Saíu ontem, dia 5.12.2009, num suplemento do jornal "Público", uma extensa reportagem sobre a extinta Linha do Sabor (do Pocinho a Duas Igrejas), e que nos atravessava o concelho, hoje parcialmente reconvertida em Ecopista.
Este trabalho tem a assinatura do jornalista Pedro Garcias, com fotos (a preto e Branco) de Paulo Pimenta. Numa dessas fotos figura o já nosso conhecido Sr. Abílio Carvalho, o último maquinista da linha do Sabor e que também conduziu a última locomotiva entre o troço da Linha do Douro entre Pocinho e Barca d'Alva. O mesmo foi já evocado neste blogue (lembram-se da expressão "Apita Abílio!"?), sendo o pai do nosso colega das blogosferas Rui Carvalho, carviçaleiro, e grande animador do Fórum de Carviçais .
Aliás, segundo declara o jornalista Pedro Garcias, foi o nosso Blogue que o conduziu até ao Sr. Abílio, tendo sido através do Torre de Moncorvo in blogue (citado na notícia) e do Fórum de Carviçais, que se obteve alguma informação para este trabalho. Vale a pena ler!
domingo, 6 de dezembro de 2009
Grande reportagem sobre a linha do Sabor no "Público"/P.2, de ontem
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Pocinho II
«Quando vem o Inverno, por estes sítios, o frio é uma emanação das águas do rio, o vento vem de todos os lados e aqui se junta na baía formada em redor da ponte de ferro, ao bater nas águas, é frio apenas, entre as árvores cresce o vento. Como hei-de eu dizer isto de outro modo?, apenas frio, frio apenas vindo do fundo do rio, do fundo da água, um estranho silêncio de árvores assustadas e sombras, pequenas sombras, agitam-se no litoral do rio, essas sombras, ondulam como a água, como os socalcos, sei que é frio e escuro, e o silêncio até, mas algo mais existe nisso de ser frio e silêncio, e o fio do rio ser límpido, alguma coisa me escapa e eu não vejo, nem aqui o trago definido ou não. Um universo inteiro de silêncio apenas rompido pela madrugada, os tons da alva, rosa e azul, violeta, uma cor intensa, imensa, nenhum tédio, o cheiro do bagaço da fábrica. Ver amanhecer o rio é assistir ao nascer do mundo, o ar clareia, e a água, desaparecem os ventos que a descem desde Espanha, e quando o Sol, fogo, ilumina o quarto elemento, que é a Terra, é como se uma angústia grande como o mundo começasse a desaparecer lentamente, espantosamente, parece um ciclo completo, os anjos vindos do infinito, ou da claridade apenas anunciando o dia, o calor vegetal, em toda a aldeia, em todas as janelas que se abrem para a luz do mundo, as sardinheiras nos seus vasos, sei que tudo está no lugar certo, no sítio perfeito, as laranjeiras quietas à espera da vingança do sol, alguém que caminha nas ruas da aldeia.»
Francisco José Viegas, Regresso por um rio. Ed. Europa-América, 1987, p. 78-79.
Foto de A. Botelho, 2009.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Pocinho
Francisco José Viegas, Regresso por um rio. Ed. Europa-América, 1987.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Protocolo para recuperação da Linha do Douro, do Pocinho a Barca d'Alva
Foi hoje (dia 10 de Setembro) formalmente assinado um protocolo entre várias entidades públicas, a saber, MOPTC (Ministério das Obras Públicas Transportes e Comunicações), REFER, CP, IPTM, CCDR-Norte e Estrutura de Missão do Douro, para Reabilitação do troço Ferroviário da Linha do Douro entre o Pocinho e Barca d'Alva, contando com a presença de altos representantes destas entidades, nomeadamente a Srª. Secretária de Estado dos Transportes, Engª. Ana Paula Vitorino. A cerimónia começou pelas 11;00h na presença de autarcas (tanto de Portugal como de Espanha), representantes de várias instituições, empresários (sobretudo do sector turístico) e numeroso público.
" - Hoje está um lindo dia. Hoje é um lindo dia... para o Douro" - assim começou a sua intervenção o Chefe da Estrutura de Missão do Douro, Engº. Ricardo de Magalhães, um dos paladinos por esta causa da reabertura da linha do Douro com fins turísticos, entre o Pocinho e a Barca. Palavras que foram retomadas pela Secretária de Estado dos Transportes, que manifestou a sua confiança no investimento e também nas entidades espanholas, para voltar a levar o combóio até Salamanca. Nesta fase, para se recuperar o troço em causa (Pocinho-Barca), serão investidos 25 milhões de Euros. Foi destacada a importância deste investimento para toda a região, em articulação com outras valências que se estão a afirmar, nomeadamente o turismo fluvial.

A história da construção da linha do Douro e, em particular do troço que agora se pretende valorizar, esteve patente num conjunto de painéis, expostos nesta data na estação do Pocinho (ver foto acima), tendo sido igualmente enfatizada ao longo dos discursos.

