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sábado, 21 de fevereiro de 2009

Desfile Carnavalesco das Escolas de Torre de Moncorvo - 2009

Dia 20 de Fevereiro, as crianças dos Jardins de Infância e 1.º Ciclo, voltaram a alegregar Moncorvo, com mais um desfile carnavalesco.
Este ano as crianças dos vários Jardins e 1.º Ciclo, juntaram-se todas na Escola Visconde Vila Maior, donde partiram para mais um desfile.

Desde Alunos, Professores e Axiliares, desfilaram pelas ruas da vila, passando pela praça, onde se encontrava maior número de populares a observar o desfile.




Depois de desfilarem pelas ruas da vila, chegou o momento de regressarem à Escola, sendo distribuido pelas crianças um lanche, como já acontecia em anos anteriores. Entretanto o grupo de animadores que acompanhou o desfile, enchia balões de diversas formas e davam às crianças, deixando-as super alegres.
Agora só nos resta esperar pelo proximo ano para voltarmos à rua para mais um desfile.
Parabéns a todos que organizaram, trabalharam e participaram no Desfile Carnavalesco das Escolas do Concelho de Torre de Moncorvo.

***
Um Bom Carnaval!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Desfile Carnavalesco das Escolas de Torre de Moncorvo - 2008

Foi assim em 2008 o Desfile Carnavalesco das Escolas do Concelho de Torre de Moncorvo pelas ruas da vila.
Foi com enorme entusiasmo que as crianças dos Jardins de Infância e 1.º Ciclo, prepararam com alguma antecedência os seus fatos de carnaval, feitos com a ajuda de Educadores, Professores e Auxiliares.
Passando pelas várias ruas da vila, o desfile de carnaval encantou toda a comunidade que observava.




Além das crianças das escolas, também participou neste desfilhe um grupo de animadores vestidos de palhaços, acompanhado ao som de gaitas de foles. As crianças ficaram encantadas com todo este cenário e alegres por participarem.
O desfile terminou no recinto da cantina da Câmara Municipal, sendo distribuído o lanche a todas as crianças.
Foi assim o Carnaval das Escolas do Concelho de Torre de Moncorvo em 2008.

Hoje 20 de Fevereiro de 2009, as crianças das escolas voltam a desfilar pelas ruas da vila.

Venham todos ver mais uns deslumbrante desfile carnavalesco por parte das crianças das escolas do concelho de Torre de Moncorvo.

Amendoeiras em Flor - 2009

Chegou a flor da época: A Flor da Amendoeira. Depois do tempo frio, as amendoeiras floriram, tornando assim os campos de uma beleza magnífica. Por terras de Torre de Moncorvo, Vila Flor, Vila Nova de Foz Côa e Freixo de Espada à Cinta, encontramos um cenário florido, que encanta quem por lá passa.

Os concelhos atrás referidos, a partir de 21 de Fevereiro, estam em festa, pois da-se assim início a mais um programa das Amendoeiras em Flor, trasendo um grande número de visitantes a estes concelhos, como acontece todos os anos.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O despertar da vida

Hoje foi dia de "caça" fotográfica por terras de Moncorvo. Sempre em transito, aproveitei para visitar algumas freguesias, tentando captar-lhe a alma que emergia à luz quente da tarde. Ao anoitecer fui encontrar, sem querer, alguns blogueiros catando ferro velho em ruínas do Felgar! Por isso hoje não vou mostrar ferro. Escolhi esta fotografia que tirei no Carvalhal, junto à estrada. É a a vida que desperta, desde a mais pequena planta, aos beirais dos telhados (no Felgar) onde já brincam as prometedoras andorinhas.

