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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Sábado cultural, na Biblioteca Municipal

Momento da inauguração da exposição de Pintura/desenho.
Foi inaugurada no passado sábado (dia 20 de Fevereiro) no Centro de Memória (extensão da Biblioteca Municipal) de Torre de Moncorvo, uma exposição de pintura e desenho de autoria de Gomes da Rocha, sob o título: "Sem escola nem escala". Num total de 26 obras, sobre a arte de Gomes da Rocha, escreveu Antero Afonso no Catálogo da mostra: "...revela-se como uma criança; perde-se nos traços; confunde-se nas tintas; debate-se nas formas. Nessa infantilidade reafirmada aos sessenta, como já o fizera aos treze, podemos encontrar a síntese do seu percurso:- pinta para se espantar, ainda que os olhos lhe sorriam, sobretudo quanto surpreende os outros".
Obsessiva, nesta mostra, é a figura feminina, apenas esboçada ou sugerida, pondo-se a tónica nos seios, como anota o seu crítico: "as mamas são pretas, azuis, policromáticas", talvez reflexo da passagem do pintor por terras africanas, onde fez a tropa (Guiné).
Nascido no Porto (1950), Gomes da Rocha é advogado, foi jornalista e considera-se um pintor auto-didacta, pintando "por ociosidade". Conta com algumas exposições no seu currículo, nomeadamente no Ateneu comercial do Porto e na Casa do Douro (Régua). Tem participado também em exposições colectivas.
A Exposição está patente até ao dia 21 de Março, no Centro de Memória de Torre de Moncorvo
Aspecto parcial da Exposição
__________
Na mesma tarde de Sábado, como anunciámos, foi também apresentado, no auditório da Biblioteca, o livro de António Sá Gué (o mais recente colaborador aqui do blogue). A obra, intitulada "Na intuição do tempo", foi apresentada pelo nosso também colega de blogue Rogério Rodrigues, que evidenciou os principais aspectos do livro, aproveitando para fazer uma profunda reflexão sobre o Tempo, considerado numa dimensão que extravasou o histórico e entrou no filosófico. Uma leitura/abordagem digna de figurar em prefácio, numa futura reedição.
 Mesa de honra (da esquerda para a direita: Rogério Rodrigues, o apresentador do livro, Chefe de Divisão de Cultura e Turismo, Presidente da Câmara, Presidente da Assembleia Municipal e o autor, António Sá Gué)
A obra, que o próprio autor considera não ser propriamente um romance, mas um ensaio ficcionado, ou uma metáfora, é um vislumbre sobre o nosso tempo, ou antes, o tempo que abarca a memória das pessoas que hoje estão na "meia idade", para usar a expressão do Engº. Aires Ferreira, que abriu e encerrou a sessão, na qualidade de Presidente do Município. Ou seja, aqui se aborda o tempo final da Guerra Fria, das ideologias e dos idealismos, como o movimento hippie, Maio de 68, etc., até à queda do famoso Muro de Berlim, a que se sucedeu uma espécie de tempo de euforia, com o novo-riquismo, o consumismo, e o seu reverso, com os problemas/preocupações ecológicas e o depauperamento (não só económico) de um homo pouco sapiens. Tudo isto perpassa num diálogo que dura uma viagem de combóio - o combóio existencial, acrescentamos nós.
Aspecto da plateia, com um auditório repleto de público.

(Fotos de N.Campos)

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Inauguração da XXIV Feira de Artesanato de Torre de Moncorvo

Foi inaugurada ontem, pelas 12;00h, a XXIV Feira de Artesanato de Torre de Moncorvo, com a presença do Presidente da Estrutura de Missão do Douro, Engº. Ricardo de Magalhães, Governador Civil do Distrito de Bragança, Engº. Jorge Gomes, Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, Engº. Aires Ferreira, e outras individualidades. Contando com várias dezenas de expositores de todo o país (incluindo da Região Autónoma da Madeira), a exposição está patente, como é habitual, no pavilhão gimnodesportivo da Corredoura, durante este período de festas da Amendoeira em Flor.
Aqui ficam algumas imagens da mesma:
Momento inaugural.
"Stand" de Moncorvo
A famosa amêndoa coberta de Moncorvo não podia faltar, tal como os cestos de vime de Carviçais.

Artesanato de madeira de Sever do Vouga

Renda de bilros - um trabalho de grande perícia e destreza manualColheres de Pau de Pardieiros

A Feira de Artesanato estará aberta diariamente até ao dia 28 de Fevereiro, durante a tarde e noite, até às 11;00 (aos sábados até à meia-noite). A não perder!

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Apresentação do livro "Na intuição do Tempo", de A. Sá Gué, em Torre de Moncorvo


Na contracapa, que fecha o livro, deixa-se a questão: "Será possível fazer a síntese de um determinado tempo e percepcionar o Futuro? Que movimentos, que ideias nos influenciaram e nos fizeram seguir em determinada direcção? Este é o propósito deste livro, que procura condensar alguns dos movimentos sociais do séc. XX, materializados em personagens que interagem entre elas dentro do comboio do tempo, um tubo de ensaio onde as personagens, ora exteriorizam os seus pensamentos, ora os verbalizam, ora comentam a paisagem que vai surgindo através da vidraça do imperecível combóio, permanentemente fustigado pela força das intempéries da tecnologia e que o engenheiro Norberto acredita dominar. / Nada acontece por acaso".

O autor, António Sá Gué (nome literário do tenente-coronel António L.), nasceu na freguesia de Carviçais, concelho de Torre de Moncorvo em 1959, tendo frequentado o ensino secundário nesta vila. Estreou-se na escrita em 2007 com a publicação do romance "As duas faces da moeda", a que se seguiu, logo no mesmo ano, o belo livro "Contos dos Montes Ermos" (que tem por cenário a nossa região), numa edição da ArtEscrita. Em 2008, com a chancela da Papiro Editora, publica "Fantasmas de Uma Revolução", onde ficciona o PREC.
No presente livro, "Na intuição do Tempo", o autor analisa os grandes movimentos do séc. XX - o movimento hippie, o marxismo, o capitalismo... - e procura projectar o futuro pela interacção de vários "personagens-tipo" que viajam num comboio, animado de um movimento perpétuo. - Acrescentaremos nós que a esta metáfora ferroviária não estarão alheias as centenas de viagens de um magala pelas linhas do Sabor e do Douro (além da linha da Vida...).

