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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Projecto LIMPAR PORTUGAL

Partindo do relato de um projecto desenvolvido na Estónia em 2008, um grupo de amigos decidiu colocar “Mãos à Obra” e propor “Vamos limpar a floresta portuguesa num só dia”. Em poucos dias estava em marcha um movimento cívico que conta já com cerca de mais de 17000 voluntários registados.Neste momento já muitas pessoas acreditam que é possível. O objectivo é juntar o maior número de voluntários e parceiros, para que todos juntos possamos, no dia 20 de Março de 2010, fazer algo de essencial por nós, por Portugal, pelo planeta, e pelo futuro dos nossos filhos.
Muito ainda há a fazer, pelo que toda a ajuda é bem vinda!

Quem quiser ajudar como voluntário só tem que consultar o sítio do projecto na internet, http://www.limparportugal.org/, onde tem toda a informação de como o fazer.

O projecto Limpar Portugal também está aberto a parcerias com instituições e empresas, públicas e/ou privadas, que, através da cedência de meios (humanos e/ou materiais à excepção de dinheiro) estejam interessadas em dar o seu apoio ao movimento.

No dia 20 de Março de 2010, por um dia, vamos fazer parte da solução deixando de ser parte do problema.

“Limpar Portugal? Nós vamos fazê-lo! E tu? Vais ficar em casa?"

Veja aqui: http://www.limparportugal.org/

_____________

LIMPAR PORTUGAL/TORRE DE MONCORVO
No caso concreto de Torre de Moncorvo, desde cedo um grupo de jovens aderiu a este projecto, o que muito saudamos. Nos últimos tempos gerou-se uma dinâmica maior, tendo já aderido, até este momento, 42 pessoas (individuais e colectivas), entre as quais diversas Juntas de Freguesia, Câmara Municipal e Agrupamento de Escolas.
Está prevista uma reunião sobre este assunto, a qual terá lugar no próximo dia 27 de Fevereiro no auditório da Biblioteca Municipal.

LIMPAR PORTUGAL/GRUPO TORRE DE MONCORVO:

Pode inscrever-se aqui: http://limparportugal.ning.com/groups/group/show?id=3644063%3AGroup%3A12523&xg_source=msg_mes_group

COORDENADOR: Nuno Mourão Carvalho (Grupo de Jovens de T.Moncorvo)

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Inauguração da XXIV Feira de Artesanato de Torre de Moncorvo

Foi inaugurada ontem, pelas 12;00h, a XXIV Feira de Artesanato de Torre de Moncorvo, com a presença do Presidente da Estrutura de Missão do Douro, Engº. Ricardo de Magalhães, Governador Civil do Distrito de Bragança, Engº. Jorge Gomes, Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, Engº. Aires Ferreira, e outras individualidades. Contando com várias dezenas de expositores de todo o país (incluindo da Região Autónoma da Madeira), a exposição está patente, como é habitual, no pavilhão gimnodesportivo da Corredoura, durante este período de festas da Amendoeira em Flor.
Aqui ficam algumas imagens da mesma:
Momento inaugural.
"Stand" de Moncorvo
A famosa amêndoa coberta de Moncorvo não podia faltar, tal como os cestos de vime de Carviçais.

Artesanato de madeira de Sever do Vouga

Renda de bilros - um trabalho de grande perícia e destreza manualColheres de Pau de Pardieiros

A Feira de Artesanato estará aberta diariamente até ao dia 28 de Fevereiro, durante a tarde e noite, até às 11;00 (aos sábados até à meia-noite). A não perder!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Festas da Amendoeira em Flor /Torre de Moncorvo - programa para Sábado:

(Clicar sobre o convite, para AMPLIAR)

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Exposição no Museu - inauguração é hoje à tarde, não se esqueça!


(clicar sobre o Cartaz, para AMPLIAR)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Cartaz das festividades da Amendoeira em Flor, em Torre de Moncorvo


Embora já aqui tenha sido postado o programa das festas da Amendoeira em Flor do nosso concelho, aqui fica, de novo, sob a forma de Cartaz (clicar sobre a imagem, para a Ampliar).

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Exposição "O ciclo da Amêndoa", no Museu do Ferro


(clicar sobre o Convite, para Ampliar)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Programa da Amendoeira em Flor - Torre de Moncorvo 2010

12 DE FEVEREIRO – SEXTA-FEIRA

- 14.00h - Corso de Carnaval, pelo agrupamento de escolas do concelho de Torre de Moncorvo

13 DE FEVEREIRO - SÁBADO

15;30h - inauguração da Exposição O ciclo da Amêndoa, no auditório do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo

16 DE FEVEREIRO – TERÇA-FEIRA (CARNAVAL)

- 15.00h - Actuação de José Alberto e sua banda, na praça Francisco Meireles

20 DE FEVEREIRO – SÁBADO

- 12.00h - Abertura da XXIV Feira de Artesanato de Torre de Moncorvo

Actuação da Banda Filarmónica de Felgar, no Largo da Corredoura

- 15.00h - Actuação da Banda Filarmónica de Felgar, na praça Francisco Meireles

- 15.00h - Inauguração da Exposição de Desenho e Pintura de Gomes da Rocha Sem Escola nem Escala”, no Centro de Memória de Torre de Moncorvo

