.
Esta mostra ficará patente até ao dia 6 de Janeiro.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Jornada micológica - breve foto-reportagem
Conforme anunciado, realizou-se no passado dia 7 uma jornada micológica pela serra do Roboredo, em redor do caminho velho que vai da capela de Senhora de Fátima (antiga capela de S. João) em direcção ao Calhoal. A actividade, organizada pelo PARM em conjugação com o Museu do Ferro e da Região de Moncorvo, teve como monitor o Engº. Afonso Calheiros.
Apesar de se terem encontrado poucos cogumelos, devido sobretudo à escassez de precipitação, foram observadas algumas espécies representativas, com recolha selectiva, para posterior classificação em gabinete. Este foi o momento final da jornada, após uma apresentação efectuada pelo engº. Afonso, no auditório do Museu.
O tempo bastante fresco e ameaçando chuva, não favoreceu um número maior de participantes, mas os que compareceram revelaram-se "alunos" atentos e não se arrependeram de ter vindo.
Aqui ficam algumas fotos deste evento:
Os perigosos Agaricus - classificação genérica.
Para ver algo mais sobre esta actividade: http://parm-moncorvo.blogspot.com/2009/11/ii-passeio-micologico-e-workshop-em.html
(fotos de N.Campos/PARM/MFRM)
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Jornada micológica em Torre de Moncorvo
Realiza-se no próximo dia 7 de Novembro (sábado), uma jornada micológica (de colecta e estudo de cogumelos), organizada pelo PARM, no âmbito das actividades do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo. A actividade principia pelas 10;00h, com a concentração dos participantes no largo do Museu, de onde se seguirá a caminhada em direcção à serra do Roborêdo, pelo caminho da casa florestal (antigo caminho medieval que ia de Torre de Moncorvo para Mós, Freixo de Espada à Cinta, etc.). No terreno (pinhais à beira do caminho) será feita uma colecta selectiva de alguns cogumelos para se classificarem e analisarem na sessão que terá lugar da parte da tarde. A colecta a realizar deverá ser feita de acordo com o Código de Conduta do Apanhador de Cogumelos, que será distribuído aos participantes.
Da parte da tarde terá lugar uma palestra sobre o vasto mundo dos cogumelos, pelo Engº. Afonso Calheiros e Menezes (engenheiro florestal, técnico superior do PNDI e presidente da Direcção do PARM). Nesta sessão será feita a seriação e classificação das espécies recolhidas na acção de campo, com orientação do Engº. Afonso e recurso a bibliografia especializada.
Nota: Para melhor coordenação, os organizadores pedem a todos os interessados que se inscrevam até às 17;00horas do dia 6 de Novembro, através do nº. 279252724.
A inscrição é gratuita.
Ver mais: http://parm-moncorvo.blogspot.com/2009/11/ii-jornada-micologica-em-torre-de.html
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
A partidela de amêndoa
Repórter não sou, mas, porque ontem estive num museu vivo, um museu que tenta preservar não só o espólio arquitectónico e cultural da região, mas também e a solidariedade da alma transmontana, apetece-me escrever sobre ela.
Ontem, foi o melhor dia da partidela, era o último, o dia das filhoses, o dia em que se terminava a safra anual e dava direito a ceia reforçada.
Ontem, fiz “serão” em casa do Ti Chico Sá, estava cheia, toda a vizinhança apareceu. Ontem voltei à minha meninice, aos anos setenta, voltei a ouvir aquele martelar constante: tac… tac… taaac… voltei a escutar as conversas de adulto que nem percebia. Soaram em mim vozes que, num linguarejar de outros tempos, pediam, com insistência, a luz da candeia para catar o grão que saltou e se esconde no meio do cascabulho. Ontem, maldisse a vida quando bati involuntariamente no indicador, ontem, entorpeceram-se-me novamente as pernas pelo longo tempo de imobilidade e voltaram-me a arder os olhos pela fumaça das cascas que tardavam a acender.
Ontem, não sei porquê, voltei aos gambozinos, vi-me de fachoqueiro na mão, afouto, noite dentro, à hora dos lobisomens, a arrepiar-me nas encruzilhadas, percorrer o empedrado irregular e húmido da Rua da Fonte-do-Prado.
