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domingo, 10 de janeiro de 2010

Nevão pinta de branco toda a região

A vaga de frio também chegou às terras de Moncorvo. Depois de dois dias/noites de tiritar, com fortes geadas, hoje, pouco depois do meio-dia principiou a nevar fortemente. Pelo meio da tarde o espectáculo era o que se vê na fotos (clicar sobre as mesmas para ampliação):


Torre de Moncorvo - vista do lado Nascente, na tarde deste dia (foto de Camané Ricardo)
Vista a partir das Aveleiras, hoje à tarde (foto de Engº Afonso Calheiros e Menezes)

Praça Francisco Meireles, com chafariz filipino (foto de N.Campos)

Praça F. Meireles, Tribunal (foto N.Campos)

Paços do concelho (foto Afonso Calheiros)

Crianças e jovens, brincando na neve no adro da igreja (foto N.Campos)

Adro da igreja e largo Dr. Balbino Rego, com edifício do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo (foto de Afonso Calheiros)

Solar de Santo António (foto de N.Campos)
E.N. 220 de T. de Moncorvo para Mogadouro, na curva da Quinta d'Água (foto de Afonso Calheiros)

Um trecho de Mós, zona da Travessa, no dia 10 de Janeiro do corrente (foto de Dr. Carlos Sambade, a quem se agradece a sua cedência). Comentário do autor da foto: "desde 1966 que não se via nevão assim [em Mós]"

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Abel Gomes

No seguimento do "post" anterior, com excertos da "Caderneta de Lembranças", em que se mencionava o nome de Abel Gomes, o nosso Amigo e colaborador Vasdoal, enviou-me estas fotos que tirou no murete do alpendre da capela de N. Senhora dos Prazeres, ou da Teixeira (junto a Sequeiros, Açoreira), já que a dita capela foi comprada por aquele africanista, nos inícios do séc. XX. Um seu descendente (talvez o filho), gravou na pedra a inscrição: AGJ, que quer dizer "Abel Gomes Júnior":
De mais difícil interpretação é a outra inscrição: "CP" (serão as iniciais da esposa?):

Mas quem foi Abel Adriano de Almeida Gomes? - a esta pergunta responde-nos o seu amigo de infância Abade J. A. Tavares (1868-1935), numa monografia que escreveu sobre o ermitério de N. Senhora da Teixeira, oferecida precisamente a Abel Gomes. Aí se diz que foi "um espírito liberal e culto", tendo sido "o primeiro da vila de Moncorvo que estreou o registo civil no baptismo de seu filho [este registo foi instituído aquando da instauração da República]". E acrescenta: "este último facto foi simplesmente um capricho que muito arreliou o digníssimo e austero Abade de Moncorvo, Pe. Francisco Tavares".
Conferindo com o que se disse na Caderneta de Lembranças, Abel Gomes residiu na África Oriental, na Companhia de Pesca de Pérolas do Bazaruto, devendo ter amealhado aí algum pecúlio que lhe permitiria comprar a capela da Teixeira e o terreno em redor, e, nessa ocasião, parece ter constado que a iria demolir. Esta suposição popular talvez se relacionasse com o suposto "jacobinismo" do comprador, comprovado com a pirraça da estreia do republicano Registo Civil. Defende-o, porém o Abade Tavares: "Nada mais injusto!" - concluindo que o seu amigo, agora mais maduro e reflectido na sua orientação - " hoje, sem abdicar totalmente dos seus princípios, é um espírito reflectido e conservador e além disso, um devotado amante das nossas velhas e preciosas antiguidades". Como que a testemunhá-lo diz J. A. Tavares que, em recente visita ao seu amigo (a monografia deve ter sido escrita nos anos 20 do séc. XX), reparou que tinha um quadro religioso de muito valor pendurado à cabeceira e, nesse mesmo ano [que ano seria?], mandara "celebrar missa na sua capela, no dia de Nossa Senhora dos Prazeres" sendo ele próprio, Abade Tavares, o celebrante.
Refere algumas obras de conservação que Abel Gomes fez então na capela, talvez nos anos 20, nomeadamente no adro. Todavia, deve ter sido nesta altura que se demoliu a cela do ermitão, que ficava pegada à capela.
Da nossa parte, aproveitamos para, uma vez mais, lançar o alerta para a necessidade imperiosa de se recuperarem as valiosas pinturas murais deste pequeno santuário. Sabemos que da parte do actual proprietário, Dr. César Abel Gomes (residente no Porto), há toda a abertura, mas, dada a complexidade e elevado custo do restauro, terá de haver, necessariamente, apoio do Estado e/ou de fundos comunitários, até porque o imóvel está declarado "de interesse público", desde 1977.
Bibliografia:
Tavares, J. A., Monografia de N. S. da Teixeira (com introdução e notas do Pe. Rebelo), ed. da Associação de Santo Cristo, 1985.
Cavalheiro, Eugénio, Os frescos da Srª. da Teixeira. Ed. João Azevedo, Mirandela, 2000.

sábado, 31 de outubro de 2009

Como se vestiam os moncorvenses no final do século XIX e início do séc. XX

No seguimento do "post" anterior aqui deixamos duas fotos antigas, uma dos anos 80 do século XIX (a da praça) e outra talvez dos inícios do séc. XX (igreja da misericórdia) > clicar sobre as fotos para as ampliar:

Tudo indica que as pessoas vestem fatos domingueiros, havendo um personagem masculino de calças brancas e sombrinha, muito janota, talvez algum "brasileiro" (o uso de fatos ou peças de roupa brancas, parece que era, noutros tempos, atribuído a emigrantes que vinham do Brasil, pois lá se usavam mais as peças claras, devido ao clima e a outros padrões estéticos, em contraste flagrante com os padrões mais conservadores dos portugueses da Europa, sobretudo os do meio rural).
Nesta bela foto da igreja da misericórdia, vê-se ainda o púlpito oitavado em forma de cálice no exterior da mesma, hoje resguardado no interior. Atente-se na roupa (domingueira) destes moncorvenses de outros tempos: o modelo dos chapéus masculinos, a casaca à pistoleiro do far-west, camisa e colete, e as calças, talvez de "pana". O homem do lado esquerdo parece ter também uma gravata. embora não dê para se saber a cor das vestes femininas, nota-se que as blusas claras (brancas) são usadas pelas mais jovens, tal como o vestidinho da menina que está do lado direito.
Fica o conselho ao grupo "Alma de Ferro": se pretendem organizar um bom guarda-roupa para as vossas representações, deverão começar por organizar um álbum de fotos antigas, além do recurso à informação oral dos mais antigos, como é óbvio. Esperamos que outros moncorvenses ajudem nesse trabalho, remexendo os baús dos panos antigos, ou as caixas de fotografias ou álbuns que tenham lá por casa.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Mós - em resultado da repetição do acto eleitoral

Lembrando o "senado" dos "homens-bõos" de outros tempos, à sombra do pelourinho (foto de João Pinto V. Costa, 2008)

Depois do empate verificado nas eleições autárquicas realizadas no passado dia 11 de Outubro, para a Assembleia de Freguesia de Mós (por 110 votos para cada uma duas listas oponentes, respectivamente do PS e coligação PSD/CDS), o acto eleitoral foi repetido no passado Domingo, tendo resultado na vitória do PS, por 127 votos contra 109 do PSD/CDS. Segundo apurámos, a coligação PSD/CDS conseguiu uma vantagem de 2 votos na sede da freguesia (Mós) mas acabou por perder pela margem de 18 votos no final, depois de se saberem os resultados de um lugar da freguesia, as Centeeiras, que constitui outra secção de voto. É preciso não esquecer que a freguesia de Mós possui algumas quintas anexas, tais como as Centeeiras (já perto de Ligares) e Odreira, além de outras actualmente desertas. Reminiscências de um antigo concelho medieval (com foral doado pelo rei D. Afonso Henriques, em 1162), que incluía ainda o termo de Carviçais. Esse concelho viria a ser integrado no de Torre de Moncorvo por volta de 1836.

Após a reunião da Assembleia de Apuramento Geral, realizada ontem, foi deliberado que os resultados definitivos são 126 pelo PS e 108 pelo PSD/CDS, tendo sido considerados nulos 2 votos, um para cada lado.Fonte de mergulho talvez do final da Idade Média (foto de João Pinto V. Costa, 2008)

Em consequência da vitória eleitoral do PS para a Assembleia de Freguesia, é reeleito o actual Presidente da Junta, Sr. Paulo Evangelista Bento, depois de um renhido combate eleitoral em que teve como opositor o Sr. Belarmino de Deus. Os nomes dos restantes candidatos da lista vencedora (de onde sairão os elementos que vão compôr o órgão executivo) podem ler-se no blogue de Mós: http://fg-mos-vila-antiga-medieval-tmoncorvo.blogspot.com/2009/10/freguesia-de-mos-torre-de-moncorvo.html

A todos os eleitos, quer da Junta, quer da Assembleia de Freguesia (lembramos que neste órgão têm assento também elementos da lista oponente) , desejamos um bom desempenho na sua missão, não sendo necessário lembrar-lhes a importância histórica dessa antiga vila e a necessidade de preservação e valorização do rico património arquitectónico e arqueológico que ainda resta desses gloriosos tempos.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Globo, Torre de Moncorvo - a tipografia da Resistência

Tivesse sido através de post's colocados neste blogue (7.09.2009) ou blogue do PARM (em 20.02.2008), ou pela reportagem saída no Mensageiro de Bragança ainda no ano passado (de autoria de Carla Gonçalves), ou, mais recentemente (Setº. 2009), por outra reportagem na LocalVisão/Bragança (de autoria de Lígia Meira e Marcos Prata), a verdade é que a Tipografia Globo, sedeada na Rua Visconde de Vila Maior, em Torre de Moncorvo, começa a ficar famosa.
Uma fama que talvez chegue tarde, mas que, mesmo que não traga um acréscimo de trabalho por aí além, o que seria essencial para uma vida condigna dos nobres profissionais que aí laboram e para a sobrevivência deste património técnico, pelo menos é um suplemento de alma e o reconhecimento da sua gesta resistente.