- 16.00h - Apresentação do livro ”Na intuição do tempo de António Sá Gué

Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo

- XV Aniversário do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo Entrada gratuita a todos os visitantes, Museu do Ferro e da Região de Moncorvo

- 22.00h - Actuação de TAYTI, no Largo da Corredoura

21 DE FEVEREIRO – DOMINGO

- 15.00h - Actuação de David Caetano, Largo da Corredoura

27 DE FEVEREIRO – SÁBADO

- 22.00h - Espectáculo Cantigas do Festival, Largo da Corredoura

Actuação dos MYULA, Largo da Corredoura

28 DE FEVEREIRO – DOMINGO

- 15.00h - Actuação da Banda Filarmónica de Carviçais, Largo da Corredoura

- 18.00h - Encerramento da XXIII Feira de Artesanato de Torre de Moncorvo, Largo da Corredoura

4 DE MARÇO – QUINTA-FEIRA

- 15.00h - Abertura da VII Feira dos Produtos da Terra e Stocks, Largo da Corredoura

- 17.30h - Inauguração da VII Feira dos Produtos da Terra e Stocks, Largo da Corredoura

- 22.00h - Actuação de QUIM BARREIROS, Largo da Corredoura

5 DE MARÇO – SEXTA-FEIRA

- 22.00h - Actuação de MYULA, Largo da Corredoura

6 DE MARÇO – SÁBADO

- 22.00h - Actuação de PYROPLASTOS e DUFF, Largo da Corredoura

7 DE MARÇO – DOMINGO

- 16.00h - Actuação de BRUNO CORDEIRO, largo da Corredoura

- 18.00h - Encerramento da VII Feira de Produtos da Terra e Stocks, Largo da Corredoura

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Municípios do Douro vão investir 119 milhões de euros até 2013

Rio Douro, visto do termo de Sequeiros (foto de João Pinto V. Costa)
«Os 19 municípios que integram a Comunidade Intermunicipal do Douro (CIMDOURO) vão investir 119 milhões de euros até 2013 na construção de pólos escolares, requalificação urbana e estradas municipais, zonas empresariais, modernização tecnológica e ambiente.

“O objectivo é ter o Douro a uma só velocidade. O desenvolvimento passa pela coesão social e territorial”, afirmou hoje o presidente da CIMDOURO e da Câmara de Alijó, Artur Cascarejo.

A CIMDOURO está a gerir o Programa Territorial de Desenvolvimento do Douro que prevê, até 2013, um investimento na ordem dos 119 milhões de euros em projectos municipais, para os quais já dispõem de uma verba assegurada de 83,1 milhões de euros de cofinanciamento FEDER. Os primeiros contratos de financiamento foram assinados hoje no Peso da Régua, envolvendo uma verba de 8,4 milhões de euros e uma comparticipação comunitária de 5,9 milhões de euros.

Estes contratos correspondem às candidaturas a apresentadas pelos concelhos de Torre de Moncorvo e Santa Marta de Penaguião para a construção e requalificação de áreas de acolhimento empresarial e pelos municípios de Armamar, Freixo de Espada à Cinta, Lamego, Mesão Frio, Penedono, Régua, Sabrosa, Tabuaço, Torre de Moncorvo e Vila Real para a requalificação e beneficiação da malha viária municipal».

da Agência Lusa, 8.02.2010, in jornal "i", - para ver notícia completa: http://www.ionline.pt/conteudo/45800-municipios-do-douro-vao-investir-119-milhoes-euros-ate-2013

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Vêm aí as amendoeiras em flor!

Há sempre uma que chega mais cedo...

Ainda por cima amarga - ou talvez por isso...

Árvore-andorinha que anuncias a Primavera...

Apesar do céu plúmbeo, a esperança de dias risonhos...

Flor de amendoeira, a nossa sakura

que nenhum poeta ainda cantou devidamente...

Fotos e txt.: N.Campos

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Jornalista dá volta a Portugal (a pé!) e passa por Moncorvo


PORTUGAL A PÉ (PORTUGAL ON FOOT)


O jornalista Nuno Ferreira (ex-"Expresso", ex-"Público"), iniciou em final de Fevereiro, em Sagres, uma travessia de Portugal a pé. Entretanto iniciou um blogue que inclui alguns vídeos e crónicas desta viagem (ainda em curso), bem como várias crónicas que escreveu e foram publicadas na revista "Única". O seu "diário de viagem" pode ver-se no seguinte endereço:


http://networkedblogs.com/p26542669


Daí retirámos este apontamento sobre o Sr. António Poço, comerciante e artesão nas horas vagas, autor de belos trabalhos em madeira expostos na sua loja, sita na rua Manuel Seixas:

«Quando o comerciante, ex-lavrador, ex-operário fabril e artesão António "Farinhas", aliás António Poço, 75 anos, chegou a Torre de Moncorvo vindo de Vale da Madre, Mogadouro, na vila existiam muitos pobres e meia dúzia de proprietários rurais. "Vim em 1961 para trabalhar no depósito de farinhas das Moagens de Bragança. Em relação a Mogadouro, Moncorvo era uma cidade autêntica. Havia meia dúzia de ricos, donos das quintas. Os pobres emigraram. Os pobres enriqueceram, compraram prédios, os ricos ficaram na mesma. Agora, até os que emigraram estão mais pobres porque querem vender os prédios e não conseguem".
António, que vende artesanato juntamente com frutas e legumes junto da Igreja, nunca emigrou mas viu muitos "compadres" partirem para a França. "Agora andam cá e lá, têm lá os filhos, vão e vêm nessas carrinhas que os levam até lá. As estradas são boas".
As mãos de António, essas, nunca pararam. Primeiro no campo, em Mogadouro, depois na moagem, mais tarde no artesanato, até hoje. "Esses carros com os bois que faço em madeira são a cópia dos carros com que trabalhava em Mogadouro. A careja e o feno eram levados em molhes nesses aí. Nos carros dos cestos ía já o pão..."» - PUBLICADA POR NUNO FERREIRA EM 7:00H, QUARTA-FEIRA, 3.02.2010

Neste mesmo blogue pode ainda encontrar outros aspectos interessantes sobre a nossa terra (fotos e notas escritas), sobre a nossa terra.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Festa de S. Sebastião da Corredoura (Torre de Moncorvo)

Procissão do Mártis S. Sebastião, após a missa, pelas ruas da vila (foto N.Campos, 2006)

A festa de S. Sebastião vem-se realizando desde tempos remotos, centrada na respectiva capela, situada ao fundo do largo da Corredoura. O pesado andor, com a imagem do santo mártir colocada sobre um castelo de cartão, é levado desde a capela até à igreja matriz, onde decorre a missa dominical (o dia do Santo é 20 de Janeiro, mas, devido aos horários de trabalho, nas últimas décadas a festa passou a fazer-se no domingo imediato ao dia de preceito). Depois sai a procissão pelas ruas da vila, voltando o Santo para a capela.

Vista geral do Largo da Corredoura, ao início da arrematação, hoje à tarde.

Da parte da tarde tem início a famosa arrematação das oferendas, compostas por doçaria (bolos), fumeiro (chouriças, salpicões, presuntos), aves (patos, tordas), vinho, etc.. Sinal dos tempos, até "pizzas" (certamente da pizzaria ao lado), e outros géneros da actualidade. Noutros tempos, os pastores de Moncorvo ofereciam borregos e cabritos. Esta é sempre uma parte muito esperada e participada da festa. - De salientar que, tradicionalmente, em todas as festas de S. Sebastião, mesmo de outras localidades, entra a arrematação de enchidos.

"-Quem dá mais?" - pergunta o arrematador. O sr. Fernando Cavalheiro ("Bispo") levanta as chouriças.

O culto de S. Sebastião encontra-se generalizado por todo o Portugal, e, como não podia deixar de ser, pela nossa região, sendo uma das raras festividades de inverno. Consta que o referido culto se generalizou a partir do séc. XVI, depois de uma grande peste. S. Sebastião é também o protector relativamente às pragas de ratos, esses vorazes inimigos dos lavradores.

Um bom momento de convívio de todos os moncorvenses, de todas as idades - e o bom tempo ajudou!

Há quem defenda que a generalização do culto, durante o período filipino, entre o final do século XVI e inícios de XVII, e mesmo depois, se deverá ao desejo do regresso do rei "Encoberto", D. Sebastião, o mártir de Marrocos, por analogia ao santo homónimo. Seja como fôr, a capela da Corredoura (propriedade da Junta de Freguesia de Torre de Moncorvo) deverá ter sido construída por essa altura, pelos lavradores da Corredoura que ao santo sempre tiveram uma grande devoção. Lembro-me das descrições que faziam os mais velhos da Corredoura, idos dos anos 70, sobre a animação do que eram os arraiais no "picadeiro" de pedra junto da capela. Ao "santinho" chamavam-lhe o seu "vizinho mais velho"!

Iguarias de fazer crescer àgua na boca - as famosas bolas fritas.

Apesar das mutações sociais e culturais, a festa do S. Sebastião da Corredoura vai resistindo aos tempos graças à carolice de algumas famílias antigas de Corredoura, de que é justo salientar os Ramos e o Sr. Lamares, grande animador das festas da vila, com a colaboração de diversos arrematadores (Srs. Pinto, Fernando Rabaçal, Fernando Cavalheiro).

O ajudante de arrematador, Sr. Fernando Rabaçal exibe um molho de tordas, oferta de um caçador.

Ah, e os parrecos também não podiam faltar!

Após a arrematação tem lugar o arraial popular, animado por um conjunto local, para se poder dar um pé de dança.

Força Corredoura! O nosso S. Sebastião tem de continuar sempre com a sua festinha!