A apresentação em Torre de Moncorvo é daqui a pouco, às 16;00h, na Biblioteca Municipal - não falte!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Jornalista dá volta a Portugal (a pé!) e passa por Moncorvo


PORTUGAL A PÉ (PORTUGAL ON FOOT)


O jornalista Nuno Ferreira (ex-"Expresso", ex-"Público"), iniciou em final de Fevereiro, em Sagres, uma travessia de Portugal a pé. Entretanto iniciou um blogue que inclui alguns vídeos e crónicas desta viagem (ainda em curso), bem como várias crónicas que escreveu e foram publicadas na revista "Única". O seu "diário de viagem" pode ver-se no seguinte endereço:


http://networkedblogs.com/p26542669


Daí retirámos este apontamento sobre o Sr. António Poço, comerciante e artesão nas horas vagas, autor de belos trabalhos em madeira expostos na sua loja, sita na rua Manuel Seixas:

«Quando o comerciante, ex-lavrador, ex-operário fabril e artesão António "Farinhas", aliás António Poço, 75 anos, chegou a Torre de Moncorvo vindo de Vale da Madre, Mogadouro, na vila existiam muitos pobres e meia dúzia de proprietários rurais. "Vim em 1961 para trabalhar no depósito de farinhas das Moagens de Bragança. Em relação a Mogadouro, Moncorvo era uma cidade autêntica. Havia meia dúzia de ricos, donos das quintas. Os pobres emigraram. Os pobres enriqueceram, compraram prédios, os ricos ficaram na mesma. Agora, até os que emigraram estão mais pobres porque querem vender os prédios e não conseguem".
António, que vende artesanato juntamente com frutas e legumes junto da Igreja, nunca emigrou mas viu muitos "compadres" partirem para a França. "Agora andam cá e lá, têm lá os filhos, vão e vêm nessas carrinhas que os levam até lá. As estradas são boas".
As mãos de António, essas, nunca pararam. Primeiro no campo, em Mogadouro, depois na moagem, mais tarde no artesanato, até hoje. "Esses carros com os bois que faço em madeira são a cópia dos carros com que trabalhava em Mogadouro. A careja e o feno eram levados em molhes nesses aí. Nos carros dos cestos ía já o pão..."» - PUBLICADA POR NUNO FERREIRA EM 7:00H, QUARTA-FEIRA, 3.02.2010

Neste mesmo blogue pode ainda encontrar outros aspectos interessantes sobre a nossa terra (fotos e notas escritas), sobre a nossa terra.

Idoso desaparece sem deixar rasto

Como poderão ver secção das Notícias, na coluna lateral direita deste blogue, o Diário Digital (em sintonia com a LUSA), noticiou o desaparecimento de um idoso da vila de Torre de Moncorvo. A pessoa em causa é o Sr. Aníbal Fernandes (conhecido pela alcunha de família de "Major"), morador no bairro da Corredoura, desaparecido no dia 29.01.2010, pelas 23;00h. Todas as buscas feitas para o localizar, até à data, revelaram-se infrutíferas.
Pede-se a quem souber do seu paradeiro que contacte a GNR de Torre de Moncorvo, ou a respectiva família.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Apresentação de livro de Joaquim Sarmento, em Torre de Moncorvo

É amanhã, na Biblioteca Municipal:


segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Etarras detidos em Torre de Moncorvo encontram-se em Lisboa


> Recorte de notícia de 1ª. página do jornal "i", de hoje (11.01.2010)

Os dois suspeitos "etarras" capturados em Torre de Moncorvo, ao início da noite de 9.01.2010, encontram-se desde ontem em Lisboa, para onde foram conduzidos a fim de serem ouvidos no Tribunal Central de Instrução Criminal. Sabe-se agora que os referidos suspeitos são Garikoitz García Arrieta e Iratxe Yañez Ortiz de Barron, sendo esta considerada "a mais perigosa" e tida como suspeita de participação nos atentados de Burgos (Julho de 2009) e de Maiorca.

A perseguição terá começado em Bermillo de Sayago (Zamora), quando a Guardia Civil espanhola achou suspeita uma carrinha de matrícula francesa (a qual se verificou depois que transportava componentes para fabricação de explosivos), pelo que a mandou parar. Nessa ocasião o condutor (García Arrieta) apoderou-se da viatura da Guardia Civil e escapou-se rumo à fronteira portuguesa onde entrou por Bemposta. A Guardia Civil entrou em comunicação com a GNR e a perseguição continuou do lado de cá, com meia-dúzia de viaturas a seguirem os suspeitos a grande velocidade, tendo culminado à entrada da vila de Torre de Moncorvo, onde foram disparados tiros de intimidação contra um dos fugitivos. A mulher logrou escapar e acabaria detida já no concelho de Vila Nova de Foz Côa, na zona do Pocinho, segundo se comentou em Moncorvo.
É de esperar que os suspeitos, uma vez cumpridas as formalidades da lei portuguesa, venham a ser extraditados para Espanha, o que já foi solicitado pelo Ministro do Interior espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba. Esta decisão é contestada pela Associação de Solidariedade com Euskal Herria (País Basco), uma organização portuguesa de simpatizantes com o movimento separatista basco.

Para mais informação sobre este caso, ver:
Agência LUSA: http://www.google.com/hostednews/epa/article/ALeqM5jbSrHqJenHbPYkEcWyeUSLNi5PFg

RTP (Rádiotelevisão Portuguesa):
http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t=GNR-confirma-prisao-de-dois-presumiveis-terroristas-da-ETA.rtp&article=309241&layout=10&visual=3&tm=8

TSF online (Rádio):
http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=1466340

"Correio da Manhã":

domingo, 10 de janeiro de 2010

Moncorvo é notícia: capturado casal de "etarras"

Foi hoje notícia de abertura de telejornais: um casal de alegados membros da organização separatista basca ETA entrou em Portugal pela fronteira de Bemposta e, tendo passado por Mogadouro, viriam a ser capturados pela GNR de Moncorvo, depois de comunicações com a Guardia Civil espanhola. O caso deu-se pela hora de jantar do dia de ontem, e, segundo alguns testemunhos locais, chegou a haver troca de tiros. Houve que dissesse que o "etarra" trazia uma metralhadora, o que afinal não era verdade (os boatos, nestas circunstâncias, propagam-se logo!)
Falou-se numa viatura com explosivos que teria sido abandonada ainda em território espanhol, após o que os operacionais da ETA teriam fugido, um deles numa viatura da própria Guardia Civil espanhola (a fazer fé num dos relatos), e a mulher noutra viatura ligeira com matrícula francesa, que viria a ser detida no Pocinho.
Segundo os noticiários dos principais canais de rádio e TV portugueses, o casal detido foi encaminhado para Lisboa, onde será interrogado e, naturalmente extraditado para Espanha.
Para saber mais: http://tv1.rtp.pt/noticias/?headline=46&visual=9&tm=7&t=ETA-queria-criar-uma-infraestrutura-em-Portugal-desde-2007-explica-imprensa-espanhola.rtp&article=309449
(e ver na coluna do lado direito a secção: "Notícias sobre Torre de Moncorvo no Google")