Peredo dos Castelhanos, 20 de Fevereiro de 1974



Esta fotografia não fere pela nostalgia. Magoa pela resignação. Vejam o ar da professora ou regente ou mestra. A única luz, e muito diluída e filtrada, é a que vem de fora, quase metáfora do tempo que então se vivia. Ou da bata branca das crianças, um prenúncio de futuro (?). Não há um sorriso sequer. Esta fotografia não podia ter cor.
Foi tirada faz exactamente hoje 35 anos. Ilustra uma reportagem do Assis para o República. Lembro-me que fui com ele e com o Lelo à minha aldeia, Peredo dos Castelhanos. É uma reportagem que deveria ser recuperada. Fica ao cuidado do Lelo.
Reparem no ar triste da senhora, vestida de escuro, com um penteado de quem nunca frequentou a cabeleireira, com uma parede branca quase despida, apenas habitada por uma imagem da Nossa Senhora, também ela de ar sofrido e o crucifixo de um Cristo martirizado. Apenas um ramo de flores na secretária.
Esta fotografia respira uma profunda tristeza. A mestra confundia-se com qualquer mulher de aldeia. A única diferença é que sabia ler e tinha permissão de ensinar.
Ampliando a fotografia, atente-se nas frases escritas no quadro, só possíveis e inteligíveis num meio rural, familiares à cultura daquelas crianças: “O ninho do passarinho”; A mãe da Chica tira a palha do palheiro”; “Ela apanhou o livro que caiu no chão”; “Amanhã vou à horta colher uma couve”; “O coelho foi morto pelo caçador”.
Nas carteiras ainda há tinteiros para molhar o aparo. Contam-se mais de uma dúzia de crianças, na maioria filhas de emigrantes ao cuidado das avós. A escola, esta, fechou. O Peredo já não tem escola nem crianças.
Reparem nas mãos da mestra, tão recolhidas e recatadas, na tristeza que se revela no seu olhar para a câmara. Tão conformada e resignada! Estávamos a poucos meses do 25 de Abril. O que terá sido feito destas crianças, todas elas hoje com mais de 40 anos?


Rogério Rodrigues

Livro e escritor - ... ainda Armando Martins Janeira

Porque o pequeno livro "Peregrino" poderá dizer pouco aos moncorvenses, visto que versa sobre personagem alheio à nossa região, em longínquas paragens, recomendamos em contrapartida, também de Armando Martins Janeira (1914-1988), um livro de contos das suas primícias, se bem que posteriormente revisto por si e reeditado em 2004, numa iniciativa da Comissão de Festas de Felgueiras.



Esse livro, intitula-se "Esta dor de ser Homem" e foi escrito quando o autor tinha aproximadamente 28 anos, nos inícios da década de 40, sendo a primeira edição de 1948. A despeito do seu interesse literário (que tem), é igualmente um testemunho das vivências do nosso mundo rural nessa época, dando conta do arreigado apego do autor às suas terras de origens, como bem evidencia Paula Mateus, na nota introdutória à 2ª edição: "Desde a primeira vez que saíu de Portugal, sempre o acompanharam três pedras da sua serra do Roboredo e um cântaro de barro de Felgar, por ele considerados um tesouro que lhe dava forças para superar agruras e caminhar o mundo da única forma que achava possível: 'de passo firme e cara ao alto'".

Não vamos referir-nos aos contos, pois o livro merece ser procurado e lido, mas não resistimos a transcrever algumas passagens do prefácio que deixou para uma eventual 2ª edição (que aconteceu, como dissémos, em 2004): 
"Neste livro estão as minhas raízes de homem. Sou um montanhês. O homem da terra tem raízes na terra como os castanheiros e os carvalhos. Se não fiquei preso ao chão, como as árvores e os cavadores da minha aldeia, é porque levei as minhas raízes comigo - a minha paixão pela terra, o meu amor pelos que trabalham com simplicidade e a minha humildade diante do seu pão, a minha indiferença pelos grandes, a minha independência que me teve sempre de cabeça direita ao falar aos grandes deste mundo - diante de homens e de deuses. 
Levei as cantigas do meu povoado e cantei-as por toda a parte, sozinho, na minha voz sem tom nem som, mas que me consolava e me refrescava a alma e o sangue. (...)
Falei com imperadores e com reis, presidentes, ministros, e toda a escala do poder e da grandeza. Nunca nenhum deles me impressionou porque os medi sempre, não pela imponência dos seus cargos ou pelo oiro das suas medalhas, mas pelo valor que é timbre real dos homens e das mulheres. 
E nesse, raras vezes chegaram ao escalão que me parecia deviam medir.
Como não tenho ambições de grandeza, a grandeza dos outros não me impressiona, nem se me impõe, a não ser aquela verdadeira grandeza humana que tenho encontrado mais vezes na gente humilde.
A vida é breve e a glória, que não tenho e espero nunca ter, aborreço-a. Mas é grande consolação para mim saber que em passagens deste livro primitivo e tosco uns poucos de leitores possam encontrar aquele virgem contentamento de ser homem que nele quis exaltar quando o escrevi".