Fotos: N.Campos

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Francisco Carneiro de Magalhães e o clima de Moncorvo I

Na sequência de um post anterior, sobre o nevão que surpreendeu Moncorvo (10 de Janeiro), ena sequência dos ventos fortes que por cá deixaram marcas, trago aqui uma sequência de textos de um ilustre e ilustrado moncorvense do séc. XIX, Francisco António Carneiro de Magalhães e Vasconcellos, sobre um “prestígio natural”, seguido da “praga egípcia” aqui ocorrida no inverno de 1843-1844, publicada na Revista Universal Lisbonense, dirigida por António Feliciano de Castilho. Poderão alguns pensar que esta notícia poderia corresponder perfeitamente ao inverno de 2008-2009, que me fez lembrar deste texto. Aqui vai!

“Terrível prestígio natural (carta.)

(2552) Hoje [28 de Dezembro de 1843] se completa o decimo terceiro dia em que aos habitantes d’esta villa e povoações immediatas tem sido vedado ver brilhar em seu horisonte os beneficos raios d’esse astro vivificador, e alma do Universo; quando sabem egualmente que seus patrícios teem gosado geralmente de uma estação alegre e benigna; mas aqui uma tenacíssima e mui densa névoa, originada sem duvida pela próxima confluência dos rios – Doiro e Sabor – tem produzido o portentoso phenomeno de tornar em realidade essas maravilhosas e phantasticas descripções das mil e uma noites, e outras novellas produzidas por imaginações exaltadas , a que somente apraz o maravilhoso, ou impossível, descrevendo e pintando jardins, e arvoredos cujos arbustos, e arvores são nada menos que de prata, cristal, e diamantes; o que effectivamente por nossos olhos estamos observando realisado, pois que cercados por uma athmosphera frigidíssima que o calor do sol não pode penetrar, e aglomerando-se continuamente em pequenas gotas que a nevoa deposita sobre as arvores , plantas, e mais objectos em contacto com a atmosphera, immediatamente se congelam, apresentando aos olhos o mais insignificante destes objectos uma prespectiva magica; por exemplo, n’uma varanda onde por descuido, ou por serem quasi invisíveis antes d’este prazo se tinham deixado alguns fios de téas de aranha, gosa-se agora de uma vista que arrebata, imitando perfeitamente os fios e téas de aranha, festões, laços, e flores de finíssimas perolas ou fiadas de brilhantes.

Qualquer ramo d’ arvore ou arbusto finge exactamente um penacho de cisne como os de que se teem usado os militares; mas desgraçadamente se vão já sentido os efeitos lamentáveis d’este singullar phenomeno, pois que o peso do gêlo é já tal que as árvores não podem com elle, e os passageiros ficam aterrados com o súbito e estrondoso fracasso d’ um robusto pinheiro que se baqueia a seus pés arrancado pela raiz, ou estalando pelo tronco com o peso com que já não pode! E nas oliveiras tem já havido também uma grande perda, e tanto que hoje me disse um homem natural de Massores , aldêa distante daqui uma légua, que por lá tinham quebrado já quasi todas,e se este tempo assim continua póde trazer perdas incalculáveis, pois que a colheita do azeite por aqui era mais de mediana, e por isso as oliveiras não podem resistir ao pêso que o gèlo lhes augmenta, maxime para a parte da serra, onde a nevoa é constante, pois que ao puente d’esta villa felizmente ainda a nevoa levanta algum tanto deixando livres do maior gèlo uma grande porção d’olivaes que não estão em tanto perigo.”

(continua)

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Uma nota só para referir que se manteve a grafia original.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Ainda sobre Violante Gomes, a Pelicana - algumas achegas

Em primeiro lugar queremos saudar a inicativa da Drª. Júlia de Barros G. Ribeiro em trazer à luz, aqui no blogue, a problemática de Violante Gomes, a "Pelicana", no que toca à sua relação com a nossa vila. Este é, também, um assunto que há muito nos interessa, sem que, todavia, o tenhamos conseguido dilucidar e com dúvidas sobre se, algum dia, se possa esclarecer em absoluto. Na verdade, o único argumento com alguma base de sustentação para se relacionar a Pelicana com Moncorvo é a tradição popular. E, neste particular, há dois grandes argumentos:

1º. – a passagem do Pe. António Carvalho da Costa, in “Corografia Portugueza”, vol. I, Livro II, Tratado I, Lisboa, 1706 (páginas 424 e 425), em que se diz claramente: “He tradiçam bem fundada, que foy natural desta Villa a mãy do Senhor D. Antonio, Infante, que seis mezes se vio coroado Rei de Portugal; ainda de presente se apontão as casas em que nasceo, e se conhecem pessoas, que lhe são conjuntas em sangue”. Carvalho da Costa, homem ilustrado, astrónomo, com preocupação de certo rigor científico, é tido como um autor probo, que não inventa histórias. Assim, recolheu a informação (certamente por inquéritos enviados aos párocos das localidades, ou junto dos senados dos concelhos) e publicou-a tal como lha enviaram. Tendo este autor nascido em 1650 e falecido em 1715, a maior parte das informações para a “Corografia” devem ter sido obtidas ainda no séc. XVII, possivelmente nos finais desse século. Ora o séc. XVII não estava ainda muito distante da verdade dos factos (as vidas de Violante Gomes e D. António percorrem o séc. XVI, tendo este falecido em 1595) sendo difícil de aceitar que alguém, localmente, inventasse a “estória” para prestigiar a terra, invocando ainda parentes de sangue da Pelicana (e por consequência de D. António) se não houvesse nada que o justificasse. A menos que haja fantasistas em todos os tempos, e se tenha dado com a Pelicana algo semelhante com o que se passa com a ascendência (também moncorvense) do escritor argentino Jorge Luís Borges. Mas, a ser assim, Carvalho da Costa, se tivesse como segura outra localidade alternativa mais credível para o berço da Pelicana, decerto que o diria, ou descartaria esta informação;

