torredemoncorvoinblog@gmail.com

Mostrar mensagens com a etiqueta Larinho. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Larinho. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Vindima no Larinho

No seguimento do "post" sobre a "Códiga do Larinho" recebemos algumas fotografias gentilmente enviadas pelo nosso Amigo Dr. Armando Gonçalves, larinhato de gema, ilustrando a vindima deste ano. Aqui fica o registo, com os nossos agradecimentos:

O trato da vinha, outrora muito trabalhoso já que tinha que se fazer a "escava" e a "redra", tudo a força de braço, com sachos ou "ganchas", é agora facilitado com recurso ao tractores. Aqui vemos o Sr. Manuel Gonçalves lavrando a sua vinha, nos arredores do Larinho. Em terras de sairinho.

Aproxima-se o grande momento da colheita. Uma criança percorre os geios, meditando sabe-se lá no quê... Estará a contar os cachos? estará a aperceber-se das diferenças das castas? ou entretém-se apenas a pisar o carreiro das folhas secas?...

O "rancho" ao ataque!... os pequenos produtores recorrem ainda ao sistema de entreajuda de amigos e familiares. Vagas reminiscências de um comunitarismo de outros tempos... No fim, há patuscada e convívio pela certa!...

Alguém está a ficar para trás!... é preciso dar uma ajudinha. Já aí vai o Armandinho! O sol ainda aquenta bem. Alguém canta uma cantiguinha? Olha qu'hoje não s'achega aqui a raposa...

S'tá a descarregar os baldes! Noutros tempos eram cestas de vime, feitas pelo ti cesteiro de Carviçais (ou de outros lados, mas agora só resta o Sr. Celestino, carviçaleiro); tal como eram os cestos vindimos, enormes e pesados para "homes valentes" de outras eras. Decididamente, rendemo-nos à Era do Plástico (preto, como da cor do pitróil)...

E lá vão as uvas a caminho da Adega, onde se transformarão no nosso outro petróleo... Ouro líquido, sol engarrafado e sei lá que mais, lhe chamou Torga, o nosso vate. O mesmo que cantava: «Vinde à terra do vinho, deuses novos! / Vinde, porque é de mosto / O sorriso dos deuses e dos povos / Quando a Verdade lhes deslumbra o rosto»... A Verdade... palavra vã em tempos de tanta falsidade. Se, como diziam os romanos, "in Vino Veritas", hoje nem mil mililitros chegariam para se arrancarem tantas máscaras...
Desejo-te um bom pingato, Armando Amigo, que és dos de certo! E conta comigo pelo S. Martinho, ao menos para me redimir de ter faltado à vossa vindima. Cumprimentos à malta do rancho do tio Manel.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Códiga do Larinho


Cachos de Códiga do Larinho, fotografada na freguesia do Larinho (foto do Dr. Armando Gonçalves)

Parece terem terminado as vindimas e o môsto vai fervilhando pelas adegas das nossas terras durienses. Como toda a gente por aqui sabe, ele há muitas e variadas castas de uvas, sendo as mais conhecidas, no Douro, no grupo das Tintas, a tinta Roriz, Tinta Barroca, Tinta Francisca, o Tinto Cão, as Tourigas (franca e nacional), o Mourisco Tinto, etc; no grupo das Brancas: o Donzelinho Branco, Esgana-Cão, Malvazia fina, Rabigato, a Códiga, etc. - muitas das designações variam de região para região, mesmo de um concelho para outro, ou de uma freguesia para outra.
Estas castas são transversais a muitos dos concelhos do Douro, sendo difícil determinar a sua origem, pois estão aqui enraizadas algumas delas desde há séculos.
Todavia, há uma que, dada a sua especificidade, foi identificada com uma freguesia do concelho de Torre de Moncorvo: a códiga do Larinho (ver foto acima). Segundo alguns especialistas, será uma sub-casta, ou variedade da casta Códiga. O certo é que é a única que é específica do nosso concelho, embora naturalmente se possa ter já disseminado por outras terras do Douro.
Em tempo de vindimas aqui fica este apontamento (no seguimento do dos "arrotchos"), dedicado aos meus amigos Larinhatos, para que sintam ainda um bocadinho mais de orgulho na sua terra!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Uma nota de etnografia

Enquanto me encontrava a arquivar uns papéis em casa, reencontrei este artigo que me parece oportuno partilhar convosco. O seu autor é o eminente investigador, etnógrafo, historiador e arqueólogo Vergílio Correia, tendo sido publicado em 1937, numa colectânea de artigos de sua autoria denominada "Etnografia Artística Portuguesa", em Barcelos. É particularmente conhecido pelo seu trabalho desenvolvido na mais conhecida estação arqueológica do período romano em Portugal, Conímbriga. A grafia do texto é a original salvo o uso dos tremas que não consegui colocar.

Para Dra. Casimira Machado Leonardo, que do alto dos seus mais de 90 anos, muito me continua a ensinar sobre a históra, costumes e tradições da sua terra mater, o Larinho.