Este caso faz-nos lembrar a detenção, também em Moncorvo, em 1968, dos membros da LUAR, que se dirigiam para o assalto ao quartel de Castelo Branco, liderados pelo célecre operacional Palma Inácio. Depois de uma fuga para a zona da "fragada" dos Estevais/Cardanha a GNR local (e dos concelhos vizinhos), empreenderam uma verdadeira "caça ao homem", tendo capturado os chamados "terroristas", os quais foram entregues à polícia política (PIDE), que os encaminhou para Lisboa. Palma Inácio faleceu em Julho do ano passado, tendo sido lembrado aqui no blogue pelo colaborador Rogério Rodrigues - ver: http://torredemoncorvoinblog.blogspot.com/2009/07/morreu-palma-inacio.html

sábado, 12 de dezembro de 2009

Moncorvenses recentemente premiados

1 – Arquitecto João Carlos Santos, enquanto coordenador da equipa responsável pela recuperação do Mosteiro de Tibães (Braga), arrecadou o prémio da Bienal Miami Beach atribuído pelo Instituto Americano de Arquitectos + Sociedade Americana de Arquitectos Paisagistas + Federação Pan-Americana de Associações de Arquitectos, destinado a galardoar os melhores projectos de recuperação arquitectónica a nível mundial. O projecto de Tibães, liderado pelo nosso conterrâneo, recebeu recentemente a medalha de ouro deste Prémio. Os trabalhos decorrem há cerca de 20 anos, com um custo global de 15 milhões de euros, em que se adoptaram soluções arquitectónicas arrojadas, articulando o novo com o antigo, sendo o claustro do refeitório do mosteiro uma das zonas intervencionadas que mais impressionou o júri norte-americano, conforme noticiou o Jornal de Notícias (edição de 9.12.2009, pág. 15).

Varanda do claustro do refeitório de Tibães (foto de Pedro Vila-Chã, in J.N., 9.12.2009)

João Carlos Santos nasceu em Torre de Moncorvo em 1962, tendo aqui feito o ensino secundário. Cursou Arquitectura na Universidade do Porto, tendo estagiado no atelier do famoso arquitecto Siza Vieira. Entrou para os quadros do IPPAR nos anos 90, onde tem desenvolvido projectos de recuperação e reabilitação em imóveis afectos ao Ministério da Cultura, nomeadamente para o remate da fachada poente do Palácio Nacional da Ajuda (sede do M.C.). Interveio também no projecto de remodelação do Museu do Abade de Baçal (Bragança), nos anos 90. Foi também o responsável pelo projecto da Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo (inicialmente com o Arqtº. A. Menéres) localizada num antigo solar de que aproveitou algumas estruturas. Actualmente – ainda de acordo com o J.N. – “coordena o projecto de Recuperação e Reabilitação do Mercado do Bolhão, no Porto”.

Sobre o prémio atribuído agora ao projecto de Tibães, ver: http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Braga&Concelho=Braga&Option=Interior&content_id=1442101

http://aeiou.visao.pt/arquitectura-recuperacao-mosteiro-de-tibaes-em-braga-teve-medalha-ouro-na-bienal-miami-beach=f539535

2 – Dr. José Eduardo Firmino Ricardo, vai receber no próximo dia 14 de Dezembro, o Prémio Douro /Ensaio, instituído pela Direcção Regional da Cultura do Norte, pelo seu trabalho: "Domus Mea est Orbis Meus: Campos Monteiro (1876-1933)", que corresponde basicamente à tese de mestrado do autor, recentemente defendida na UTAD e que foi aprovada com louvor. De igual modo, foi também por unanimidade que o júri do prémio Douro/Ensaio decidiu atribuir este prémio a José Ricardo, “tendo em conta os critérios de originalidade/contributo inovador, aptidão científica e qualidade literária”, aspectos que, ainda no entender do júri, se distinguiram, “pelo seu nível ensaístico, dos restantes trabalhos a concurso”. O prémio vai ser entregue pela nova Directora Regional da Cultura do Norte, Arquitecta Paula Silva, na próxima segunda-feira (14.12.2009), pelas 15;00h, na sede do Museu do Douro, em Peso da Régua.

Obra do escritor Campos Monteiro (1876-1933), foi objecto do trabalho de José Ricardo

José Ricardo é natural de Torre de Moncorvo, tendo estudado na Escola Secundária Dr. Ramiro Salgado, antes de se licenciar em Línguas e Literaturas Modernas e ter feito a tese de mestrado pela UTAD. É professor de Português em Vila Real , colaborador assíduo de “A voz de Trás-os-Montes” e comentador atento de assuntos de actualidade, com intervenção no jornal “Público”, na secção “cartas ao director”, bem como através do seu blogue: http://rescivitas.blogspot.com/

A tese de mestrado de José Ricardo, sobre Campos Monteiro, está já disponível na Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo.

(Agradecemos a seu irmão Carlos Manuel, “Camané” para os amigos, a informação disponibilizada).

Aqui ficam os nossos Parabéns a estes dois nossos conterrâneos pelo trabalho que têm realizado, cada um na sua área, sendo o reconhecimento nacional e internacional que obtiveram um motivo de grande orgulho para todos os moncorvenses.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Rentes de Carvalho, conversando em Vila Real

Rentes de Carvalho (foto de João Pinto V. Costa)
Rentes de Carvalho foi o mais recente convidado do ciclo Conversas no Museu da Vila Velha, em Vila Real, que se realizou no passado dia 21 de Novembro. Este encontro com o escritor foi promovido pelo Museu da Vila Velha em coordenação com a Direcção Regional do Norte do Ministério da Cultura.
Professor Rentes de Carvalho, entre a Drª. Helena Gil e Dr. João Luís, da D.R. Cultura do Norte (foto de João Pinto V. Costa)