2º. Ainda com base em Carvalho da Costa, diz-se que “ainda de presente apontam as casas em que nasceu” [Violante Gomes]. Ora as tradições populares em sociedades em grande medida àgrafas tende a perdurar no tempo. As casas que então apontavam (nos finais do século XVII) só podiam ser as mesmas (passaria a ser uma só, mas decerto ligando duas casas contíguas) que se apontavam no início do século XX, ou seja, em 1908, quando na revista “Illustração trasmontana” (depois compilada num volume, mas em artigo correspondente a 1908) se dá uma foto com a legenda: “Moncorvo – casa onde viveu a Plicana[sic], mãe de D. António Prior do Crato”). Daqui se prova que a tradição não assentava no vazio: tinha/tem um suporte físico, material.

Mais uma achega: quando dei aulas em Moncorvo, há já um bom par de anos, lembro-me de ter um aluno de apelido “Pelicano”. Posteriormente conheci uma moça do mesmo apelido (é a mesma pessoa que consta na lista telefónica de Torre de Moncorvo). Perguntei-lhe se tinha alguma coisa a ver com a famosa Pelicana e ter-me-á dito que sim, mas não é credível que memórias familiares (sem pergaminhos a comprová-lo) tenham perdurado tanto no tempo. No entanto, avento uma outra hipótese: “Pelicano” não teria nada a ver com a ave, que aqui não há, nem tão-pouco em Évora ou Covilhã, ou mesmo em Portugal (a não ser no Zoo), mas teria a ver com uma outra coisa, ou seja, pode derivar de “peles” ou “pelicas”. Assim, “pelicano” seria alcunha dada àqueles que trabalhavam com peles, a quem também chamavam “Peliqueiros”. Ora isto de peles, é actividade caracteristicamente judaica. E onde fica a actual rua do Prior do Crato (antiga rua de Trás)? – à boca da rua dos… Sapateiros!!! Aqui está outra actividade ligada a judeus (basta lembrar o famoso Bandarra de Trancoso).

É nossa convicção (desde há muitos anos) que a “judiaria” de Torre de Moncorvo andaria extra-muros, no arrabalde, nas imediações da praça F. Meireles. Com a conversão forçada, os cristãos-novos aí continuariam e, ao alargar-se o casario em redor (e no encosto da muralha medieval da vila, ao longo do séc. XVI-XVII), o “locus” preferencial desses “cristãos-novos” esticar-se-ia ao longo da rua dos Sapateiros (facto que as transcrições que recentemente se têm feito de fontes inquisitoriais tem vindo a comprovar). Assim sendo, é preciso muita pontaria para alguém se lembrar de “inventar” uma casa para a Pelicana, em Torre de Moncorvo, num local onde seria de esperar, na convicção de que a senhora seria, de facto, de origens judaicas, o que terá pesado não pouco nas pretensões de D. António, sobretudo num quadro de Contra-Reforma, tridentino, inquisitorial, face a uma Espanha católica (Filipe era designado por "S. Majestade Católica") e anti-judaica.

É, assim, uma hipótese sedutora e cheia de romantismo essa da Pelicana ser uma cristã-nova natural (ou com ligações a) de Torre de Moncorvo. Isso não exclui ligações a Évora ou à Covilhã já que a gente da nação circulava muitíssimo (eram andarilhos por natureza, pelos seus negócios, e também por razões óbvias) – diríamos que tomavam o eixo do actual “IP-2”, num tempo em que a fronteira tinha uma grande vitalidade económica (rede de castelos), fortemente segurada pela “gente da nação” (lembremos Belmonte, Trancoso, Guarda…).

Estamos em crer que nunca se encontrarão documentos que esclareçam de vez o problema, pois a terem existido, teria sido de todo o interesse, por parte de muitos (até a nível local), a sua destruição/apagamento, nesses conturbados tempos que precederam o reinado filipino e mesmo depois. Ou então desapareceram mesmo na voragem do tempo. Ficou a Lenda, como sempre acontece nestes casos. No entanto, esta é uma lenda/tradição que nos interessa a nós, moncorvenses, acalentar. Até porque nos liga remotamente a um Resistente, a um homem que teve a ousadia de defrontar o soberano mais poderoso do mundo do seu tempo: uma formiga contra um elefante!