Vem este arrazoado a propósito do excelente artigo que abre o nº. 25 da revista Nós (projecto da revista do jornal "i"), saída no passado sábado.
Esta publicação, sob a forma de revista, resulta de um projecto da empresa Netsonda e da revista do "i", em que se solicitou a um número considerável de leitores (por amostragem), que indicassem adjectivos que gostassem de ver tratados. Coube ao último número (o 25º) a palavra "Resistentes", precedido do genérico "Nós". Aqui se apresentam diversos tipos de Resistentes (ao vício da droga, à resistência política, em histórias de vida), mas quem teve a honra de abertura foi a tipografia do Manel Barros e do Morais, uma empresa quase familiar.
Sónia Morais Santos (texto) e Gonçalo F. Santos (fotografias) assinam o artigo que assim começa, em "leed": "Em Torre de Moncorvo a Tipografia Globo resiste ao tempo e imprime quase como no tempo de Gutemberg: letra a letra. Em chumbo e níquel, numa escrita em espelho que faz confusão a quem não é do ofício. O proprietário diz que o seu tempo está a acabar. Mas entretanto a impressão continua".
Apesar de algumas teimosas gralhas - que aconteciam mais frequentemente no tempo da impressão tipográfica - e que o corrector automático do computador lhes deixou passar, como "carácter" por "caracter", o texto é interessante e de leitura obrigatória.
Só nos resta apelar, mais uma vez, para o interesse em classificar-se este património industrial ou técnico (alíneas i e j do artigo 21º. do recentíssimo Decreto-lei nº 309/2009 de 23 de Outubro) se não como de interesse público, pelo menos de interesse municipal, conferindo-se uma tença aos artistas-tipógrafos para que possam manter o mais possível esta "resistência", com a contrapartida de aceitarem visitas de alunos das escolas que aqui, poderiam ver, ao vivo, uma sobrevivência de um sistema parecido ao de Guttemberg, o alemão que no séc. XV inventou a primeira prensa tipográfica. Fica a ideia.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O coração da vila

Praça Francisco Meireles, Outono de 2006 (foto N.Campos)

Se a igreja matriz é o ex-libris por excelência, o coração da vila é a praça Francisco Meireles, ou, simplesmente, a Praça.
Nesta vista, captada do miradouro do Castelo, vê-se ao centro o chafariz filipino (datado de 1636) depois da sua reconstituição e reposição na referida praça em 1999, mais de um século depois de ter sido daí removido (foi em 29.07.1890, conforme anotou o autor da "Caderneta de Lembranças").
Pegando no título de "post" anterior e ainda no seguimento do "Cultural Dream" esta foi, seguramente, a cereja no cimo do bolo da intervenção realizada no Centro Histórico da vila, nos finais dos anos 90.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

"Cultural Dream" (1997)

Na esteira do "post" anterior (texto de Rogério Rodrigues, com fotos de Leonel Brito), ocorreu-me ir às gavetas do fundo e acabei por desenterrar um velho poema de Henrique de Campos, de 1997. Trata-se de um escrito datado, produzido num momento em que se contestava a criação de algumas zonas de peões no centro histórico cá da vila, bem como o fim do estacionamento automóvel na antiga “praça das regateiras”. Mas acabou por ser, ao mesmo tempo, um verdadeiro manifesto cultural. Ainda se discutia então a reposição do chafariz filipino na Praça Francisco Meireles (que viria a ocorrer em 1999); o Arquivo Municipal estava em perspectiva mas ainda não havia sido inaugurado; as esplanadas na praça General Claudino eram uma mera sugestão, pois não havia cafés nesse largo; a Orquestra do Norte talvez já se tivesse estreado na igreja matriz, mas o órgão barroco permanecia mudo (tal como ainda hoje, embora se perspective para breve a sua compostura). Ao cabo de 12 anos, a “crítica corrosiva” a estas coisas das “pedrinhas” também se parece ter esbatido, apesar de alguns beliscões da rapaziada à nossa igreja, creio que mais resultantes de efeitos etílicos do que de actos conscientes ou relacionados de uma clara atitude anti-património.
Por isto, pode-se considerar que este poema de H.C. se encontra em grande medida ultrapassado (e ainda bem!), sendo uma espécie de “check-list” que se foi completando. O que não se conseguiu sem algum esforço, sobretudo no plano da transformação das mentalidades. Se houve mérito das instituições nesta consecução, também não se pode esquecer a atitude pedagógica e de consciencialização junto das pessoas menos receptivas a estas coisas, desenvolvida por alguns (poucos) carolas que, através da sua opinião, contribuíram para que se concretizassem coisas que em 1997 eram ainda utopia. A cidadania também é isto.

Grupo de pintores compondo uma tela, na praça General Claudino, num dia de feriado municipal (2008)
Aqui fica então o velho poema:

CULTURAL DREAM
Tal como Luther King
também eu tive um sonho.
E sonhei que a minha terra
era uma espécie de Atenas cultural
povoada por cidadãos letrados e instruídos,
amigos das artes e do património;

sonhei que na minha terra
me havia cruzado com F. Pessoa
e bebido copos com o A. Aleixo;

sonhei que na minha terra,
à sombra de uma grande e secular igreja
havia feiras de artesanato e de iguarias
fazendo jus a uma antiga tradição medieval
exarada num velho pergaminho
guardado religiosamente no Arquivo Municipal;

sonhei também aí esplanadas à italiana
com pintores e cavaletes
e julguei estar em Florença;
fotógrafos com máquinas “de caixote”,
e julguei-me no Quais d’Orsai;
com o sol e granito num largo quadrado
com muitas vozes e sem automóveis
quis-me na plaza mayor de uma qualquer cidade
da meseta espanhola!

Sonhei que a minha terra
havia sido promovida a Cidade Cultural,
com direito a grandes cartazes pelo mundo fora,
por causa dos seus encantos e das suas gentes
e que cada cidadão, embevecido,
contava a cada forasteiro a sua História gloriosa,
e lhe falava do antigo castelo destruído
que aos seus olhos existia ainda
e da imponente catedral onde se ouvia,
diariamente, uma música barroca de fundo,
e nos dias festivos, concertos de órgão majestosos,
e o Rei dos Floristas, trajado a rigor,
oferecia rosas-púrpura à esquina de uma rua
que, por acaso, também se chamava das Flores.