Ontem vi os burros, atados pela arreata no cimo do amendoal, a rabejar incessantemente, a escarvar no chão, como que a pedir socorro do ataque continuado do regimento de moscas que, apoiados por uma bataria de moscardos artilheiros, voejavam em seu redor. Ontem vi muitas almas varonis ao longo da riba das Arcas. Iam de amendoeira em amendoeira, atentos às irregularidades do terreno, sempre a ver onde punham os pés e a varejar para o chão o fruto já bem seco. Vi as mãos calejadas do mulherio que apanhava desembaraçadamente amêndoa a amêndoa, no meio dos cardos, e despejava às mancheias nas cestas de vime asadas, mudadas à medida que se avançava encosta acima, com muito cuidado, não fossem esbarrondar-se e obrigar a nova e forçada apanha.
25.10.2009
Por: António Sá Gué
Fotos de: Camané Ricardo e de Rui Leonardo/PARM
Ainda sobre a VI Partidela da Amêndoa realizada no Museu do Ferro, ver: http://parm-moncorvo.blogspot.com/2009/10/vi-partidela-tradicional-da-amendoa_26.html
terça-feira, 20 de outubro de 2009
VI Partidela Tradicional da Amêndoa, no Museu do Ferro
Realiza-se no próximo dia 24 de Outubro (sábado), a partir das 15;30h, a 6ª Partidela Tradicional de Amêndoa, organizada pelo Museu do Ferro & da Região de Moncorvo.
Como já informámos em edições anteriores, a “partição” ou “partida” da amêndoa, consistia na reunião das famílias, vizinhos e amigos, para, ao serão, durante as noites frias de Outono ou Inverno, se “entreterem” a quebrar a casca lenhosa das amêndoas, a fim de venderem o produto em grão, pois assim era mais bem pago pelos negociantes de frutos secos. Era um momento de trabalho, mas também de confraternização e de amena cavaqueira.
Este sistema de entreajuda, um pouco na linha do comunitarismo transmontano, era sobretudo usado pelos pequenos e médios proprietários. Os grandes proprietários, por seu lado, chamavam gente à jeira, normalmente mulheres, para executarem esse trabalho, o qual era pago consoante os alqueires que enchiam, completamente a transbordar.
É preciso recordar que boa parte do concelho de Torre de Moncorvo se situa na chamada Terra Quente Transmontana, com um microclima mediterrânico, onde se dão bem a vinha, a oliveira e a amendoeira. Esta última cultura, que é também responsável pelo cartaz turístico da Amendoeira em Flor, tem conhecido uma certa regressão nas últimas décadas, razão pela qual as “partidas” da amêndoa deixaram de se verificar. Já antes disso, as máquinas britadeiras tinham começado a substituir a mão humana. No entanto, as memórias persistem, e o Museu do Ferro, querendo recuperar estas tradições e, simultaneamente, desenvolver uma certa “museologia de proximidade”, envolvendo pessoas de todas as idades e de diversas proveniências (habitantes locais e visitantes de outras paragens) volta a reeditar esta actividade, que já é um cartaz habitual, nesta época do ano, sempre com assinalável êxito!
Aceitam-se inscrições até ao fim do dia 22 de Outubro, para o tlf. 279252724.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Fruta da época - romã
Para esta época, diz o Seringador: "É este o momento mais oportuno para se fazer a poda de toda a casta de árvores. Terminam-se as vindimas nos lugares enxutos e tardios, a colheita das maçãs e peras da época, e procede-se à das castanhas, nozes e avelãs". E poderíamos acrescentar também a colheita de romãs, onde as há.

Quando madura, a romã abre-se, qual tesouro, mostrando os seus rubiginosos bagos. Talvez por esta abundância de bagos compactos, na Antiguidade, a romã era símbolo da Fertilidade. A coroa que se forma no seu umbigo, semelhando uma coroa real, faziam dela uma fruta rainha.
Aqui lhe deixamos a sugestão de uma sobremesa deliciosa para esta época do ano: uma salada de romã, regada com um bom vinho generoso do Douro (vulgo "vinho do Porto"), ou, se preferir, faça uma visita ao Museu do Ferro e aproveite o soalheiro outoniço nos seus jardins, esbagando os rubis de uma preciosa romã, colheita da casa...
Fotos de N.Campos (romãs e romãzeiras nos jardins do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo)
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
BANHO DE CULTURA EM MONCORVO
( Como o texto é muito longo, vou ver se sou capaz de o postar , em vez de o colocar como comentário. Se não conseguir, o defeito decorre da minha "nabice digital" ).