----
"Arrôchos" de Larinho e Felgar (Moncorvo)

"Larinho e Felgar são duas boas aldeias do concelho de Moncorvo, cuja visita a nova, inacabada, linha ferroviária do Pocinho a Miranda já tornou fácil e, relativamente rápida.

E interessante, embora um tanto enigmática, a paisagem desta região de terras esbranquiçadas, onde os vales, largamente desdobrados, entestam com cabeços escuros e pedregosos, salpicados de arvoredo miúdo. Região de centeios e trigos onde raro se alteia uma bandeira verde ou amarelecida de milhão, aqui, peor que no Alentejo - onde os montes alegram de manchas brancas a solidão das charnecas e dos montados -, raramente o largo espaço que medeia de povo para povo é habitado. A população concentra-se quási exclusivamente nas aldeias.


Ora nestas duas terras de Larinho e Felgar encontra-se localizado um costume etnográfico digno de referência. Por ocasião das ceifas, não são os homens que atam, em fachas, os molhos de palha, como sucede em tôda a parte; é a mulher a encarregada dêsse serviço. Mas como, por menos forte, ela não pode, à simples fôrça de braço, apertá-los conveniente, serve-se do arrôcho para êsse fim.

Atando duas ou três hastes de centeio, trigo ou cevada - conforme o cereal ceifado -, pelas espigas, com um nó de tecedeira, passa a cinta assim preparada sob o molho, reune as extremidades que ficaram com nova laçada com a varinha levemente recurva do arrôcho, consegue o desejado apêrto.

Como êste utensílio é, portanto, de uso exclusivamente feminino - um homem teria vergonha de empregá-lo, menosprezando a fôrça do seu braço -, aparece adornado de rústicos entalhes que os pegureiros e os namorados nas horas vagas se entreteem a gravar, à navalha, sôbre troncos afeiçoados de freixo ou buxo.

Os exemplares reproduzidos na figura junta, a um têrço do seu tamanho, dão bem a impressão da rudeza decorativa dos arrôchos que, algumas vezes, aparecem também pintados de verde, vermelho e azul. O seu comprimento regula entre 0,25 e 0,30 [metros].

Outubro de 1916.

(desenhos de A. Correia)"

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Ainda as festas de Verão

Igreja Matriz do Larinho (foto dos anos 30, arquivo Dr. João Leonardo)


Na senda das festas de verão, é importante referir que no último fim-de-semana de Agosto, ocorrem no concelho de Moncorvo várias festas e romarias. No Larinho, com a romagem à capela de Santa Luzia, que não é a padroeira, mas uma bela suplente, e que tinha uma bela capela com pinturas murais que foi quase totalmente demolida, já na segunda metade do séc. XX. Como curiosidade, na actual capela existem duas representações de Santa Luzia, mas a mais recente não pode sair na festa porque faz, segundo o povo, com que haja sempre trovoada.
Na zona "de trás da Serra" havia neste fim de semana a importante peregrinação ao Santo Apolinário de Urros, que este ano retrocedeu um fim de semana. Como sabem, no santuário existe o túmulo do Santo que, segundo a tradição, foi bispo de Ravena, e veio morrer àquele local. Esta festa foi das mais importantes do Sul do distrito, tendo ainda alguma participação.
Também neste fim-de-semana se comemora a festa a Santa Bárbara, na mui antiga vila de Mós, padroeira dos mineiros e das trovoadas. Recorde-se que no limite desta freguesia existiram alguns locais de fundição, sendo o último caso de fundição na Chapa Cunha, junto à ribeira de Mós. Daí a grande devoção por esta mártir da Igreja.
Na zona do vale existe outra romagem, à Nossa Senhora do Castelo (Adeganha), no local onde existiu povoamento antigo (pré-histórico, castrejo e romano), e cuja peregrinação, outrora, teria alguma importância. Recomenda-se a visita a este local, particularmente ao topo na capela de S. João, donde se pode desfrutar uma vista magnífica sobre o vale da Vilariça.
Faltou referir também, festa da Lousa que ocorre no terceiro fim de semana do mês, dedicada a Nossa Senhora dos Remédios, que teve algum relevo, já que esta já foi uma povoação com alguma importância. É de recordar que possuiu um convento de Trinitários, e é a única freguesia do concelho que é parcialmente classificada como Património da Humanidade pela UNESCO.

terça-feira, 31 de março de 2009

Linha do Sabor - Larinho

Nas imagens pode-se ver o antigo traçado da linha férrea do sabor, que foi desactivada há mais de 20 anos. Foi aproveitado pela Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, dando lugar a uma Ecopista que serve tanto para a marcha a pé, como para ciclovia. Foi a primeira a ser realizada em Trás-Os-Montes. Desta forma, os “amantes” das caminhadas podem percorrer a antiga linha ferroviária e apreciarem a beleza da paisagem natural que circunda a vila de Torre de Moncorvo e restantes locais do concelho, por onde passava a Linha do Sabor.