Sonhei que jorrava um chafariz recuperado, na praça,
e os meus concidadãos, cultos e orgulhosos
de pertencerem à mais bela terra do mundo,
não eram críticos corrosivos deste cenário,
mas sim os seus principais defensores;
não eram pseudo-filósofos de café,
maldizentes e provocadores,
recalcitrando frustrações,
para serem notados e chamar atenções,
- eram, antes, interessados e construtivos.

Sonhei que, depois deste arrazoado,
não houvesse quem dissesse: “mais um poeta!”,
em termos irónicos e depreciativos.

Sonhei ainda que a escola da minha terra
ganhava prémios mundiais
a promover as coisas culturais
e a ajudar a crescer uma multidão de meninos
que nunca viriam a ser velhos… do Restelo!

Sim, eu tive um sonho hoje,
olhando o mundo em frente
do alto de uma montanha de ferro.
e esse Sonho era a certeza
de que o futuro é nosso.
e que a Utopia,
mesmo irrealizada,
mesmo amputada, castrada…
essa, nunca morrerá!

Henrique de Campos, 24.VI.1997
(public. in Mensageiro de Bragança, 25.06.1999)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Protocolo para recuperação da Linha do Douro, do Pocinho a Barca d'Alva

Foi hoje (dia 10 de Setembro) formalmente assinado um protocolo entre várias entidades públicas, a saber, MOPTC (Ministério das Obras Públicas Transportes e Comunicações), REFER, CP, IPTM, CCDR-Norte e Estrutura de Missão do Douro, para Reabilitação do troço Ferroviário da Linha do Douro entre o Pocinho e Barca d'Alva, contando com a presença de altos representantes destas entidades, nomeadamente a Srª. Secretária de Estado dos Transportes, Engª. Ana Paula Vitorino. A cerimónia começou pelas 11;00h na presença de autarcas (tanto de Portugal como de Espanha), representantes de várias instituições, empresários (sobretudo do sector turístico) e numeroso público.
" - Hoje está um lindo dia. Hoje é um lindo dia... para o Douro" - assim começou a sua intervenção o Chefe da Estrutura de Missão do Douro, Engº. Ricardo de Magalhães, um dos paladinos por esta causa da reabertura da linha do Douro com fins turísticos, entre o Pocinho e a Barca. Palavras que foram retomadas pela Secretária de Estado dos Transportes, que manifestou a sua confiança no investimento e também nas entidades espanholas, para voltar a levar o combóio até Salamanca. Nesta fase, para se recuperar o troço em causa (Pocinho-Barca), serão investidos 25 milhões de Euros. Foi destacada a importância deste investimento para toda a região, em articulação com outras valências que se estão a afirmar, nomeadamente o turismo fluvial.

É preciso recordar que a linha do Douro foi uma obra arrojada da engenharia do século XIX, pela quantidade de túneis e "obras de arte" (pontes e viadutos) que foi necessário construir. Na sua extensão total, entre o Porto e a Barca d'Alva, eram 200 km, marginando na quase totalidade do seu percurso um rio Douro ainda bravio, que só alguns afoitos barcos rabelos iam vencendo, a muito custo e à custa de muitos naufrágios. O combóio só chegaria à Barca em 1887, depois de 11 anos de intensos trabalhos, do Pocinho para montante - a parte mais bravia do Douro, de calor intenso no verão e grandes geadas no Inverno. Nos anos 80 do século XX, depois do encerramento do troço espanhol de Salamanca a La Frejeneda, acabaria por fechar também, do lado de cá, o troço de Pocinho a Barca d'Alva.

Esta obra foi sobretudo impulsionada pela Associação Comercial do Porto e o consórcio denominado “Sindicato Portuense”, tendo-se também empenhado nisso as entidades de Salamanca, a quem interessava garantir o escoamento das suas mercadorias para um porto de mar. Um dos paladinos da ligação entre a Barca d’Alva e Salamanca foi Ricardo Pinto da Costa (1828-1889), banqueiro e homem de negócios portuense, que presidiu à referida Associação Comercial do Porto aquando da constituição da Compania del Ferrocarril de Salamanca à la Frontera Portuguesa. Viria a receber o título de Conde de Lumbrales, outorgado pelo rei espanhol Alfonso XII (na vila espanhola de Lumbrales localiza-se uma casa apalaçada do séc. XIX, conhecida por casa do Conde deste título).

A história da construção da linha do Douro e, em particular do troço que agora se pretende valorizar, esteve patente num conjunto de painéis, expostos nesta data na estação do Pocinho (ver foto acima), tendo sido igualmente enfatizada ao longo dos discursos.

Foi ainda recordado pelo Presidente da Câmara de Vila Nova de Foz Côa que os pilares para o desenvolvimento do Douro, enunciados pelo Primeiro Ministro em 2006, foram, para além da Paisagem, do Vinho, do Turismo, também a Cultura. Esta valorização, a par de uma série de investimentos que o município fozcoense está a realizar no Pocinho (e que longamente enumerou), são também Cultura - disse.
Assim sendo, dizemos nós, não se compreende como é que nesta mesma estação do Pocinho se encontre a apodrecer, às vistas de todos, uma velha locomotiva a vapor da primeira metade do séc. XX, além de outras que se encontram nos armazéns da “Manutenção”. Até estes dias, a referida máquina estava rodeada de uma cortina de vegetação, cortada à pressa nas vésperas do acto solene de hoje. Além disso, tivemos notícia de que recentemente foi levada para a Alemanha mais uma locomotiva que se encontrava arrecadada na dita manutenção!