19 deste mês de Setembro foi um dia grande em Moncorvo ! Grande essencialmente para os anais culturais da terra, pois não é assim tão frequente assistirmos à apresentação de um livro "Torre de Moncorvo, Março de 1974 a 2009 ", que nos traz à memória a vida e as gentes de Moncorvo de 1974 até hoje. Mais de 35 anos estão ali, bem reais , bem vivos, nos notáveis textos do Fernando Assis Pacheco e do Rogério Rodrigues. O livro enriquecido com as magníficas fotografias do Leonel Brito, dá-nos ainda um belíssimo poema do Tiago Rodrigues, fechando então com os resumos biográficos do Rogério e do Lelo.
O dia não se esgotou com a apresentação do livro: a exposição dos paineis no Centro de Memória não são um simples enfeite: são para ver com muita atenção, ler e reflectir.
Mas o dia 19 continuou com a projecção dos filmes do Lelo " Encomendação das Almas" e Gente do Norte" , os dois documentários com texto do Rogério. Temática , cenário e tempo totalmente distintos, ambos nos marcam profundamente.
E o banho de cultura do dia 19 continuou, para mim e para alguns Amigos: fomos ver o Núcleo Museológico de Fotografia do Douro Superior. "Espaço de Cultura e Baú de Memórias" lhe chama o Professor Arnaldo Silva na revista nº 1 "Superior D'ouro". É, relmente, isso, mas é muito mais do que isso, pois ali encontramos o extraordinário trabalho de longos anos de um homem, um homem apenas, sem apoios nem ajudas, guiado somente pelo seu amor à fotografia. Mas o ideal é ir ver com os próprios olhos e não se ficar pelo que os olhos de outrem viram e as suas palavras expressaram. E terá a acompanhá-lo as claríssimas explicações do Professor Arnaldo e o cálice de vinho fino e as nossas amêndoas torradas e cobertas.
Pasme-se, mas o banho de cultura do dia 19 ainda não terminou: rua da Misericórdia abaixo, fomos dar ao arco da Senhora dos Remédios, uma das antigas portas da vila. Na casa anexa ao arco morava a nossa velha Mestra Marquinhas dos Remédios, mestra de várias gerações de crianças. Esta casa está quase recuperada para "Turismo de Habitação" e o seu proprietário, o Paulo Patoleia, está a fazer, segundo me pareceu, um bom trabalho. Pois o Paulo fez questão de colocar no interior da casa uma cópia da estorinha que em tempos escrevi sobre a nossa Mestra. E na parede exterior da casa destapámos uma pequena placa, que reza assim:
" Em memória da nossa Mestra Marquinhas dos Remédios,
retribuindo o afecto recebido".
Um grupo de raparigos.
Também aqui O Paulo nos brindou com uma saborosíssima merenda típica da nossa terra.
E, para terminar, no dia 20 - porque o 19 ia já muito longo - ainda fomos à exposição no Museu do Ferro. Só posso dizer que, para mim , foi espantoso o que fiquei a saber. Confesso que sem o guia excepcional que é o Nelson, eu não teria visto mais do que fotografias de montes, mais ou menos arredondados, mais altos ou mais baixos, não teria observado mais do que pedacinhos de barro, de bronze, de ferro... É incrível o que se aprende quando ouvimos alguém falar do que sabe com um entusiasmo sem limites.
Deixo aqui o meu bem-haja a todos estes Amigos que me proporcionaram horas de verdadeira cultura e com quem espero poder aprender sempre mais!
Não quero terminar sem dizer que os dias 19 e 20 deste mês de Setembro de 2009 foram ainda um espaço para o encontro de Amigos e para lembrar os que já não estão connosco, como os saudosos Assis Pacheco e Afonso Praça.
Júlia Ribeiro
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
MONCORVO,Março de 74 a 2009
A cereja no bolo
A cultura, na generalidade das autarquias, não sendo uma prioridade, fica sempre bem, como cereja no topo de um bolo recheado.
E Moncorvo não foge à regra, com equipamentos culturais de boa qualidade.
Em 1997, o então Presidente da República, Jorge Sampaio, acompanhado pelo dirigente socialista Lopes Cardoso, já falecido e com origens em Moncorvo, inaugurou a Biblioteca Municipal, com pompa e circunstância, sedeada em solar de brasão picado.
Hoje, cataloga cerca de 20 mil livros e conserva os acervos documentais, parcelares na maior parte dos casos, entre outros, de Santos Júnior e Armando Martins Janeira. Também algum espólio, não tanto como seria desejável, do padre Joaquim Rebelo e doações do jornalista Afonso Praça, natural do Felgar, nomeadamente a colecção do semanário “O Jornal”, e ainda a colecção do quinzenário regional “A Voz do Nordeste” entregue pelo seu primeiro director, César Urbino Rodrigues.