Rentes de Carvalho, embora nascido em Vila Nova de Gaia tem raízes trasmontanas em Estevais de Mogadouro, sendo um "cliente assíduo" de Torre de Moncorvo. Aliás, os seus avoengos mais remotos seriam oriundos de Mós e das Quintas do Cabeço, entre os concelhos de Moncorvo e Mogadouro. Sua mãe, a Srª. Ernestina, faleceu há poucos anos no Lar de Carviçais, tendo sido uma das personagens centrais do seu célebre romance "Ernestina".
Ainda nos anos 40, José Rentes de Carvalho saíu de Portugal por motivos políticos e, depois de passar pelo Brasil, Nova Iorque e Paris, acabaria por se fixar na Holanda, em 1956, onde trabalhou inicialmente no departamento comercial da embaixada brasileira. No Brasil deixou colaboração diversa em jornais como o Correio Paulistano, O Estado de S. Paulo, O Globo e revista O Cruzeiro. Já na Holanda licenciou-se na Universidade de Amsterdão, com uma tese sobre "O povo na obra de Raúl Brandão". Ingressou posteriormente como professor na mesma Universidade (1964) aí ficando a leccionar Literatura Portuguesa até 1988.
No âmbito da sua actividade universitária e como escritor, na Holanda, deu a conhecer vários autores clássicos da literatura portuguesa (p. ex. Eça de Queiroz e Raúl Brandão), e aí escreveu obras que foram "best-sellers", tais como os livros Com os Holandeses (1ª. ed. de 1972, com sucessivas reedições até hoje) e Ernestina (1ª. ed. holandesa de 1988 e várias reedições), para já não falar em Portugal: um guia para amigos (Portugal, een gids voor vrieden, ed. De Arbeiderspers, 1ª. ed. 1989), livro que obteve múltiplas edições em Holandês, mas que nunca teve versão portuguesa. Não raro aparecem na nossa região alguns turistas holandeses com este guia na mão.
Depois de ter passado por ser um "ilustre desconhecido" em Portugal (apesar de ser um escritor "best-seller" na Holanda), parece que finalmente o nosso conterrâneo Rentes de Carvalho começa a ser (re)conhecido pela imprensa de referência intelectual das urbes tugas: em 6.02.2009 o suplemento do Público "Ípsilon" recenseou a primeira edição portuguesa de Com os holandeses, sob a chancela da Quetzal (havia uma impressão em português, mas feita na Holanda); depois, em 18 de Abril do corrente ano o suplemento "Actual" do Expresso dedicou-lhe duas páginas, sob o título: "Um meridional nos Países Baixos - história de um best-seller português na Holanda que Portugal até hoje desconheceu"; ainda em Abril, "descobriu-o" a revista Ler dedicando-lhe também quatro páginas. Todavia, já antes, outra imprensa mais marginal o houvera "descoberto", como o Primeiro de Janeiro (Porto), sobretudo pela mão de Gonçalves Guimarães, um dos obreiros da Confraria Queirosiana (sedeada no Solar dos Condes de Resende, V.N. de Gaia) de que Rentes também faz parte.

Aspecto do auditório durante a sessão (foto de João Pinto V. Costa)

De uma ironia cortante, tanto em alguns dos seus escritos como na oralidade, em que um sentido de humor cáustico cativa e provoca o público, assim foi Rentes de Carvalho no passado sábado em Vila Real. Depois da apresentação efectuada pela Directora Regional da Cultura do Norte, Drª. Helena Gil, e respondendo a uma pergunta do Dr. João Luís Rodrigues sobre a sua vivência entre dois pólos (Holanda e Portugal), Rentes de Carvalho disse que não havia pólos, pois que se definia como um turista, aqui como lá, pois este jornadear fazia parte da sua vida como faz da de todos nós: "sou um turista que veio a esta vida para andar por aqui". Definiu-se depois como um observador: "olho, vejo, observo... e escrevo".
Uma das afirmações (ou provocações) mais polémicas que fez foi a de que gostaria de nascer holandês numa hipotética reencarnação. Isto tudo depois dos defeitos que apontou aos holandeses: hipócritas, sem sentido de humor e com grandes preocupações relativamente ao "politicamente correcto". Um sentimento ambivalente, pois admitiu a sua trasmontaneidade ao afirmar que nunca se conseguiu libertar das suas origens, ou antes, talvez não se tivesse querido libertar. Mais: se se tivesse "libertado", não teria havido um ganho, mas sim uma perda.
Poliglota, começou por dizer que desde criança, ainda em V. N. de Gaia, sendo vizinho da famosa família Cockburn (ligada ao Vinho do Porto), desde cedo aprendeu Inglês; depois teve a fase do Francês, até chegar ao Holandês. Por um certo receio de "perder a língua materna", mais tarde procurou regressar ao Português, língua em que habitualmente escreve: "Eu só funciono bem na escrita em Português", disse.
Referindo-se ao futuro negro das nossas aldeias trasmontanas, disse ironicamente que nem tudo é mau: ficarão como espaços de lazer e de recreio "de uns quantos ricaços que aqui viriam para passear, ou para escrever sobre isto, em passeios de fim de semana".
Sobre a actividade da escrita, e respondendo a mais uma das várias questões que lhe foram postas, considerou que "escrever é um trabalho árduo" e que se sente uma outra pessoa quando escreve, como se o acto de escrita fosse algo exterior a si, admirando-se até, posteriormente, de certas frases escritas, de que não se lembrava de as ter escrito. Dissertou, a propósito, sobre o problema da sinceridade/invenção do autor sobre aquilo que escreve.
Muitas outras questões foram abordadas, num convívio franco e aberto com um dos maiores escritores portugueses da actualidade, que oscila entre o mundo cosmopolita da Europa mais vanguardista (que o enche de perplexidade) e as suas raízes trasmontanas profundas em que procura ser mais um resistente num mundo em extinção. Por isso, num movimento pendular, qual ave de arribação, vai oscilando entre cá e lá, consoante as épocas do ano. Por cá fixa-se na sua tebaida dos Estevais, sendo frequente encontrá-lo, com sua esposa ou amigos holandeses, a almoçar no restaurante Lagar (Torre de Moncorvo), Artur (Carviçais), ou Lareira (Mogadouro).
Ou seja, em terras algo distantes das élites cultas das Lísbias ou dos Portos...
Sobre esta notícia, ver também: http://www.mensageironoticias.pt/noticia/2346

Blog de Rentes de Carvalho: http://tempocontado.blogspot.com/

por: N.Campos e Vasdoal

sábado, 24 de outubro de 2009

Recorte - sobre o nosso blogue

O jornal "Nordeste", que se edita em Bragança, possui uma secção intitulada "Tecnologa & Internet", a qual é dedicada aos "sites" e "blogues" que mais se destacam no distrito de Bragança. Na sua edição de 20.10.2009 (e sem ser a nosso pedido - note-se!), fomos destacados, tal como o recorte acima testemunha. Os nossos agradecimentos ao "Nordeste" e a todos aqueles que nos acompanham neste objectivo de divulgar a nossa terra, da melhor forma que sabemos e podemos.
"Não perguntes o que a tua terra pode fazer por ti, mas sim o que tu podes fazer pela tua terra" - é o nosso lema, com a devida vénia do Sr. J. F. Kennedy.

domingo, 20 de setembro de 2009

Um livro, dois filmes e uma festa

Como foi agendado e anunciado, dia 19 de Setembro foi dia de acontecimentos culturais.
Talvez porque Setembro é tempo de vindima e de colheitas.
Logo pela manhã, cerca das 11horas, teve lugar a apresentação do livro Torre de Moncorvo, Março de 1974 a 2009, de autoria de Fernando Assis Pacheco, Leonel Brito e Rogério Rodrigues, numa edição da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo.