Mais uma: segundo noticiou o Jornal de Notícias, em coluna esconsa, no dia 21.08.2009, foi outra locomotiva a vapor levada para as Ilhas Baleares (ver o recorte acima), seguramente para servir objectivos de turismo. Tratava-se de uma máquina alemã que sempre trabalhou em Portugal, pelo que a sua historicidade nas referida ilhas é nula! – Ou seja, se fazia sentido ela estar em algum lugar, era aqui, na linha do Douro. Infelizmente não se ouviu um protesto de ninguém! – Pelo que fica a pergunta: depois de recuperada a linha, entre a Régua e a Barca, para fins turísticos, como se pretente, será que se vai voltar a comprar aos estrangeiros o que se lhes vendeu entretanto? E a que preço? E será que quem comprou e recuperou este património para os fins que se sabe, estará algum dia interessado em desfazer-se do que cá veio buscar, certamente a preço da uva-mijona? Responda quem souber.
No entanto, não podemos deixar de nos congratular com a assinatura deste protocolo, pois é um bom princípio para voltarmos a acreditar que o combóio votlará a apitar pelas encostas do Douro até Barca d'Alva. E escusado será dizer da importância e do benefício que este projecto também trará para o nosso concelho, Torre de Moncorvo, a meia dúzia de quilómetros do Pocinho!
Texto e Fotos: N.Campos

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Aconteceu no Museu: palestra em jeito de balanço sobre o Património concelhio

Como foi anunciado, realizou-se no sábado passado, dia 8 de Agosto, no auditório do Museu do Ferro e no contexto da Exposição "VESTÍGIOS...", a palestra sobre o Património Arqueológico e Arquitectónico do concelho de Moncorvo. A sessão foi presidida pelos representantes do município (Sr. João Rodrigues, em representação do Sr. Presidente da Câmara) e do PARM (Engº. Afonso Calheiros e Menezes, Presidente da Direcção), tendo-se seguido as intervenções do Sr. Prof. Doutor Adriano Vasco Rodrigues, Sr. Norberto Santos e Drs. Nelson Campos e Rui Leonardo.
Tendo presente o Inventário Arqueológico do Concelho de Torre de Moncorvo revisto e actualizado, o qual foi entregue ao Município para inclusão no capítulo respectivo do novo PDM, o objectivo essencial desta sessão foi o de se fazer um balanço (ainda que necessariamente breve e muito preliminar) do estado dos conhecimentos sobre o património arqueológico e arquitectónico existente (e identificado até à data) no nosso concelho. A partir daí, tentou-se traçar um quadro da ocupação humana do território em que nos situamos (que obviamente não se confina às fronteiras artificiais do concelho), pelo menos nos últimos 5.000 anos, já que os dados para épocas anteriores são bastante escassos.
Assim, a palestra visava dar um pouco mais de substância à Exposição "VESTÍGIOS...", funcionando como seu complemento, ou como outra face de uma mesma moeda, tendo em vista a organização de uma futura sala de Arqueologia & História, prevista desde o início, nos espaços do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo.

Para saber mais, ver: http://parm-moncorvo.blogspot.com/2009/08/palestra-sobre-patrimonio-do-concelho.html

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Palestra sobre o património do concelho de Torre de Moncorvo

Realiza-se no próximo dia 8 de Agosto (sábado), pelas 16;00 horas, uma palestra sobre o património arquitectónico e arqueológico do concelho de Torre de Moncorvo, a qual terá lugar no auditório do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, sendo oradores os membros do PARM Nelson Campos (também encarregado do Museu) e Rui Leonardo. Serão oradores convidados os Senhores Professor Doutor Adriano Vasco Rodrigues e Norberto Santos (em representação de seu pai, Professor Doutor J.R. dos Santos Júnior). Deverão presidir à sessão o Senhor Presidente do Município, Engº. Aires Ferreira e o Senhor Engº. Afonso Calheiros e Menezes.
Os interessados poderão aproveitar para visitar a exposição "Vestígios..." patente no mesmo local das conferências.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Exposição "Vestígios" - inauguração

Conforme anunciado, foi inaugurada no passado sábado, dia 18 de Julho, a exposição VESTÍGIOS... - Património Arqueológico e Arquitectónico da região de Moncorvo, organizada pelo Museu do Ferro & da Região de Moncorvo em articulação com o PARM, e patrocinada pelo município através da dotação orçamental para o Museu.

Momento da inauguração, dia 18.07.2009 (foto Patrick Esteves/Foto-Bento)

Esta mostra comporta 10 painéis fotográficos, organizados cronologicamente, desde os Tempos Pré-históricos, passando pelo mundo "Castrejo", o período da Romanização (com uma agricultura intensiva, a mineração/metalurgia e a difusão da Escrita), a Idade Média (com as características necrópoles de sepulturas escavadas na rocha, povoados fortificados e aldeias, a arquitectura românica com vestígios na desaparecida capela de S. Mamede do Baldoeiro e a igreja matriz de Adeganha, o castelo e vila de Torre de Meem Corvo), a Idade Moderna (com a igreja matriz de Torre de Moncorvo, a igreja da Misericórdia, a ponte do Sabor, o eremitério da Srª. da Teixeira com os seus frescos, fontes e chafarizes, solares, etc.), os antigos caminhos lajeados (praticamente todos destruídos nos últimos 20-3o anos!), o património rural, a arqueologia industrial e mineira...
Este acervo fotográfico resulta na quase totalidade dos Arquivos do PARM, com bastantes fotografias a preto & branco, com mais de 20 anos. Não são imagens de profissionais da fotografia mas sim de jovens arqueólogos (ou candidatos a tal) que, com entusiasmo, em boa hora registaram valores patrimoniais que hoje não são mais que meros "Vestígios", em alguns casos já desaparecidos.