E a melhor forma de acalentarmos esta poética tradição é conservando a casa que, na ancestral versão popular, se diz ter sido de Violante Gomes e sua família. A nosso ver dever-se-ia picar-lhe o reboco, restituindo-lhe o aspecto que tinha no início do séc. XX. Ou então, substituindo o reboco de cimento e tinta azul por uma massa pobre caiada.E,inevitavelmente dever-se-ia colocar uma placa informativa na fachada, aludindo à tradição da Pelicana. Mais: a dita casa deveria ser classificada como Imóvel de Interesse Municipal ou Concelhio. E, já agora, a travessa da Farmácia Martins, em vez de travessa Prior do Crato, poderia ser travessa de Violante Gomes, a Pelicana. Mãe e filho assim associados e associados a Moncorvo, fosse a dita senhora nossa conterrânea ou não (mas nós queremos que seja)! - Tal como sete cidades gregas disputaram a naturalidade de Homero e outras tantas disputam ainda, em Portugal, a de Camões.

por: N.Campos

Fotos (de cima para baixo):

1 - frontespício da obra do Padre A. Carvalho da Costa, Corografia Portugueza (1708-1712)

2 - foto retirada de Ilustração transmontana, 1908.

3 - rua Prior do Crato, em Torre de Moncorvo (foto de N. Campos)

4 - casa que a tradição assinala como tendo pertencido à Pelicana (foto N.Campos)

5 - placa toponímica da R. Prior do Crato (foto N.Campos)

6 - idem, da travessa Prior do Crato, que poderia ser de Violante Gomes, a Pelicana (foto N.Campos)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Violante Gomes, a "Pelicana" - II

[continuação do post de 2010.01.09]

> Retrato de D. António, prior do Crato, filho de Violante Gomes, numa gravura posterior que o apresenta como D. António I, rei de Portugal e dos Algarves.



Quanto ao Quadro Histórico (1601-1660) que nos é apresentado por Camilo ( já D. António havia morrido em 1595, no exílio em Paris, na mais triste pobreza ), ainda está bem vivo o ódio do Escritor não só pelo derrotado Prior do Crato, mas por toda a sua descendência e ainda pelo Infante D. Luís, seu pai, a quem apoda de vil, infame e pérfido, ao contrário dos historiadores que consultei e que tecem rasgados elogios a este príncipe.

Porém, é Camilo quem, numa longa nota de rodapé (pp.112-119) nos dá uma assaz convincente opinião sobre a Pelicana e o seu casamento com D. Luís. Ouçamos, pois, o escritor: “Violante Gomes (...) Digo suposta judia, porque apesar da quase unanimidade dos historiadores, creio que Violante Gomes era christã velha. O pae de Violante era Pêro Gomes que residia em Évora em junho de 1554. (...). Os que dizem que Violante professou em Almoster e ao mesmo tempo a reputam judia, não reparam na incompatibilidade da profissão com o sangue inquinado. É certo, porém, que Violante nunca professou.
Esteve alguns anos em Vairão, e d’ahi passou para Almoster, onde morreu [em 1568], sobrevivendo quatorze anos ao infante.
Para muita gente está ainda indeciso se D. Luiz casou ou não casou com a mãe de D. António. Os documentos officiaes convencem de que não houve um casamento canonicamente válido; mas eu pendo a crer que houve um casamento simulado, uma fraude pouco menos de infame, uma perfídia para remover as dificuldades que Violante punha a deixar-se possuir. As minhas suspeitas esteiam-se em um documento coevo em que Pedro ou Pêro Gomes, pai de Violante, é nomeado sogro do Infante D. Luiz. No livro dos baptizados de uma freguezia de Évora lê-se o seguinte assento:
"Em 15 de julho de 1544, baptizou o bacharel della (da parochia, o Padre Diogo VidaL, a Luiz filho de uma escrava de Pêro Gomes sogro do infante D. Luiz, foram padrinhos (…), e por verdade assigneij. Diogo Vidal Cura (…)" [1].
Se aqui não há falsificação contemporânea a fim de fortalecer as pretensões de D. António à legitimidade em 1580, este documento tem grande valor para justificar a desmoralização do infante e a resistente virtude de Violante, enganada vilmente pelo aparato de um casamento em que também foi enganado o pai da atraiçoada e o cura que baptizou o filho da escrava. (…). Estes casamentos com falsos padres clandestinamente não eram extraordinários na sua sociedade”.
(Fim da citação da longa Nota de Camilo).


O mesmo assento de baptismo é transcrito de Camilo pelo Abade de Baçal que na sua obra “Memórias Arqueológico-Históricas do distrito de Bragança - Os Notáveis”, (Tomo VII, p.212), dele faz leitura bem diversa: “Este documento constituirá uma prova esmagadora a favor da legitimidade de D. António se realmente não foi forjado para reforçar as pretensões de D. António ao trono português”.
É esta também a opinião de Veríssimo Serrão e de vários investigadores. Aliás, este historiador, a começar pela a sua tese de doutoramento, tem procurado, com o seu labor, pesquisa e estudo aturado de documentos da época em Portugal e no estrangeiro, muitos deles inéditos, dar continuidade àquilo que o Visconde de Faria começara e a que podemos chamar a reabilitação da figura de D. António, muito denegrida durante a dinastia filipina, pois poucos historiadores se tinham interessado verdadeiramente por trazer luz a esta figura que tanto tempo permaneceu obscura, desgarrada e de tal modo esquecida que os seus ossos ainda repousam fora da Pátria.
Todavia, esta questão foi aqui trazida, não para confirmar ou infirmar historicamente da legitimidade do Prior do Crato, mas porque, do ponto de vista literário, é sempre essencial aclarar ideias sobre o carácter e o modo de ser das personagens. Neste caso, os heróis, infelizes e trágicos, seriam D. António e sua mãe, Violante Gomes.