Capa do livro Torre de Moncorvo, Março de 74 a 2009

Este livro, com prefácio de Rogério Rodrigues, inclui as reportagens sob o título “Moncorvo –zona quente em terra fria”, saídas no jornal “República" em Março de 1974 (com assinatura de F. Assis Pacheco e fotos de Leonel Brito), assim como “Terras de Moncorvo – o futuro não tem pressa” (de autoria de Rogério Rodrigues, agora com fotografias de Leonel Brito) e a reportagem mais recente de Rogério Rodrigues, intitulada “Moncorvo: o Presente, ao menos. 25 anos depois”. Este texto foi escrito para a exposição “Moncorvo de Março a Junho - de 1974 a 2009”, inaugurada no Centro de Memória no passado dia 20 de Junho, como aqui se noticiou (ver: http://torredemoncorvoinblog.blogspot.com/2009/06/20-de-junho-sabado-jornada-cultural-no.html)

O Sr. Governador Civil do distrito, Dr. Victor Alves, no uso da palavra

O livro condensa todo o material patente na referida exposição, sendo agora enriquecido com alguns textos, tais como uma evocação de Afonso Praça (jornalista natural do Felgar e colega dos autores), que, por sua vez, havia escrito uma outra reportagem marcante sobre Torre de Moncorvo, em 1972, publicada no “Notícias de Trás-os-Montes” (nº 20, 9.09.1972), com o título “Moncorvo: a vila que parou”. Inclui-se também o texto do discurso de Rogério Rodrigues no dia da inauguração da exposição atrás referida, poemas e textos de Assis Pacheco dedicados a Afonso Praça e ao Rogério, o poema “Biografia” de Tiago Rodrigues, mais duas notas biográficas dos co-autores Rogério Rodrigues e Leonel Brito, insignes colaboradores deste blogue.

Os autores durante a sessão de autógrafos
Depois das palavras de circunstância, na abertura da sessão, pelo Sr. Presidente da Câmara de Torre de Moncorvo, Engº Aires Ferreira, e pelo Sr. Governador Civil do distrito de Bragança, o historiador Victor Alves, coube a apresentação da obra ao Dr. José Albergaria, amigo e colega de Rogério Rodrigues em vários jornais (conheceram-se no exílio, em Paris, em 1968), que enalteceu as qualidades dos autores e a importância desta obra como uma importante síntese da história contemporânea de Torre de Moncorvo. O apresentador não quis deixar de se referir ainda ao conhecimento que tem haurido sobre a nossa terra através deste blogue, de que é visitante assíduo.

Momento da projecção de Gente do Norte, no Cine-teatro de Torre de Moncorvo
Da parte da tarde, já no Cine-teatro, seguiu-se a apresentação dos filmes “Gente do Norte” (de 1977), o documentário há muito por nós esperado, bem como “Encomendação das Almas” (1979), ambos realizados por Leonel Brito, com textos de Rogério Rodrigues.
Num cine-teatro quase repleto, com presença de muitas das pessoas que figuraram nos filmes e seus descendentes, este foi um momento pleno de emoção pela imagem que nos deu da vila e de um concelho de Torre de Moncorvo bastante diferentes, de há mais de 30 anos.
“Gente do Norte” abre com uma imagem impressiva da Vilariça, com um plano do vale dominado pelas ruínas da Vila Velha, fazendo-se, a partir daí, a transição para a actual vila, numa viagem ao Presente de 1977, hoje já História. A par de uma forte crítica social relativamente aos senhores da terra, o documentário mostra o pulsar da vida quotidiana, desde as actividades rurais aos primórdios da escolaridade obrigatória, os ritmos da vila com as célebres passeatas na praça, a religiosidade, com suas procissões e ritos de passagem (casamentos e baptizados), a arquitectura tradicional em transformação pela construção emigrante, o problema dos “retornados”, as festas tradicionais já com ritmos de "merengue", as feiras já com megafones, ainda bastantes animais de carga e gados além de (poucos) carros, carrinhas e tractores, as minas de ferro paralizadas em maré de expectativas, etc., etc.. Todo o filme é um caleidoscópio onde perpassam imagens de um mundo em mutação que desembocou no que conhecemos hoje. Salientamos ainda, da banda sonora, a canção "Moncorvo, terra e gente", de José Mário Branco.
Como escreveu o Rogério no folheto de apresentação: “Ao escrever estas palavras passam-se já 32 anos que não vejo o filme. Mas sinto-o na pele. O Leonel e eu quisemos identificar e memorizar uma ruptura social e económica como a que então se deu em Moncorvo. Muitas das imagens que vão ver fazem parte do passado, mas a sua sombra já espreita o presente. Ou seja, não era mais possível o passado. Mesmo com mitos desfeitos, esperanças abandonadas, a Moncorvo só lhe restava o futuro. Gente do Norte é a carta que terá chegado ao destinatário”.

Momento de convívio no jardim da Biblioteca, com a nossa colaboradora Júlia Biló em conversa com o Sr. Carlos Evangelista (o "Pobre Rico") e seu filho Sr. João Carlos.

Quanto à “Encomendação das Almas”, documentário também recentemente resgatado aos arquivos da RTP, a sua projecção em écran de cinema deu-lhe uma outra amplitude relativamente à apresentação feita na Quaresma, no pequeno auditório do Museu do Ferro (ver: http://parm-moncorvo.blogspot.com/2009/04/apresentacao-do-filme-encomendacao-das.html). Trata-se de outro documento extraordinário, de grande interesse antropológico e etnográfico, pelo que o realizador o quis dedicar à memória do Padre Joaquim Manuel Rebelo, investigador que foi o consultor científico, além de participante, deste filme.
Momento de actuação da Tuna Popular da Lousa
A jornada cultural terminou com um concerto ao ar livre e uma merenda nos jardins da Biblioteca Municipal e Centro de Memória, onde se distribuíram várias cópias dos filmes apresentados, com forte presença dos idosos dos Lares do concelho.
Fotos: N.Campos

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Protocolo para recuperação da Linha do Douro, do Pocinho a Barca d'Alva

Foi hoje (dia 10 de Setembro) formalmente assinado um protocolo entre várias entidades públicas, a saber, MOPTC (Ministério das Obras Públicas Transportes e Comunicações), REFER, CP, IPTM, CCDR-Norte e Estrutura de Missão do Douro, para Reabilitação do troço Ferroviário da Linha do Douro entre o Pocinho e Barca d'Alva, contando com a presença de altos representantes destas entidades, nomeadamente a Srª. Secretária de Estado dos Transportes, Engª. Ana Paula Vitorino. A cerimónia começou pelas 11;00h na presença de autarcas (tanto de Portugal como de Espanha), representantes de várias instituições, empresários (sobretudo do sector turístico) e numeroso público.
" - Hoje está um lindo dia. Hoje é um lindo dia... para o Douro" - assim começou a sua intervenção o Chefe da Estrutura de Missão do Douro, Engº. Ricardo de Magalhães, um dos paladinos por esta causa da reabertura da linha do Douro com fins turísticos, entre o Pocinho e a Barca. Palavras que foram retomadas pela Secretária de Estado dos Transportes, que manifestou a sua confiança no investimento e também nas entidades espanholas, para voltar a levar o combóio até Salamanca. Nesta fase, para se recuperar o troço em causa (Pocinho-Barca), serão investidos 25 milhões de Euros. Foi destacada a importância deste investimento para toda a região, em articulação com outras valências que se estão a afirmar, nomeadamente o turismo fluvial.