O Dr. Rui Leonardo (co-organizador da exposição) explicando o painel sobre o período "castrejo" (Idade do Ferro) na região (foto N.Campos)
Além das fotografias, complementam a exposição uma série de objectos, que começam logo a aparecer no início do percurso, ao entrar-se na galeria do Museu que dá passagem para os jardins das traseiras: uma pedra decorada românica proveniente da desaparecida capela de S. Mamede (Baldoeiro); um pequeno sarcófago medieval recolhido na Adeganha, nos anos 80, várias pedras da igreja de Santiago da Torre de Moncorvo, a primitiva igreja do povoado, ainda antes de ser vila (referida nos meados do séc. XIII) , etc., e, finalmente, no interior do auditório, mais peças em granito, em xisto, machados polidos, cerâmicas, moedas, etc. Tudo disposto de forma a contar uma história, a história da nossa região nos últimos 15 a 20.000 anos... uma longa viagem aqui resumida através de uma série de Vestígios...
Logo no início é feita uma evocação dos pioneiros que estão na base dos primeiros reconhecimentos arqueológicos realizados na região, desde há mais de 100 anos: Abade José Augusto Tavares (1868-1935), Professor Santos Júnior (1901-1990), Professor Adriano Vasco Rodrigues, entre outros, culminando no aparecimento do PARM em 1983, no seguimento dos primeiros trabalhos individuais e incipientes de um dos elementos do grupo. Este grupo informal só viria a adquirir a fórmula jurídica de associação sem fins lucrativos (que ainda hoje mantém), por escritura pública celebrada em finais de 1986.

O Presidente da Câmara, Engº Aires Ferreira, observando atentamente a exposição (foto Patrick Esteves/Foto-Bento)

A última grande exposição sobre Arqueologia e Património edificado da região foi organizada pelo PARM em 1986 (sendo reeditada em 1987, a pedido do município, por ocasião de uma visita do então Presidente da República, Dr. Mário Soares). Algumas imagens agora patentes foram aproveitadas dessa mostra, obviamente noutro tipo de suporte. A ideia da exposição surgiu no início do ano de 2009, após a entrega do relatório e ficheiro do inventário arqueológico do concelho para o novo PDM. Após se terem revisitado os Arquivos e ficheiros da associação, entendeu-se pertinente voltar-se a fazer um novo balanço dos conhecimentos, até porque se poderia constituir um embrião da sala de Arqueologia e História que desde sempre esteve prevista no âmbito do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo.
A razão de ser neste período do ano prende-se com o impacto que se pretende dar ao evento, uma vez que durante o Verão é sempre maior o número de visitantes, quer sejam moncorvenses que se encontram a trabalhar fora e que "vêm à terra" nesta época, quer sejam turistas de outras paragens, interessados em alternativas ao "sol e praia".

Aspecto geral da exposição, no auditório do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo (foto Patrick Esteves/Foto-Bento)
Esperamos manter esta exposição com carácter programático e permanente até à organização da sala de Arqueologia & História do Museu. No entanto, como é possível que algumas peças venham a ser recolhidas por motivos de conservação, recomendamos vivamente a sua visita quanto antes, aproveitando este período de férias de Verão. De caminho pode dar um salto ao Centro de Memória e saber mais sobre a história contemporânea de Torre de Moncorvo, complementando a sua viagem temporal. - Pode crer que depois de estar na posse destas "chaves de leitura" vai apreciar melhor os monumentos, o urbanismo, as paisagens e as pessoas. Depois dessa introdução, terá decerto entrado no espírito da terra... desta terra.
Para saber mais, ver o blogue do PARM: http://parm-moncorvo.blogspot.com/

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Exposição "Vestígios"


Amanhã, dia 18, pelas 16.00 horas, é inaugurada a exposição "VESTÍGIOS... Património Arqueológico e Arquitectónico da Região de Moncorvo", no Museu do Ferro & da Região de Moncorvo.

Para mais informações consultar o site do PARM.

domingo, 24 de maio de 2009

Chafariz Filipino

Em 1549, o cronista João de Barros noticiava que a vila de Moncorvo possuía "hu Chafariz de mais de quarenta palmos (...) no meio da Praça". Naturalmente que não poderia ser o actual chafariz, que tem gravada a data de 1636.
Nem sempre foi fácil conseguir trazer a preciosa água da serra até à vila. Houve problemas com a comunidade franciscana do Convento de São Francisco que reclamava a posse das nascentes da serra.
Em 1628 a Câmara de Moncorvo arrematou a obra do chafariz ao arquitecto António Fernandes, que levaria cerca de dez anos a ser terminada. Em 1887 o chafariz da praça seria destruído por ordem do então presidente da Câmara, António Pontes e as diversas partes andaram aos tombos por vários locais da vila (daria um bom conto).
Há alguns anos a Câmara de Torre de Moncorvo realizou um projecto público com vista a reconstruir o chafariz, aproveitando os elementos originais que estavam na sua posse, sendo o conjunto reposto na Praça Francisco Meireles.
O chafariz insere-se num tanque de formato quadrangular, assentando sobre uma base quadrada. No primeiro registo forma um depósito bolboso decorados com uma carranca, da qual jorra a água. Sobre este foi edificado um pináculo, que remata a estrutura. Na base do conjunto foi gravada a inscrição "FEITO NO ANO DO SENHOR DE 1636 POR ORDEM DE DOUTOR JULIÃO DE FIGUEIREDO, PROVEDOR E CONTADOR NESTA COMARCA, À CUSTA DO POVO".
Este chafariz está classificado como Imóvel de Interesse Público.

