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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Pocinho II

«Quando vem o Inverno, por estes sítios, o frio é uma emanação das águas do rio, o vento vem de todos os lados e aqui se junta na baía formada em redor da ponte de ferro, ao bater nas águas, é frio apenas, entre as árvores cresce o vento. Como hei-de eu dizer isto de outro modo?, apenas frio, frio apenas vindo do fundo do rio, do fundo da água, um estranho silêncio de árvores assustadas e sombras, pequenas sombras, agitam-se no litoral do rio, essas sombras, ondulam como a água, como os socalcos, sei que é frio e escuro, e o silêncio até, mas algo mais existe nisso de ser frio e silêncio, e o fio do rio ser límpido, alguma coisa me escapa e eu não vejo, nem aqui o trago definido ou não. Um universo inteiro de silêncio apenas rompido pela madrugada, os tons da alva, rosa e azul, violeta, uma cor intensa, imensa, nenhum tédio, o cheiro do bagaço da fábrica. Ver amanhecer o rio é assistir ao nascer do mundo, o ar clareia, e a água, desaparecem os ventos que a descem desde Espanha, e quando o Sol, fogo, ilumina o quarto elemento, que é a Terra, é como se uma angústia grande como o mundo começasse a desaparecer lentamente, espantosamente, parece um ciclo completo, os anjos vindos do infinito, ou da claridade apenas anunciando o dia, o calor vegetal, em toda a aldeia, em todas as janelas que se abrem para a luz do mundo, as sardinheiras nos seus vasos, sei que tudo está no lugar certo, no sítio perfeito, as laranjeiras quietas à espera da vingança do sol, alguém que caminha nas ruas da aldeia.»

Francisco José Viegas, Regresso por um rio. Ed. Europa-América, 1987, p. 78-79.

Foto de A. Botelho, 2009.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Douro outoniço

«...em todos os livros eu procurei o significado para essa luz que erra pelas águas como se pelos céus fosse...» - Francisco José Viegas, Regresso por um rio, ed. Europa-América, 1987.

Outoniça a luz, estira-se sobre o rio, salientando o amarelo das folhas das árvores que o marginam. Eis o Douro em plenitude, espraiando aquela majestade indiferente diante da qual tudo é pequeno. Oleografias perfeitas cujo verniz não estala.
Pelo fim da tarde destes dias frios, vale a pena descer até ao rio, espreitá-lo junto à Foz do Sabor, meditar um pouco sobre a beleza do mundo e a pequenez dos homens e acabar jantando numa das típicas tascas do peixe frito, canjirão cheio, e com verdadeiros Amigos em redor.
Porque não na Aurora? - fica a sugestão.
Fotos de Elisabete Almeida

quinta-feira, 16 de abril de 2009

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