É preciso recordar que a linha do Douro foi uma obra arrojada da engenharia do século XIX, pela quantidade de túneis e "obras de arte" (pontes e viadutos) que foi necessário construir. Na sua extensão total, entre o Porto e a Barca d'Alva, eram 200 km, marginando na quase totalidade do seu percurso um rio Douro ainda bravio, que só alguns afoitos barcos rabelos iam vencendo, a muito custo e à custa de muitos naufrágios. O combóio só chegaria à Barca em 1887, depois de 11 anos de intensos trabalhos, do Pocinho para montante - a parte mais bravia do Douro, de calor intenso no verão e grandes geadas no Inverno. Nos anos 80 do século XX, depois do encerramento do troço espanhol de Salamanca a La Frejeneda, acabaria por fechar também, do lado de cá, o troço de Pocinho a Barca d'Alva.

Esta obra foi sobretudo impulsionada pela Associação Comercial do Porto e o consórcio denominado “Sindicato Portuense”, tendo-se também empenhado nisso as entidades de Salamanca, a quem interessava garantir o escoamento das suas mercadorias para um porto de mar. Um dos paladinos da ligação entre a Barca d’Alva e Salamanca foi Ricardo Pinto da Costa (1828-1889), banqueiro e homem de negócios portuense, que presidiu à referida Associação Comercial do Porto aquando da constituição da Compania del Ferrocarril de Salamanca à la Frontera Portuguesa. Viria a receber o título de Conde de Lumbrales, outorgado pelo rei espanhol Alfonso XII (na vila espanhola de Lumbrales localiza-se uma casa apalaçada do séc. XIX, conhecida por casa do Conde deste título).

A história da construção da linha do Douro e, em particular do troço que agora se pretende valorizar, esteve patente num conjunto de painéis, expostos nesta data na estação do Pocinho (ver foto acima), tendo sido igualmente enfatizada ao longo dos discursos.

Foi ainda recordado pelo Presidente da Câmara de Vila Nova de Foz Côa que os pilares para o desenvolvimento do Douro, enunciados pelo Primeiro Ministro em 2006, foram, para além da Paisagem, do Vinho, do Turismo, também a Cultura. Esta valorização, a par de uma série de investimentos que o município fozcoense está a realizar no Pocinho (e que longamente enumerou), são também Cultura - disse.
Assim sendo, dizemos nós, não se compreende como é que nesta mesma estação do Pocinho se encontre a apodrecer, às vistas de todos, uma velha locomotiva a vapor da primeira metade do séc. XX, além de outras que se encontram nos armazéns da “Manutenção”. Até estes dias, a referida máquina estava rodeada de uma cortina de vegetação, cortada à pressa nas vésperas do acto solene de hoje. Além disso, tivemos notícia de que recentemente foi levada para a Alemanha mais uma locomotiva que se encontrava arrecadada na dita manutenção!

Mais uma: segundo noticiou o Jornal de Notícias, em coluna esconsa, no dia 21.08.2009, foi outra locomotiva a vapor levada para as Ilhas Baleares (ver o recorte acima), seguramente para servir objectivos de turismo. Tratava-se de uma máquina alemã que sempre trabalhou em Portugal, pelo que a sua historicidade nas referida ilhas é nula! – Ou seja, se fazia sentido ela estar em algum lugar, era aqui, na linha do Douro. Infelizmente não se ouviu um protesto de ninguém! – Pelo que fica a pergunta: depois de recuperada a linha, entre a Régua e a Barca, para fins turísticos, como se pretente, será que se vai voltar a comprar aos estrangeiros o que se lhes vendeu entretanto? E a que preço? E será que quem comprou e recuperou este património para os fins que se sabe, estará algum dia interessado em desfazer-se do que cá veio buscar, certamente a preço da uva-mijona? Responda quem souber.
No entanto, não podemos deixar de nos congratular com a assinatura deste protocolo, pois é um bom princípio para voltarmos a acreditar que o combóio votlará a apitar pelas encostas do Douro até Barca d'Alva. E escusado será dizer da importância e do benefício que este projecto também trará para o nosso concelho, Torre de Moncorvo, a meia dúzia de quilómetros do Pocinho!
Texto e Fotos: N.Campos

DOURO FILM HARVEST - uma antestreia no Cine-teatro de Torre de Moncorvo

Um feérico jogo de luzes envolveu o nosso Cine-Teatro num efeito espectacular

Pode ler-se na Agenda Cultural de Torre de Moncorvo (pág. 22): "O Douro Film Harvest é um encontro internacional de cinema que tem lugar na região do Douro Vinhateiro. Organizado pelo Turismo do Douro, com o apoio do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte/Estrutura de Missão do Douro, tem como um dos principais objectivos dirigir os holofotes do cinema para os cenários desta região vinícola, classificada como Património MUndial pela UNESCO". Assim, foram selccionados vários filmes românticos, de alguma maneira associados ao tema dos vinhos (Wine Films) a ser exibidos durante 5 dias por terras do Douro.
O público acorreu em massa para assistir à anteestreia de Julie & Julia

Quiseram os organizadores começar este ciclo de cinema pelo velhinho Cine-teatro de Torre de Moncorvo (cuja construção se iniciou na década de 40 do séc. XX), hoje com excelentes condições depois das grandes obras de remodelação realizadas entre 2002 e 2005. Pela primeira vez na sua história, o nosso Cine-teatro conheceu uma antestreia nacional! - Foi o caso do filme Julie & Julia, da realizadora Nora Ephron, com Meryl Streep (Julia Child) e Amy Adams (Julie Powell) nos principais papéis.