Mas a Biblioteca não se esgota nos livros e na preciosa documentação de séculos de vida do município. Tem também uma ludoteca informática e computadores para trabalhos escolares, além de acesso gratuito à Internet.
Uma vez por semana, agentes da Biblioteca organizam leituras para idosos e, mediante o Plano Nacional de Leitura, tem saídas diárias para todas as escolas durante os três períodos lectivos.
Em Março de 2008, também em edifício recuperado, contíguo à Biblioteca, foi inaugurado o Centro de Memória, onde repousam, justamente, muitos dos fundos, doados ou adquiridos, que fazem parte da riqueza patrimonial e intelectual do município.
Ainda na composição do bolo e na sua decoração foi lembrada ao repórter a recuperação do Cine-Teatro, com uma programação heterogénea para públicos vários, a reconversão de um antigo Celeiro num espaço para manifestações teatrais, um Museu do Ferro, com um trabalho notável de recolha e divulgação de um município, cuja identidade assentou, durante muito tempo, na cultura do ferro. Por fim, foi criada uma companhia de teatro residente, amadora, a “Alma do Ferro”, um projecto de que já se vinha falando desde 2001.
Nota: texto de Rogério Rodrigues
fotos de Lelo Brito
do livro MONCORVO, Março de 74 a 2009
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Alpendre cultural II
Este curto filme( versão revista e aumentada) é um registo de alguns momentos deste "Alpendre Cultural"que me alberga o espírito e até a alma ( não fosse estar resguardado pela Catedral), nas minhas investidas a Moncorvo.
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Aconteceu no Museu: palestra em jeito de balanço sobre o Património concelhio
Como foi anunciado, realizou-se no sábado passado, dia 8 de Agosto, no auditório do Museu do Ferro e no contexto da Exposição "VESTÍGIOS...", a palestra sobre o Património Arqueológico e Arquitectónico do concelho de Moncorvo. A sessão foi presidida pelos representantes do município (Sr. João Rodrigues, em representação do Sr. Presidente da Câmara) e do PARM (Engº. Afonso Calheiros e Menezes, Presidente da Direcção), tendo-se seguido as intervenções do Sr. Prof. Doutor Adriano Vasco Rodrigues, Sr. Norberto Santos e Drs. Nelson Campos e Rui Leonardo.
Tendo presente o Inventário Arqueológico do Concelho de Torre de Moncorvo revisto e actualizado, o qual foi entregue ao Município para inclusão no capítulo respectivo do novo PDM, o objectivo essencial desta sessão foi o de se fazer um balanço (ainda que necessariamente breve e muito preliminar) do estado dos conhecimentos sobre o património arqueológico e arquitectónico existente (e identificado até à data) no nosso concelho. A partir daí, tentou-se traçar um quadro da ocupação humana do território em que nos situamos (que obviamente não se confina às fronteiras artificiais do concelho), pelo menos nos últimos 5.000 anos, já que os dados para épocas anteriores são bastante escassos.
Assim, a palestra visava dar um pouco mais de substância à Exposição "VESTÍGIOS...", funcionando como seu complemento, ou como outra face de uma mesma moeda, tendo em vista a organização de uma futura sala de Arqueologia & História, prevista desde o início, nos espaços do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo.
Para saber mais, ver: http://parm-moncorvo.blogspot.com/2009/08/palestra-sobre-patrimonio-do-concelho.html
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Palestra sobre o património do concelho de Torre de Moncorvo
Realiza-se no próximo dia 8 de Agosto (sábado), pelas 16;00 horas, uma palestra sobre o património arquitectónico e arqueológico do concelho de Torre de Moncorvo, a qual terá lugar no auditório do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, sendo oradores os membros do PARM Nelson Campos (também encarregado do Museu) e Rui Leonardo. Serão oradores convidados os Senhores Professor Doutor Adriano Vasco Rodrigues e Norberto Santos (em representação de seu pai, Professor Doutor J.R. dos Santos Júnior). Deverão presidir à sessão o Senhor Presidente do Município, Engº. Aires Ferreira e o Senhor Engº. Afonso Calheiros e Menezes.