Fonte do texto: IPPAR

domingo, 10 de maio de 2009

Secretária de Estado da Cultura visita Igreja Matriz de Torre de Moncorvo

No passado dia 7 de Maio, a igreja matriz de Torre de Moncorvo foi visitada pela Senhora Secretária de Estado da Cultura, Drª. Paula Fernandes, acompanhada da Directora Regional da Cultura do Norte, Drª. Helena Gil, Directora dos Serviços de Bens Culturais da mesma DRC-Norte, Arquitª. Paula Silva, além de vários técnicos do ex-IPPAR, e ainda com presença do Sr. Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo e da chefe de divisão cultural do município.

Esta visita da Secretária de Estado a Torre de Moncorvo inseria-se num périplo por diversos monumentos de Trás-os-Montes, a saber, os Castelos de Bragança (incluindo a Domus Municipalis), Algoso, Ansiães, etc.. Segundo noticia o J.N. (edição de 10.05.2009), o Ministério da Cultura, através das suas estruturas para o Património, pretende elaborar uma candidatura a fundos comunitários para a constituição de uma rota cultural, incluindo castelos, igrejas e sítios arqueológicos. Além dos monumentos atrás referidos há ainda outros em vista, ao longo do Douro, como sejam o santuário romano de Panóias (Vila Real), as ruínas romanas da Fonte do Milho (Régua), o Castelo Velho de Freixo de Numão (Foz Côa), etc..
Quanto à igreja de Torre de Moncorvo, além da resolução do problema do muro do adro (alvo de trabalhos de recuperação no ano passado, mas que entretanto revelou cedências), e outras peritagens estruturais, sabemos que voltou a ser discutida a recuperação do magnífico órgão do séc. XVIII (à espera de restauro há mais de 20 anos!!), e dos altares de preciosa talha barroca. Esperemos que esta candidatura se concretize, e estas obras se realizem, pois a igreja matriz é o ex-libris da nossa terra, e um dos monumentos mais visitados de toda a região.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Visitas guiadas para assinalar Dia Nacional dos Centros Históricos


Vista do centro histórico (núcleo extra-muros), a partir da torre de igreja (Foto de N.Campos)

"Do alto do campanário vê-se o que resta do castelo e do velho burgo medieval. Vê-se a rede intrincada do casario e ruelas estreitas, o jogo volumétrico dos telhados, os saguões, as hortas e quintais, com seus perfumes de laranjeira, pinceladas de verde ou de tons outoniços, conforme as estações. (...)
Está na hora de descer da torre e, eventualmente, subir à serra, mas, antes, é melhor conhecer as gentes, entrar nas lojas, provar as iguarias tradicionais, ver os núcleos museológicos, imbuir-se do espírito do lugar, enfim, saborear Torre de Moncorvo!... Desejamos-lhe uma boa estadia (ou um excelente passeio)".
- Excerto de um texto (inédito) de Henrique de Campos.

Celebra-se amanhã (dia 28 de Março) o Dia Nacional dos Centros Históricos.

Torre de Moncorvo faz parte da Associação de Municípios com Centro Histórico, e possui, efectivamente, uma malha urbana multissecular, que se desenvolve em dois núcleos distintos: a zona do bairro do Castelo, de origem medieval, que se estruturou intra-muros, depois de D. Dinis a ter mandado fortificar, seguramente no seguimento da outorga do foral de 12.04.1285 (há um documento dionisino, de 1295, aludindo à construção da "fortaleza"). No entanto, desde cedo o casario extravasou as muralhas, devendo ter-se distribuído em redor da actual praça Francisco Meireles, no que então se chamava o "Arrabalde".

Estas e outras explicações serão dadas, amanhã, aquando das visitas guiadas que o PARM (Projecto Arqueológico da Região de Moncorvo) se propõe organizar, da parte da manhã (entre as 11;00h-12;30h) e à tarde (14;30h-16;30h, neste caso com passagem pela exposição fotográfica de alunos do Curso de Especialização Tecnológica do IPB, que será inaugurada no Centro de Memória, pelas 15;00 horas).
Inscrições para o telef. 279 252 724 (hoje, até às 18;00h).

Ver mais em: http://parm-moncorvo.blogspot.com/

quinta-feira, 19 de março de 2009

Sismo em Torre de Moncorvo - aconteceu há 151 anos!!

No artigo “Moncorvo, ou Torre de Moncorvo”, do Dicionário abreviado de chorographia, topographia e archeologia das cidades, villas e aldêas de Portugal, obra de José Avelino de Almeida, publicada em 1866, ao falar da nossa grandiosa igreja matriz, diz o autor o seguinte:

«No dia de S. Joseph, 19 de Março de 1858, chegou a deslocar-se e a cair uma pedra de cantaria da abóbada, por causa de um forte tremor de terra, mas foi logo substituída». - Mais informa que a pedra caiu junto do altar das Almas (o primeiro altar, do lado direito, para quem entra pela porta principal).