O Presidente do Turismo Douro, António Martinho, e Ricardo Trêpa, no momento da apresentação

Este Encontro de Cinema tem um carácter descentralizado, decorrendo entre Vila Real (Teatro Municipal), Lamego (Teatro Ribeiro da Conceição), Torre de Moncorvo (Cine-teatro) e Santa Marta de Penaguião (Auditório Municipal). Nesta primeira edição será homenageado o realizador o checo Milos Forman (vencedor do Óscar de melhor realizador com o célebre filme Voando Sobre um Ninho de Cucos), que receberá o galardão CastaDouro Carreira, a 13 de Setembro, no Teatro Ribeiro da Conceição, em Lamego, às 17h30.
Cartaz do evento Douro Film Harvest (Colheita de Filmes para o Douro)

Também a actriz Andie MacDowell marca presença para receber o prémio CastaDouro Convidada Especial, em cerimónia marcada para o dia 10 de Setembro, às 22h00, no Teatro Municipal de Vila Real, seguida da projecção do filme The Last Sign. Os actores nacionais Ana Padrão e Ricardo Trêpa são os anfitriões da primeira edição do Douro Film Harvest, cabendo a este último o papel de Apresentador do evento no Cine-teatro de Torre de Moncorvo. Acrescente-se, a título de curiosidade e como o mesmo fez questão de referir, que Ricardo Trêpa é neto do grande realizador português Manoel de Oliveira, um dos homens que mais tem divulgado o Douro através da sua Obra.

Resumo do filme, retirado do programa

Quanto ao filme estreado em Portugal no Cine-teatro moncorvense, baseia-se em duas histórias verídicas, passadas em tempos diferentes. Julie Powell é uma jovem mulher que, por volta de 2002, trabalha num centro de apoio psicológico por telefone a pessoas traumatizadas pela tragédia das Torres Gémeas de Manhattan/Nova Iorque. Como forma de se libertar do stress do dia-a-dia resolve criar um blogue dedicado à gastronomia, baseado num livro e numa série televisiva que a apaixonara, de autoria de uma consagrada "chef de cuisine", Julia Child. Esta, por sua vez, era uma grande apreciadora da cozinha francesa que aprendeu aquando de uma estadia em França, nos anos 40, onde seu marido era dilomata de carreira. Bem, o resto só vendo o filme, que é bastante divertido (tipo comédia).
Recomenda-se aos apaixonados da boa mesa e... ah, também da blogosfera! -depois perceberão porquê.

Nota: o filme foi apresentado nos E.U.A. no passado dia 7 de Agosto. No Brasil só a 16 de Outubro.

Fotos de N.Campos

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Apresentação de Outros Contos da Montanha, por Isabel Mateus

Ainda no passado dia 29 de Agosto, depois de inaugurada a Exposição sobre o felgueirense Armando Martins Janeira, teve a palavra uma outra felgueirense: Isabel Maria Fidalgo Mateus, natural das Quintas do Corisco, presentemente professora de Português na Universidade de Liverpool, após a conclusão do seu doutoramento pela University of Birmingham (Reino Unido).

Após a apresentação deste mesmo livro – Outros contos da Montanha – ocorrida há meses na Biblioteca da Escola Secundária de Torre de Moncorvo e no Grémio Literário de Vila Real (onde teve o patrocínio do escritor A.M. Pires Cabral e da presidente do Círculo Miguel Torga, Doutora Assunção Anes), chegou a vez de também a Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo dar a conhecer a obra desta nossa conterrânea.
Após as palavras do Sr. Presidente da Câmara, a apresentação da autora esteve a cargo de uma sua antiga colega do Secundário, que frequentaram em Torre de Moncorvo, a jornalista Glória Lopes, que enalteceu as suas qualidades, bem como do livro em causa.
Por fim, Isabel Mateus falou da temática dos diversos contos que compõem o livro. Por aqui perpassam a emigração, a desertificação humana, a dureza do trabalho no campo, hoje como no Passado, mas também muito da Cultura popular, tudo caldeado num grande telurismo, bem digno do conterrâneo Armando Martins Janeira (o homem que andava sempre com três pedras de minério do Roborêdo), ou ainda de Miguel Torga, de quem a autora colheu inspiração para o título desta obra. “Eu afirmo as quintas, as quintas são a minha raiz” – disse Isabel Mateus, a dado passo da sua intervenção. Congratulou-se pelo facto de os seus contos serem lidos em lares de idosos, além da sua apresentação em diversas escolas, como no Agrupamento Vertical de Torre de Moncorvo. Mas não só: em Inglaterra, na University of Liverpool, onde existe um grupo de Português, já se organizou uma semana de cultura lusófona (Lusophone Culture Week), tendo um dos seus contos sido traduzido para inglês.

A finalizar, Isabel Mateus levantou ainda um bocadinho a ponta do véu do seu novo livro, que terá por título: O trigo dos pardais e versará sobre a relação das crianças com a natureza, nomeadamente com brinquedos e brincadeiras a partir de elementos naturais, um tema bem do agrado do nosso colega blogueiro Vasdoal.
No auditório da biblioteca, aquando da apresentação do livro, esteve patente ainda uma exposição de desenhos aguarelados, de autoria de Cristina Borges, que serviram de base às belas ilustrações incluídas no livro.
Aqui deixamos as nossas felicitações à nossa colega de blogue, Isabel Mateus, e também à autora das ilustrações, por este belo livro, que tanto pode ser adquirido na Biblioteca Municipal ou no balcão do Museu do Ferro e da Região de Moncorvo.
Texto e Fotos de N.Campos

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Dia 29 de Agosto, inauguração da Exposição sobre Armando Martins Janeira

Conforme anunciado oportunamente, foi inaugurada no passado dia 29.08.2009, a exposição: sob o título “Armando Martins Janeira ou a busca do Homem Universal”.

Momento inaugural da Exposição, após os discursos do Sr. Presidente da Câmara e da Embaixatriz D. Ingrid Bloser Martins (foto da Biblioteca Municipal de T. de Moncorvo)
Esta mostra apresenta uma série de objectos pessoais, livros e documentos que pertenceram ao Sr. Embaixador Armando Martins Janeira, integrando alguns o espólio do Centro de Memória e outros a colecção particular da família, embora se perspective que alguns destes venham a ser doados também ao Centro de Memória.
A visita guiada à Exposição esteve a cargo da Srª. Embaixatriz, D. Ingrid Bloser Martins, que salientou os principais passos da vida e obra do Sr. Embaixador Armando Martins (1914-1988), natural de Felgueiras (concelho de Torre de Moncorvo). Tendo principiado a sua carreira diplomática no antigo Congo belga (mostra-se na exposição o uniforme que usava, à época), desta fase se apresentam alguns objectos de Arte Africana, que o nosso conterrâneo recolheu nessas paragens. Todavia, o que viria a cativar verdadeiramente o seu interesse foi a Cultura Japonesa, de que se tornou um estudioso emérito. Esse interesse vinha fermentando desde muito jovem, ao tomar contacto com a obra de Wenceslau de Moraes (n. Lisboa, 1854; m. Tokushima,1929), o português que se “japonizou” por completo entre o séc. XIX-XX. Numa das vitrinas ilustra-se esse contacto, com livros e imagens de e sobre Wenceslau de Moraes, alguns de autoria de Armando M. Janeira, como o “Peregrino” (recentemente reeditado pela editora Pássaro de Fogo).

