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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Dia de Reis

Afinal ainda há quem mantenha a tradição de andar a "cantar os Reis" cá pela terra. Diversos alunos das escolas e de meninos dos jardins-escola, juntamente com professores e educadoras de infância, percorreram os comércios e algumas repartições, cantando e tocando. Esperemos que o peditório tenha sido compensador, apesar da tão propalada "crije".

Nas fotos em baixo, grupo de crianças e respectivas educadoras, do jardim de infância nº. 2, de Torre de Moncorvo:

Fotos de N.Campos

4 comentários:

Júlia Ribeiro disse...

A 1ª quadra que se cantava sempre ao chegar à porta de uma casa era :

Inda agora aqui cheguei
Pus o pé nesta escada,
Logo o meu coração disse
Aqui mora gente honrada.

Quando, depois de muitas quadras , em que se iam nomeando as pessoas da família em causa, com uma adjectivação altamente elogiosa, e a porta teimava em permanecer fechada, começavam as quadras a tentar espicaçar quem lá dentro morava. E, normalmente, terminava com a quadra seguinte ou muito semelhante:

Ó sobreiro bogalhudo
Ao toro cai-lhe a bolota
Venham-nos a dar os Reis
Se não mijamos-lhe à porta.

A ameaça chegava a ser bem pior.
Mas havia quem esperasse pelo final, para então a porta se escancarar e lá vinham "os Reis" e umas boas risadas.

Abraços
Júlia

Anónimo disse...

A boa memória da Drª. Júlia permite-nos recordar esses bons tempos de cantoria dos Reis. Realmente o intróito costumava ser sempre esse do pé na escada e da gente honrada. Entre as outras quadras havia algo do género: "E para aquela senhora/ que está ao lume sentada / aí num banco de cortiça / venha cá fora e dê-nos /uma alheira e uma chouriça!"

O Padre Rebelo no livro "A Terra trasmontana e alto-duriense" regista este cântico recolhido no Felgar, a várias vozes:
Solista - "O ladrão do pinheirinho (bis)
Onde veio a nascer?
Coro: Ré, mi, fá, sol, lá
Solista: À porta do senhor Manuel (bis)
que nos vai dar de beber.
Coro: Ré, mi, etc.
Solista: Um raminho, dois raminhos (bis)
São os que trago ao peito,
Coro: Ré, mi ....
Solista: Viva lá o senhor Manuel (bis)
Que é um homem de respeito.
Coro: Ré, mi ....
Solista: Que é um homem de respeito (bis)
E todos lho podem dar,
Coro: Ré, mi ....
Solista: Viva lá o senhor Manuel (bis)
Cá no povo do Felgar.
Coro: Ré, mi ....


Aguardam-se mais contributos.

Anónimo disse...

Durante alguns anos também cantamos os Reis, com um grupo de mais de 20 jovens de Moncorvo, onde cantávamos um pequeno reportório de 2 ou 3 músicas. Na altura tivemos algum sucesso, só que entretanto a maioria entrou para a faculdade e saiu de Moncorvo, fazendo com que não mais se repetisse. Lembro-me que nessa altura havia também um grupo razoável de homens que também cantava os Reis. A mais utilizada por nós era esta, que segundo nos diziam era muito utilizada em tempos antigos:

Noite de Reis, Santa e bela
Reina o prazer e a alegria
A nossa canção singela
Vimos cantar à porfia (2x)

Refrão:

Os Reis vos pedimos
Contentes cantamos
Alegres saímos
Felizes ficamos
Ao canto atendei
Pois vós sois bondosos
Com os vossos Reis
Iremos ditosos.

Ouvi as nossas cantigas
E vinde-nos dar os Reis
Alegrai as raparigas
Que ventura as gozareis (2x)

(Refrão)

Cumps.
E:L

Wanda Wenceslau disse...

Olá!

Outro exemplo da cantiga, esta na Lousa.
Viva lá Srª Alice(*)
Vestidinho de veludo
Quando vai pela rua afora
Tira dinheiro pra tudo

(*)Aqui o nome da dona da casa

Ou então

Srª que está lá dentro
Sentada num estoirão
Deite a mão à faca
E dê-nos um salpicão

À noite, havia baile para todas as pessoas que quisessem ir lá, com doces, vinho fino e licor,com os tocadores presentes.
O Rei convidava uma rapariga, que era a Rainha dessa noite.Iam buscar o chapéu mais alto que havia, e servia de coroa ao Rei.Este,quando chegava a meia noite, e ao som da Valsa da Meia Noite, tirava o chapéu(coroa)e colocava-o naquele que ele convidava e que ia ser o novo rei no ano seguinte.O baile continuava até a madrugada.
O Rei para além do trabalho de fazer o peditório dos Reis, tinha que ir,todos os domingos, acender a lampada de azeite ao Santissimo, na Igreja.

Do livro: Lousa e tradições, autor Virgilio A.B.Tavares


Abraços

Wanda
São Paulo-Brasil

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