Não sabemos a amplitude de outros estragos que possam ter ocorrido na vila, impondo-se mais alguma investigação arquivística para apuramento de algo mais sobre este episódio sísmico. Que a falha da Vilariça tem sismicidade activa todos sabemos, embora os geólogos e sismólogos afirmem que é de baixa intensidade e que é difícil que ocorra um grande terramoto como o de Lisboa de 1755.


Em todo o caso, ouvimos dizer há um bom par de anos ao eminente geólogo Doutor António Ribeiro (autor da tese: Contribuition à l’étude tectonique de Trás-os-Montes Oriental, Lx., 1974), que terá ocorrido um importante sismo em Torre de Moncorvo em 1750, antes do de Lisboa. Não temos registo documental deste episódio, mas, a verdade é que a igreja apresenta preocupantes brechas em alguns pontos das suas paredes, sinais de uma existência algo atribulada.
Até há poucos anos existia no alto da serra, na zona das “Antenas”, uma estação sismográfica que enviava os dados (por telecomunicação) para a delegação local dos serviços do Ministério da Agricultura. Constou-nos que já foi desactivada. A ser assim, acho que se deveriam apurar os motivos.
Mais informamos que a secção de Geologia do PARM (Projecto Arqueológico da Região de Moncorvo), tem prevista para breve uma conferência sobre Sismologia e suas aplicações, a realizar no auditório do Museu, integrada nos ciclos de palestras sobre Geologia e Minas, que desde o ano passado se têm realizado.

Nota1: Agradecemos ao nosso colega “webmaster”, Aníbal Gonçalves, o ter-nos chamado a atenção para esta efeméride.

Nota2: Foto do interior da igreja matriz de Torre de Moncorvo de autoria de Lonel Brito (anos 70?). - A zona do desprendimento da pedra (certamente das nervuras da abóbada da nave lateral) está parcialmente encoberta pela 1ª coluna do lado esquerdo.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Capelas no Larinho (1)


Tenho a sensação que o Larinho é uma aldeia com uma forte tradição de culto do divino. Um dos aspectos que me surpreendeu foi a quantidade de capelas espalhadas pelos bairros e largos.
A primeira fotografia mostra a capela do Senhor dos Aflitos (1896).
A segunda fotografia mostra uma representação nada simpática (como seria de esperar) das forças do mal, que faz parte de uma imagem da capela de Santo António, seguramente mais antiga do que a primeira.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Pelourinho de Mós


PELOURINHO DE MÓS










Na descoberta e na reconstrução do Pelourinho teremos que agradece ao nosso colaborador e amigo JOSÉ SAMBADE que descobriu num muro algo que poderia ser atribuído a um Pelourinho.
No Concelho de Torre de Moncorvo, foi o único recuperável, ao consultar livros deste evento o Pelourinho, de que fala o Abade de Baçal nas suas "Memórias Arqueológicas-Históricas do Distrito de Bragança" do seguinte modo "... Mós - O Pelourinho desta Antiga Vila, sede de Concelho, hoje estupidamente apeado, mas as suas pedras estavam em 1899 na casa dos herdeiros do Doutor Gabriel, não haverá alma generosa que se compadeça do venerando momumento, lídimo brazão nobilitante da terra, reerguendo-o no primitivo local, em frente da antiga casa da Câmara de Mós..." Hoje convertida em sede da Junta de Freguesia e antiga Escola Primária "...também nos fala de actos de vandalismo que terão destruído o referido Pelourinho...".
No local referido pelo Abade Baçal, data da história de que em 1830 ainda se encontrava de pé, data esta da morte da Rainha CARLOTA JOAQUINA DE BORBON, por cujo luto gastou o Concelho de Mós mil e duzentos réis com que pagou por baeta preta para cobrir o Pelourinho desta Vila de Armas, da Casa da Câmara na ocasião de luto pela morte da Sereníssima senhora Rainha. Toda a sua destruição e segundo os historiadores terá sido acto dos ventos do Liberalismo e com a extinção das Vilas abrangidas pela reforma Administrativa de 1836, pelo Dec-Lei do mesmo ano publicado em 2 de Novembro.

Pelourinho de Mós

O Pelourinho de Mós, possivelmente construído no Séc. XVI, perdeu-se na memória e no tempo. Quis o destino que em 1992, seis das pedras que o constituíam fossem encontradas num muro da aldeia.
Hoje, o pelourinho está lá, na praça, enchendo de orgulho os mozeiros, que não se cansam de falar da Antiga Vila de Mós. Esta é só uma amostra do muito que há para "descobrir" nesta aldeia que já foi sede de concelho.

domingo, 26 de outubro de 2008

Fonte da Lamela/Fontela?


O diálogo sobre a fonte que existe junto à estrada nacional no Carvalhal está tão interessante, que não resisto a colocar mais uma fotografia. Esta permite ler a inscrição que dá algumas pistas da sua origem.

É verdade que a linha chegou a Carviçais em 1911 e a fonte tem gravado o ano de 1744! Porque picaram a coroa do rei de Portugal? A fonte foi mesmo propriedade da CP? Estas e outras questões são muito interessantes. Não esqueçamos que o Blog se chama À Descoberta...

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