O numeroso público seguiu atentamente as explicações sobre o significado dos objectos patentes, no contexto da vida e obra do embaixador Armando M. Janeira (foto da Biblioteca Municipal de T. de Moncorvo)

Fotografias da família imperial do Japão, estampas, kimonos e outras peças têxteis, colecções de bonecas japonesas, objectos do ritual do chá, alguns “kompeitos” (palavra japonesa de origem portuguesa para designar “confeitos”) similares às nossas amêndoas cobertas de Moncorvo (só que sem o grão de amêndoa no interior do açúcar, outros livros de Armando M. Janeira, como as Figuras de Silêncio, O impacto português sobre a civilização japonesa, Japão, a Construção de Um País Moderno ou, simplesmente, peças de teatro, como Linda Inês, tudo associado a objectos coleccionados com muita dedicação e carinho, como faianças e porcelanas, nesta mostra se encontra sintetizada uma vida que foi uma busca e um Encontro com o Outro, todavia sem nunca perder o sentido das suas raízes, como bem sintetizou a sua viúva, Srª. D. Ingrid.

Outro momento da visita guiada à Exposição (foto da Biblioteca Municipal de T. de Moncorvo)
Para melhor se ilustrarem alguns aspectos da obra e do pensamento de Armando Martins Janeira, foram lidos alguns textos de sua autoria, encenando-se alguns diálogos, por elementos do grupo de teatro Alma de Ferro, de Torre de Moncorvo (Américo Monteiro, Marilú Brito e Esperança Moreno).
A concepção da exposição teve o apoio do Sr. Arquitecto Carlo Maria Bloser, tendo a montagem sido apoiada pela equipa da Biblioteca/Centro de Memória. A decoração floral, integrando formosos arranjos de Ikebana, esteve a cargo da Srª. Embaixatriz D. Ingrid Bloser, assim como alguns conteúdos do Catálogo, que contou com a colaboração da Drª. Paula Mateus, especialista da obra de Armando M. Janeira, e da equipa da Biblioteca Municipal.
Esta Exposição fica patente no Centro de Memória de Torre de Moncorvo até ao mês de Outubro, podendo ser visitada durante o horário da Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo.
Para saber mais sobre o Embaixador Armando Martins Janeira, ver neste blogue:

E ainda o "site" próprio: http://www.armandomartinsjaneira.net/

NOTA: A título de mera curiosidade, informamos que foi no decurso de uma outra exposição sobre a Vida e Obra do Embaixador Armando Martins Janeira, realizada em 1997 no Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, que surgiu a ideia de se constituir um Centro de Memória destinado a conservar e a divulgar os espólios dos mais ilustres concidadãos naturais ou identificados com Torre de Moncorvo. Isto porque a Srª. Embaixatriz D. Ingrid Bloser Martins, logo nessa ocasião manifestou a intenção de oferecer uma série de documentos, livros e objectos pessoais ao Museu. Como o espólio em causa não se enquadrava bem no âmbito temático do Museu, para além da manifesta falta de espaço para se incorporarem outros espólios que eventualmente viessem a ser propostos (como era o caso do do Professor Santos Júnior, de que então também já se falava), o responsável do Museu do Ferro e da Região de Moncorvo propôs então à autarquia a criação de um Centro de Memória, o que viria a ser aceite e se concretizou no espaço actual anexo à Biblioteca.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Festa de Senhora do Amparo (Felgar)

Aconteceu este fim de semana a festa de Nª. Senhora do Amparo do Felgar.
A história do culto da Senhora do Amparo e da respectiva festa, começou com um barco em risco de naufrágio, no alto mar, num certo dia do século XIX, entre Portugal e o Brasil. O barco era de pavilhão inglês e chamava-se Iteamer.


Réplica do barco Iteamer, evocando a atribulada viagem do Comendador Pires (foto N.Campos)

Ia a bordo um felgarense, que viria a ser comendador, chamado Francisco António Pires (nascido em 29.06.1837; falecido em 7.03.1901), que, no meio da aflição geral, fez uma promessa de edificar uma capela e celebrar uma festa em honra da Senhora do Amparo, se se salvassem, o que veio a acontecer. E a promessa foi cumprida.


Imagem da Senhora do Amparo, no interior do Santuário (foto N.Campos)

Esta história, com uma réplica antiga do barco, e muitas fotografias de beneméritos, e todo o tipo de “souvenirs” e “ex-votos” podem apreciar-se na Casa dos Milagres do santuário.
A festa do Felgar enraizou-se ao longo de todo o século XX, sendo das romarias mais concorridas de todo o Leste do distrito de Bragança.

A devoção popular acende velas à Senhora, talvez uma reminiscência dos fogos sagrados, dos templos de Roma (foto N.Campos)
A devoção dos felgarenses pela sua Senhora do Amparo aumentou durante o período da guerra do ultramar (1961-1974), em que os soldados desta freguesia levavam consigo um pequeno retalho do manto da Senhora. Dizem que nenhum morreu durante essa guerra, apesar de alguns terem sido atingidos.

Procissão da Senhora do Amparo, em 1972 - o militar fardado, segurando o pendão, em promessa pelo seu regresso são e salvo, é César Rebouta (arquivo particular de Agripino Paredes, a quem agradecemos)
Mas, para mais detalhes e fotos, aqui fica a deixa para os colaboradores e amigos felgarenses.

domingo, 7 de junho de 2009

À Descoberta de Torre de Moncorvo

O Blogue À Descoberta de Torre de Moncorvo, criado por mim a 5 de Maio de 2008, teve uma adesão surpreendente. Foram 10 os colaboradores que se esforçaram para construir e manter este espaço de encontro. Ao fim de um ano, olhar para o futuro, fez-nos discordar nalguns aspectos e o grupo de colaboradores desfez-se. Ninguém é culpado, porque todos nos envolvemos movidos pela vontade de conhecer e divulgar o concelho, embora cada par de olhos nos mostre versões diferentes.
Consciente de que ainda há muito para fazer, decidi continuar o meu percurso de forma autónoma, deixando espaço para que outros colaboradores continuem na dinamização deste blogue, não deixando morrer este espaço que já uniu muita gente. A minha contribuição na Descoberta do Concelho continuará, mas com um novo endereço:

http://descobrirmoncorvo.blogspot.com/

Agradeço a todos os que me incentivaram e ajudaram a fazer deste Blogue uma semente que agora parece germinar dando lugar a vários blogues e sites que partilham de uma filosofia semelhante. Como diz a canção “é preciso morrer e nascer de novo”. O concelho está aqui, de braços abertos a todos os que queiram embarcar nesta barca. Basta “navegar” e ter a alma limpa, para poder apreciar a simplicidade de tudo o que nos caracteriza.


Até sempre.
Aníbal Gonçalves

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