Passemos a Júlio Dinis e ao seu Escrito Incompleto. Trata-se apenas de um esquema, nada mais que 16 páginas, orientadas talvez para novela, talvez para teatro. Júlio Dinis, nesta mancheia de páginas, é o único escritor a mencionar o nome de Marta de Évora, de quem há remotas suspeitas que possa ter sido a mãe de Violante Gomes. Historicamente nada se sabe da mãe da Pelicana e na Geneall está representada por um N, o que significa "Não Conhecida, Incógnita".

A ter Júlio Dinis concluído a obra em mente, qual teria sido a acção principal? Quais as acções secundárias? Como se teria desenvolvido o enredo? É que, para além da existência de Marta de Évora (supostamente filha bastarda de D. Diogo, duque de Viseu, irmão da rainha D. Leonor e de D. Manuel, assassinado por D. João II), criada como filha por Briolanja Henriques - personagem esta que é referida por Garcia de Resende na sua Crónica “Vida e Feitos de El-Rei D. João II”, e que poderá ser extremamente importante em todo o enredo e talvez mesmo na vida de Violante Gomes - o autor sugere que Marta estaria destinada pelo rei a casar com Antão de Figueiredo, seu camareiro, mas que, por oposição da Rainha a tal casamento, acabaria a donzela por casar com Pedro ou Pero Gomes, que foi pai de Violante Gomes.
Porém, para além desta história, há ainda outro mistério a desvendar: o rapto de uma judia de nome Ester pelo Infante D. Afonso, filho de D. João II e herdeiro da coroa, o qual veio a morrer da queda de um cavalo junto da Ribeira de Santarém. O que teria acontecido a Ester, raptada e violada pelo príncipe herdeiro e, ao que tudo indica, logo oferecida a Antão de Figueiredo?
E não são os únicos estes dois núcleos de acção. Outros parecem delinear-se, como o destino de D. Jorge, filho bastardo de D. João II, criado por sua tia, a Infanta D. Joana de Aveiro. Por morte desta, seu pai, o rei, não sem oposição da rainha D. Leonor, decidiu trazê-lo para a corte.
Bem como o destino de D. Afonso, outro filho bastardo do mesmo D. Diogo, Duque de Viseu, portanto irmão de Marta de Évora, e criado em Pinhel às escondidas do rei.
Ou o destino de uma outra criança, D. Beatriz, filha do Duque de Bragança, decapitado em Évora, e que a rainha D. Leonor protegia.
Todos estes fios e estas vidas parecem entrelaçar-se, só não sabemos como Júlio Dinis o teria feito.
Mas que têm estas dramáticas intrigas a ver com Violante Gomes? Apenas o seguinte: se todas as personagens e factos descritos e sugeridos por Júlio Dinis são verdadeiros ou têm a sua base histórica, porque o não seria Marta de Évora?
Assim, pelo menos a Literatura poderia ter um nome para atribuir à mãe de Violante, e um nome de linhagem real, além de uma alcunha.[2]
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[1] Peço desculpa por colocar esta nota num post do Blog. Mas penso que aqui impõe-se o esclarecimento seguinte:

Este assento de baptismo, de que muito se tem falado ultimamente, como tendo sido descoberto por Luís de Mello Vaz de São Payo e apresentado em um estudo recente (?): D. António, Prior do Crato e Outros Cavaleiros da Ordem de S. João, 1997, e que seria importantíssimo para provar a legitimidade do Prior do Crato, não parece ser uma descoberta assim tão recente. Deste estudo não achei rasto. Mas o mais curioso é que Veríssimo Serrão nos diz que o documento em causa foi descoberto por António Francisco Barata que dele falou a Camilo, tendo sido divulgado em primeira leitura por este escritor. Afirma que nele não consta (…) Pero Gomes sogro do Iffante dom Luís (…), mas sim (…) Pero Gomes sobrinho do Iffante dom Luis (…). Francisco Barata sustenta que no séc. XVI viveram muitas famílias de apelido Gomes na cidade de Évora e poderá tratar-se de um sobrinho de Violante Gomes, o qual seria também sobrinho por afinidade de D. Luís. Veríssimo Serrão não crê que o documento tenha sido forjado, mas admira-se que, escondendo D. Luís o seu casamento com a Pelicana para não ferir D.João III, o Piedoso, como permitiu que o seu nome figurasse naquele papel? Remata dizendo: A menos que D. Luis não se encontrasse presente na cerimónia do baptismo. Cf. Veríssimo Serrão em: O reinado de D. António, Prior do Crato, Coimbra, 1956, pp. LXIII-LXIV. Este assento não só está no livro competente, mas também se encontra copiado na Biblioteca de Évora no Códice CIII /1-17, fl. 56.