- Cremos que este é um testemunho eloquente de transmontaneidade, que diz muito do carácter deste nosso conterrâneo. Continuação de boas leituras!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Livro - "Peregrino" de Armando Martins Janeira

Foi reeditado recentemente, no Outono passado, com a chancela da editora Pássaro de Fogo e apoio da Câmara Municipal de Cascais, um belíssimo livrinho (pequeno no tamanho, mas belo no conteúdo), intitulado “Peregrino” de autoria do nosso conterrâneo o embaixador Armando Martins Janeira (a primeira edição, há muito esgotada, era de 1962).





Com excelente acabamento gráfico, a presente edição abre com uma nota da editora, referindo a intrudução de algumas emendas deixadas pelo punho do autor, assim como um glossário final e várias fotografias tiradas em 1954, no dia da homenagem a Wenceslau de Moraes (o peregrino a que o livro se refere), realizada no Japão, sob os auspícios do embaixador A. M. Janeira.

Esta edição, que se deve ao empenho da Srª D. Ingrid Bloser Martins, viúva do embaixador, foi ainda enriquecida com um prefácio da Drª. Paula Mateus, estudiosa da Obra de Martins Janeira, em que é explicitado o contexto em que “Peregrino” apareceu: “...partindo da descrição de um acto simbólico – a inauguração em Tukushima, no Japão, de um monumento a Wenceslau de Moraes. Estamos em 1954. Passam cem anos sobre o nascimento de Moraes, e vinte e cinco anos sobre a sua morte. // Armando Martins Janeira, o maior estudioso de Wenceslau de Moraes, escreve neste ano O Jardim do Encanto Perdido, publicado em 1956, e o pequeno Peregrino, que chega ao leitor apenas em 1962”. Sobre o resto do conteúdo do livro, a prefaciadora acrescenta: “…em Peregrino encontramos ainda a silhueta de Moraes, mas essa silhueta serve a Armando Martins Janeira para outras páginas, cheias de delicadeza e sensibilidade, sobre todo um sistema filosófico e religioso que então o fascinava – o budismo zen”.

Em última instância, esta ideia de “Peregrinação” paira, desde Fernão Mendes Pinto (séc. XVI), sobre os homens (portugueses) que foram a essas longínquas paragens do Japão. Talvez pela longa distância da viagem, ou pela viagem interior que a ela se associava.  Assim, terá acontecido também com Wenceslau (séc. XIX-XX), a quem A. M. Janeira foi buscar o título do livro, que assim começa: “Para poder entrar no Céu pelas piedosas mãos de Buda, Wenceslau de Moraes despiu-se do seu nome português e recebeu o Kaimyo, nome de morto, de Soukou Inden Hensou Bunken Daikoji, que magnificamente quer dizer: peregrino escritor habitante de um iluminado castelo de algas – algas movediças, sugerindo a vida de marujo e aventureiro”.