Os interessados poderão aproveitar para visitar a exposição "Vestígios..." patente no mesmo local das conferências.
terça-feira, 21 de julho de 2009
Exposição "Vestígios" - inauguração
Conforme anunciado, foi inaugurada no passado sábado, dia 18 de Julho, a exposição VESTÍGIOS... - Património Arqueológico e Arquitectónico da região de Moncorvo, organizada pelo Museu do Ferro & da Região de Moncorvo em articulação com o PARM, e patrocinada pelo município através da dotação orçamental para o Museu.
Esta mostra comporta 10 painéis fotográficos, organizados cronologicamente, desde os Tempos Pré-históricos, passando pelo mundo "Castrejo", o período da Romanização (com uma agricultura intensiva, a mineração/metalurgia e a difusão da Escrita), a Idade Média (com as características necrópoles de sepulturas escavadas na rocha, povoados fortificados e aldeias, a arquitectura românica com vestígios na desaparecida capela de S. Mamede do Baldoeiro e a igreja matriz de Adeganha, o castelo e vila de Torre de Meem Corvo), a Idade Moderna (com a igreja matriz de Torre de Moncorvo, a igreja da Misericórdia, a ponte do Sabor, o eremitério da Srª. da Teixeira com os seus frescos, fontes e chafarizes, solares, etc.), os antigos caminhos lajeados (praticamente todos destruídos nos últimos 20-3o anos!), o património rural, a arqueologia industrial e mineira...
Este acervo fotográfico resulta na quase totalidade dos Arquivos do PARM, com bastantes fotografias a preto & branco, com mais de 20 anos. Não são imagens de profissionais da fotografia mas sim de jovens arqueólogos (ou candidatos a tal) que, com entusiasmo, em boa hora registaram valores patrimoniais que hoje não são mais que meros "Vestígios", em alguns casos já desaparecidos.

Logo no início é feita uma evocação dos pioneiros que estão na base dos primeiros reconhecimentos arqueológicos realizados na região, desde há mais de 100 anos: Abade José Augusto Tavares (1868-1935), Professor Santos Júnior (1901-1990), Professor Adriano Vasco Rodrigues, entre outros, culminando no aparecimento do PARM em 1983, no seguimento dos primeiros trabalhos individuais e incipientes de um dos elementos do grupo. Este grupo informal só viria a adquirir a fórmula jurídica de associação sem fins lucrativos (que ainda hoje mantém), por escritura pública celebrada em finais de 1986.
A última grande exposição sobre Arqueologia e Património edificado da região foi organizada pelo PARM em 1986 (sendo reeditada em 1987, a pedido do município, por ocasião de uma visita do então Presidente da República, Dr. Mário Soares). Algumas imagens agora patentes foram aproveitadas dessa mostra, obviamente noutro tipo de suporte. A ideia da exposição surgiu no início do ano de 2009, após a entrega do relatório e ficheiro do inventário arqueológico do concelho para o novo PDM. Após se terem revisitado os Arquivos e ficheiros da associação, entendeu-se pertinente voltar-se a fazer um novo balanço dos conhecimentos, até porque se poderia constituir um embrião da sala de Arqueologia e História que desde sempre esteve prevista no âmbito do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo.
A razão de ser neste período do ano prende-se com o impacto que se pretende dar ao evento, uma vez que durante o Verão é sempre maior o número de visitantes, quer sejam moncorvenses que se encontram a trabalhar fora e que "vêm à terra" nesta época, quer sejam turistas de outras paragens, interessados em alternativas ao "sol e praia".
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Exposição "Vestígios"
Amanhã, dia 18, pelas 16.00 horas, é inaugurada a exposição "VESTÍGIOS... Património Arqueológico e Arquitectónico da Região de Moncorvo", no Museu do Ferro & da Região de Moncorvo.
Para mais informações consultar o site do PARM.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Museu do Ferro celebra Dia Internacional dos Museus
Assinalando o Dia Internacional dos Museus o Museu do Ferro & da Região de Moncorvo promoveu um conjunto de actividades, de que destacamos, no dia 16 (Sábado) um passeio cultural à antiga aldeia ferreira de Felgueiras e um almoço de confraternização de Amigos do Museu, culminando numa sessão em que foram nomeados novos Amigos, em função dos seus contributos para este museu.