O primeiro troço da Ecopista, entre Moncorvo e Carvalhal, abriu em 2006. A estação do Larinho deu lugar a uma cafetaria, onde as pessoas podem tomar algo, depois de uma caminhada ao longo da Ecopista.
O projecto contempla, também a recuperação da estação de Carviçais, sendo aí instalado um museu etnográfico e a recuperação das casetas ao longo da linha, servindo de apoio aos utilizadores. Uma terceira fase da ecopista irá contemplar a recuperação do troço entre Carviçais e o Pocinho
Pois é sempre bom ver algo de interesse nacional ser recuperado e reaproveitado, não ficando assim ao abandono, como acontece muitas vezes.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Capelas no Larinho (1)


Tenho a sensação que o Larinho é uma aldeia com uma forte tradição de culto do divino. Um dos aspectos que me surpreendeu foi a quantidade de capelas espalhadas pelos bairros e largos.
A primeira fotografia mostra a capela do Senhor dos Aflitos (1896).
A segunda fotografia mostra uma representação nada simpática (como seria de esperar) das forças do mal, que faz parte de uma imagem da capela de Santo António, seguramente mais antiga do que a primeira.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Caminho, no Larinho

Na tranquilidade da tarde aquecida pelo sol de Outubro, procurava a localização de uma fonte, bastante antiga, no Larinho. O encontro com a fonte, não uma, mas duas, transportaram-me ao passado e imaginei-me várias décadas atrás, quando o acesso àquelas fontes era feito por este e outros caminhos. A luz rasante do final de tarde convidou-me. Não resisti a registar em fotografia este rústico caminho.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Pastagem Natural em Terras de Moncorvo - Raça Mirandesa

Ao passar pela Qtª Branca, no Larinho, na estrada que liga Moncorvo a Carviçais, chamaram-me à atenção estes lindos animais de raça mirandesa.

Apesar de ser raça oriunda da região trasmontana, os bovinos mirandeses estão já espalhadas por várias explorações de norte a sul do país.
A carne de bovino mirandês é a base da "posta à mirandesa", iguaria da cozinha nordestina. Apesar da qualidade, por vezes, é difícil abastecer o mercado, em expansão fora das fronteiras do Solar da raça.
Carne muito saborosa e suculenta. A carne destes animais é bastante utilizada na cozinha tradicional desta região, sendo de destacar a muito afamada posta mirandesa, que é uma forma de grelhar carne cujo único tempero é o sal, apenas para realçar o excelente sabor . Frequente é também o consumo sob a forma de vitela assada no forno, bifes à Alto Douro e vitela entronchada à transmontana. As restantes peças, menos nobres, são consumidas noutros pratos tradicionais da cozinha regional e nacional, designadamente no cozido nortenho, no cozido à portuguesa e em estufados vários.

Por terras de Moncorvo também se come uma bela posta à mirandesa, pois vale a pena passar em Carviçais no Restaurante "O Artur", onde a especialidade é a Posta à Mirandesa.

sábado, 11 de outubro de 2008

em prisão preventiva


Junto ao edifício do Centro Social e Paroquial do Larinho.
02-10-2008

terça-feira, 7 de outubro de 2008

É vinho


A sair do lagar para o pio. Ainda não é vinho, já não é sumo, é uma promessa.
Dia 2, no Larinho.

sábado, 4 de outubro de 2008

Panorâmica do Larinho


Na minha primeira visita ao Larinho fui positivamente surpreendido. Em primeiro lugar pela simpatia das pessoas, que me mostraram recantos da sua aldeia com muito carinho e entusiasmo. Depois porque estava à espera de uma pequena aldeia, cinzenta, deserta e encontrei uma aldeia com espaços amplos, com muitos motivos de interesse e ainda muito povoada.
Tenho pena de não ter conseguido encontrar a ponte romana, mas esta é uma boa "desculpa" para voltar ao Larinho, para captar outros pormenores que me escaparam nesta primeira visita.
A fotografia de hoje é a "colagem" de quatro fotografias, tiradas de junto da capela de Santa Bárbara.

(nota: estou com dificuldades em arranjar um site onde alojar imagens maiores do que o normal; O Blogger apenas aceita imagens até 1600 pixels. Se alguém tem conhecimento de algo melhor, agradeço a informação. O Panoramio, sítio que usei até hoje, deixou de permitir colocar as imagens, aqui, no Blogue).

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

No reino de Baco

Uma visita ao Larinho, levou-me a presenciar algumas fases do tratamento do vinho, num lagar tradicional. Grande parte das uvas do concelho já estão vindimadas, mas no Vale da Vilariça, a colheita continua.
A quantidade de uvas é boa e o tempo seco que se tem feito sentir talvez ajude a qualidade dos vinhos. Ficamos a aguardar...

Add to Google Reader or Homepage Subscribe in NewsGator Online Add to My AOL Add to netvibes Subscribe in Bloglines Add to Excite MIX Add to netomat Hub Add to Pageflakes

eXTReMe Tracker