O resto deixamos para os nossos leitores mais curiosos. Alguns dos quais já se terão perguntado: mas quem é este Armando Martins Janeira? Pois… se calhar já passaram pelo seu busto, de bronze, no largo da Corredoura, em Torre de Moncorvo, e ainda nem repararam no seu nome… O mesmo perguntarão sobre Wenceslau de Moraes. - Tentando responder ao quem é quem? aqui ficam uns breves apontamentos, retirados das badanas da capa do livro “Peregrino”:

Armando Martins Janeira [mais precisamente Virgílio Armando Martins, nome a que acrescentou o apelido de sua mãe – Janeiro – e que transformou depois em “Janeira”, porque era assim que os japoneses o pronunciavam] nasceu a 1.09.1914 em Felgueiras [Torre de Moncorvo] e morreu a 19.07.1988, no Estoril.  Formado em Direito pela Universidade de Lisboa, cedo abraça a carreira diplomática, representando Portugal em capitais como Sydney, Tóquio, Bruxelas, Roma e Londres. É o grande responsável pela reactivação das relações luso-japonesas no séc. XX. Nas suas mais de vinte obras publicadas, destacam-se os estudos comparativos sobre o Oriente e o Ocidente, nomeadamente O Impacto Português sobre a Civilização Japonesa e Japanese and Western Literature.  Foi biógrafo de Wenceslau de Moraes”.  – Sobre este, aqui fica:

"Wenceslau de Moraes nasceu a 30.05.1854, em Lisboa. Estuda o curso de marinha e dedica-se a oficial da marinha de guerra, tendo feito inúmeras viagens pela América, África e Ásia. Após cinco anos na China, fixa-se no Japão. É cônsul de Portugal em Kobe e Osaca. Aos 59 anos retira-se para Tukushima, uma pequena cidade de província, e aí viverá até à sua morte, a 1 de Julho de 1929.  Escreveu primorosos ‘livros de costumes’, onde retrata a vida e a alma do povo japonês.  O Bon-Odori em Tukushima e O-Yoné e ko-Haru são dois dos seus livros mais admiráveis”.

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Para saber mais sobre o nosso conterrâneo Armando Martins Janeira e também sobre Wenceslau de Moraes, recomendamos uma visita ao site: www.armandomartinsjaneira.net > está na coluna do lado direito aqui do Blog (secção “Ligações”), ora veja!

Se ficou mesmo interessado(a) em conhecer ainda mais sobre o embaixador Janeira, então vá ao Centro de Memória de Torre de Moncorvo (uma extensão da Biblioteca municipal), e veja a sala do Legado deste moncorvense ilustre, onde encontrará uma exposição de vários objectos pessoais, fotografias, manuscritos e a sua fabulosa biblioteca, que os seus herdeiros, especialmente a Srª Embaixatriz Ingrid Bloser Martins, fizeram questão de deixar a Torre de Moncorvo, gesto digno do nosso maior apreço. A parte da documentação manuscrita está guardada no Arquivo Municipal de Cascais, onde o casal Bloser-Martins Janeira residia e onde o nosso conterrâneo faleceu.

 

Biblioteca de Armando Martins Janeira, no Centro de Memória de Torre de Moncorvo - foto de autoria da Biblioteca Municipal de T.Moncorvo, in: www.armandomartinsjaneira.net

Em 1985 o embaixador Armando Martins Janeira foi alvo de uma homenagem colectiva a vários moncorvenses ilustres, promovida pelo município. Em 1994 foi feita uma pequena exposição sobre a sua vida e obra, no solar do Barão de Palme, por ocasião da inauguração do busto na Corredoura (iniciativa da Associação Cultural de Torre de Moncorvo com apoio do Município). Em 1997 reeditou-se essa exposição, com maior amplitude (e em colaboração com o Arquivo Municipal de Cascais e D. Ingrid Martins), no Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, sendo inaugurada pelo então Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio. Em 2004 foi-lhe ainda feita uma singela homenagem na sua terra natal (Felgueiras), aquando da reedição do livro de contos "Esta dor de ser Homem", por iniciativa da Comissão de Festas local. 


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Ilustrando as "Páginas de Caça"...

