Amendoeiras em flor no termo do Peredo dos Castelhanos, com o rio Douro ao fundo, vendo-se no horizonte o monte Meão e a fragada da Lousa:
Foto de Luís Lopes (direitos reservados) - clicar sobre a foto para a aumentar
Castelo Melhor e Almendra (que em castelhano quer dizer "amêndoa") na margem esquerda do Douro (concelho de Vila Nova de Foz Côa) e o Peredo dos Castelhanos na margem direita (concelho de Torre de Moncorvo), podem ser considerados o "solar da amendoeira" no vale do Douro. Não se sabe se é uma árvore endémica ou se foi aí introduzida (pelos árabes?), sendo certo que o topónimo Amíndula ou Almendra (=amêndoa), já existe desde, pelo menos, o século XI. A partir daqui esta cultura terá irradiado por todo o vale do Douro e seus afluentes, sobretudo no século XIX, depois da crise da filoxera ter atingido os vinhedos.
Desde os inícios do séc. XX tornou-se uma cultura altamente rentável, até ao final da década de 70, período em que entrou em decadência devido à queda dos preços da amêndoa, motivada pela concorrência estrangeira, sobretudo da Califórnia.
A partir dos anos 90 os velhos amendoais tradicionais foram sendo substituídos pelas vinhas (esta é uma zona "de benefício" da Região Demarcada do Douro), como a foto de cima documenta, embora algumas amendoeiras tenham sido poupadas pelos lavradores, enchendo de encanto e beleza os nossos campos, nesta época do ano.
Esperemos que nunca as amendoeiras desapareçam do Peredo, pois esta foi a freguesia com maior produção de amêndoa do concelho de Torre de Moncorvo, facto que muito contribuíu para um certo desafogo dos lavradores, que, desse modo, puderam "pôr os filhos a estudar", nos anos 60 e 70. Este facto, a par das remessas dos emigrantes, muito contribuíu para que desde cedo se notasse uma maior escolarização e um certo número de licenciados, numa aldeia (e freguesia) relativamente pequena e aparentemente pobre.
Nota: as fotos que ilustram este "post" foram tiradas pelo Dr. Luís Lopes, no passado dia 21.02.2009, durante uma montaria ao javali no termo do Peredo dos Castelhanos - aqui fica o nosso agradecimento pela sua cedência.
3 comentários:
Aqui deixo uma palavra de saudação ao Peredo e à sua gente. De Castelo Melhor eram a minha Mãe e a minha Avó Elisa e ainda mais família , primos e outros mais( Manos de apelido). Para todos um grande abraço - e perdoem-me este registo um pouco à "hora da saudade"...
Daniel
Estas relações familiares de que fala o Dr. Daniel, são reveladoras do microcosmos que gravitava por ali, em redor do Douro. Pode-se pensar que este rio dividia... Puro engano! pois para que serviam as barcas de Urros (às Pariças) e Peredo (defronte da foz do Côa)? Até tempos recentes (anos 60) os jovens do Peredo iam estudar para Foz Côa, pois esta vila era mais próximo do que a sede do concelho (Torre de Moncorvo), que o diga o meu amigo Tó Manel Andrade; das terras do Ribacôa vinham o principal contingente de peregrinos à festa do Santo Apolinário, desde tempos imemoriais... E, também o sabemos, uma das funções das festas era promover a exogamia das comunidades. Estão explicados os casamentos entre as bandas de lá e de cá. Vejo agora explicada a origem dos Manos de Urros, a partir de Castelo Melhor: tem a palavra a Srª Presidente da Junta de Torre de Moncorvo (que também é Mano, assim como a sua mana).
Abraço,
N.
Digo e bem se o Peredo estava bonito nodia 21, estava esplêndido a 28. Testemuhnas directas, genuínas da vila de Moncorvo disseram que era o(dos) lugar mais lindo para ver a flor da amendoeira.
Admirar as paisagens do Peredo é bom em qualquer altura e o despontar da primavera é excelente. Um convite para o Passeio TT do dia 14 e apreciar as vistas, as gulosices, os enchidos...e outras culinárias que estão a despontar !
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