Relembramos que o Museu do Ferro nasceu no bairro mineiro do Carvalhal, nos anos 80, tendo sido transferido para a sede do concelho em Fevereiro de 1995, anos depois do encerramento da Ferrominas, e após um protocolo celebrado entre a Câmara Municipal de Torre de Moncorvo e a EDM (Empresa de Desenvolvimento Mineiro). O processo vinha sendo acompanhado pela associação PARM (Projecto Arqueológico da Região de Moncorvo) desde 1993, tendo esta entidade realizado o inventário do espólio e tratado da sua reinstalação na casa conhecida como solar do barão de Palme (antigo quartel da GNR desde os anos 30 até cerca de 1990).
Assim, a gestão do Museu foi então entregue à associação PARM (Projecto Arqueológico da Região de Moncorvo), que manteve o museu aberto entre 1995 e 1999, ao mesmo tempo que recorria a fundos comunitários, com a comparticipação da autarquia, para recuperação do edifício e reinstalação das colecções de acordo com um programa museológico actualizado. Foi um processo longo e trabalhoso, que culminou com a reabertura ao público em 2002.
Desde então o museu tem recebido milhares de visitantes, funcionando como uma espécie de sala de visitas da vila e do concelho.
Além da exposição permanente dedicada ao Ferro, o museu promove exposições temporárias (de pintura, fotografia, escultura, etc.) e outros eventos (palestras, lançamento de livros, recriação de actividades como a "partidela da amêndoa"...). E, a partir do museu, têm-se feito visitas guiadas ao centro histórico, às antigas minas abandonadas, a outros monumentos e locais de interesse do nosso concelho.
Sobre as actividades ora realizadas, no âmbito do Dia Internacional dos Museus, pode ver-se mais alguma informação nos seguintes endereços:
http://parm-moncorvo.blogspot.com/2009/05/18-de-maio-dia-internacional-dos-museus.html
e http://parm-moncorvo.blogspot.com/2009/05/comemoracao-do-dia-internacional-dos.html
e ainda: http://descobrir-vilaflor.blogspot.com/2009/05/dia-internacional-dos-museus.html
sexta-feira, 10 de abril de 2009
"Encomendação das Almas", um filme de Leonel Brito, 30 anos depois
Depois do grande sucesso que foi a apresentação, ontem, no auditório municipal de Freixo de Espada à Cinta, do filme sobre a Encomendação das Almas, teremos hoje, no auditório do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, o visionamento do mesmo documentário, pelas 21;30 horas.
Será previamente feita uma introdução a este documentário, pelo próprio autor, o realizador Leonel Brito, e um dos autores dos textos de fundo, Rogério Rodrigues (ambos colaboradores do nosso blogue). O argumento teve também como co-autor o saudoso jornalista Afonso Praça, igualmente nosso conterrâneo, e contou com a colaboração especial, a nível da explicação etnográfica, do Padre Joaquim M. Rebelo, que, como Afonso Praça, infelizmente já não está entre nós.
Este filme é um verdadeiro documento etnográfico e antropológico, rodado há exactamente 30 anos, na vila de Freixo de Espada à Cinta (com o cortejo dos Sete Passos), e em algumas aldeias dos concelhos de Freixo e de Torre de Moncorvo (neste caso, Felgar e Urros). Além dos cânticos das Almas, que se realizavam pela Quaresma, vêm-se outros aspectos da vida rural desse tempo (1979), num momento charneira da nossa história recente, em que, a par de algumas transformações decorrentes da emigração, se vêm ainda aspectos da nossa ancestralidade.
Este é um documento notável que o autor, Leonel Brito, depois de o resgatar aos arquivos da RTP (entidade para quem foi produzido o filme), e de o passar para DVD, ofereceu aos arquivos do Museu do Ferro, da Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo, e à Câmara Municipal de Freixo. Impõe-se, agora, a sua edição, repto que deixamos às entidades competentes. Resta-nos enaltecer a generosidade e o empenho do realizador Leonel Brito, nosso conterrâneo e colega de blogue. Obrigado Leonel!
Então aqui fica o convite para logo à noite, às 21;30 horas, no auditório do Museu do Ferro!
Compareçam!
segunda-feira, 23 de março de 2009
Exposição e palestra sobre Aves da região
Como foi aqui anunciado (ver post de 20.03.2009), dezenas de alunos e professores do Agrupamento Vertical de Escolas de Torre de Moncorvo foram ao Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, onde puderam ver reunidos em exposição um belo conjunto de desenhos de aves por si realizados (sobretudo dos 5ºs. anos), ouvindo depois, no Auditório, uma palestra sobre “Aves da Região”, proferida Engº. Afonso Calheiros e Menezes, técnico superior do Parque Natural do Douro Internacional e presidente da direcção do PARM.