[2] Desculpem mais outra Nota. Prometo que não haverá mais:

Inúmeras vozes vêm sugerindo que D. Briolanja Henriques, que terá criado Marta de Évora, a terá ensinado a tocar pandeiro tendo, por isso, a menina recebido a alcunha de “Pandeireta” e terá passado essa alcunha a sua filha Violante. ( Ver: «Marta de Évora - Debate sobre a “Legitimidade de D. António, Prior do Crato”», in Geneall-Forum - Geneall.pt/Geneall.net/ Fórum/ Guarda-Mor/Livraria).

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Por: JÚLIA DE BARROS GUARDA RIBEIRO
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[CONTINUA]

Etarras detidos em Torre de Moncorvo encontram-se em Lisboa


> Recorte de notícia de 1ª. página do jornal "i", de hoje (11.01.2010)

Os dois suspeitos "etarras" capturados em Torre de Moncorvo, ao início da noite de 9.01.2010, encontram-se desde ontem em Lisboa, para onde foram conduzidos a fim de serem ouvidos no Tribunal Central de Instrução Criminal. Sabe-se agora que os referidos suspeitos são Garikoitz García Arrieta e Iratxe Yañez Ortiz de Barron, sendo esta considerada "a mais perigosa" e tida como suspeita de participação nos atentados de Burgos (Julho de 2009) e de Maiorca.

A perseguição terá começado em Bermillo de Sayago (Zamora), quando a Guardia Civil espanhola achou suspeita uma carrinha de matrícula francesa (a qual se verificou depois que transportava componentes para fabricação de explosivos), pelo que a mandou parar. Nessa ocasião o condutor (García Arrieta) apoderou-se da viatura da Guardia Civil e escapou-se rumo à fronteira portuguesa onde entrou por Bemposta. A Guardia Civil entrou em comunicação com a GNR e a perseguição continuou do lado de cá, com meia-dúzia de viaturas a seguirem os suspeitos a grande velocidade, tendo culminado à entrada da vila de Torre de Moncorvo, onde foram disparados tiros de intimidação contra um dos fugitivos. A mulher logrou escapar e acabaria detida já no concelho de Vila Nova de Foz Côa, na zona do Pocinho, segundo se comentou em Moncorvo.
É de esperar que os suspeitos, uma vez cumpridas as formalidades da lei portuguesa, venham a ser extraditados para Espanha, o que já foi solicitado pelo Ministro do Interior espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba. Esta decisão é contestada pela Associação de Solidariedade com Euskal Herria (País Basco), uma organização portuguesa de simpatizantes com o movimento separatista basco.

Para mais informação sobre este caso, ver:
Agência LUSA: http://www.google.com/hostednews/epa/article/ALeqM5jbSrHqJenHbPYkEcWyeUSLNi5PFg

RTP (Rádiotelevisão Portuguesa):
http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t=GNR-confirma-prisao-de-dois-presumiveis-terroristas-da-ETA.rtp&article=309241&layout=10&visual=3&tm=8

TSF online (Rádio):
http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=1466340

"Correio da Manhã":

domingo, 10 de janeiro de 2010

Moncorvo é notícia: capturado casal de "etarras"

Foi hoje notícia de abertura de telejornais: um casal de alegados membros da organização separatista basca ETA entrou em Portugal pela fronteira de Bemposta e, tendo passado por Mogadouro, viriam a ser capturados pela GNR de Moncorvo, depois de comunicações com a Guardia Civil espanhola. O caso deu-se pela hora de jantar do dia de ontem, e, segundo alguns testemunhos locais, chegou a haver troca de tiros. Houve que dissesse que o "etarra" trazia uma metralhadora, o que afinal não era verdade (os boatos, nestas circunstâncias, propagam-se logo!)
Falou-se numa viatura com explosivos que teria sido abandonada ainda em território espanhol, após o que os operacionais da ETA teriam fugido, um deles numa viatura da própria Guardia Civil espanhola (a fazer fé num dos relatos), e a mulher noutra viatura ligeira com matrícula francesa, que viria a ser detida no Pocinho.
Segundo os noticiários dos principais canais de rádio e TV portugueses, o casal detido foi encaminhado para Lisboa, onde será interrogado e, naturalmente extraditado para Espanha.
Para saber mais: http://tv1.rtp.pt/noticias/?headline=46&visual=9&tm=7&t=ETA-queria-criar-uma-infraestrutura-em-Portugal-desde-2007-explica-imprensa-espanhola.rtp&article=309449
(e ver na coluna do lado direito a secção: "Notícias sobre Torre de Moncorvo no Google")

Este caso faz-nos lembrar a detenção, também em Moncorvo, em 1968, dos membros da LUAR, que se dirigiam para o assalto ao quartel de Castelo Branco, liderados pelo célecre operacional Palma Inácio. Depois de uma fuga para a zona da "fragada" dos Estevais/Cardanha a GNR local (e dos concelhos vizinhos), empreenderam uma verdadeira "caça ao homem", tendo capturado os chamados "terroristas", os quais foram entregues à polícia política (PIDE), que os encaminhou para Lisboa. Palma Inácio faleceu em Julho do ano passado, tendo sido lembrado aqui no blogue pelo colaborador Rogério Rodrigues - ver: http://torredemoncorvoinblog.blogspot.com/2009/07/morreu-palma-inacio.html

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