A propósito do livro da caça a que o Rogério faz referência, aqui postamos mais uma foto da famosa caçada à raposa (ver o "post" de 25 de Novembro de 2008, neste blog), a qual nos foi gentilmente cedida por Leonel Brito:


Esta foto completa a anterior, tendo sido tirada no mesmo dia, algures na Serra do Roborêdo, nos finais dos anos 50 ou inícios dos anos 60 (agradecemos a quem souber a data exacta).
Na foto anteriormente "postada" estão os restantes caçadores, enquanto nesta estão só os organizadores e as autoridades, de que reconhecemos (entre os civis), de pé e ao meio, o Sr. Frederico Mesquita (de chapéu), e em baixo, de joelho em terra, à caçador, os Srs. Durão, Edmundo Garibáldi e César Martins.
Estas caçadas tinham que ser devidamente legalizadas e eram enquadradas pelas autoridades, neste caso a GNR (vemos dois soldados desta força a ladear os civis, de pé, e ao meio, e outros dois do lado direito - distinguem-se pelo barrete) e, julgamos nós, pela Avenatória (serão os restantes guardas com boné diferente, dois dos quais segurando espingardas Mauser).
A organização era perfeita e até se davam ao luxo de mandar vir um fotógrafo do Porto, da casa Fotobela, com sede na R. de Santa Catarina, nº 190, como consta no verso da foto, para as fotografias de conjunto, seguramente tiradas com tripé e, talvez, uma máquina de médio formato, atendendo à excelente qualidade das fotografias.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Páginas de Caça na Literatura de Trás-os-Montes

Acaba de me chegar às mãos este livro "Páginas de Caça na literatura de Trás-os-Montes" com selecção de textos e organização de A.M. Pires Cabral. Saiu a público há poucos dias. Já o li, ainda que em diagonal, e tem textos preciosos além de especificidades vocabulares e linguísticas que são nossas. O livro divide-se em sete capítulos: Caçar; Caçadores;Histórias de Caça;Cães; Lobos; Outras caças; Caça Miúda.
Serão Miguel Torga e Camilo Castelo Branco os que mais participam nesta colectânea. Mas vale a pena recordar outros nomes que aqui escrevem: Fausto José, António Cabral, Sousa Costa, Pre Domingos Barroso, Salvador Parente (indispensável a leitura dos provérbios transmontanos deste velho padre de Vila Real, nota minha), João de Araújo Correia (quase obrigatório ler os contos deste João Semana da Régua, nota minha), A. M. Pires Cabral, Bento da Cruz, Vaz de Carvalho, Ângelo Sequeira, Domingos Monteiro (tem uma novela, O Crime de Simão Bolandas , que se passa no Peredo, nota minha) João de Deus Rodrigues, Manuel Vaz de Carvalho, Dr. Ferreira Deusdado, Mello Junior, Montalvão Machado, Cristiano de Morais, Guedes de Amorim Fernando Mascarenhas, António Fortuna, Gil Monteiro, Pina de Morais.
Escreve A. M. Pires Cabral na sua nota introdutória: "Hoje em dia não há terrinha por esse país fora que não seja ou queira ser capital de qualquer coisa. Não precisamos de sair do âmbito de Trás-os-Montes e Alto Douro: Vila Pouca de Aguiar capital do granito, Vinhais do fumeiro, Valpaços do folar, Vila Real do automobilismo, Mirandela da alheira, Armamar da maçã, Resende da cereja, Vila Nova de Foz Côa da arte rupestre, Freixo de Espada à Cinta da amendoeira florida..."
Pires Cabral reivindica para Macedo de Cavaleiros a capital da caça. Já seria tempo de Torre de Moncorvo reivindicar o título de a capital do ferro.
Não ponho a capa do livro porque o meu saber informático não dá para tanto. De qualquer modo na próxima semana estarei em Moncorvo e levarei o livro. Pretendo falar com o Emílio Cardanha para saber até que ponto aceita a colocação de alguns livros de temática transmontana (inclusivè este) na sua papelaria. Vale.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

CP relança Amendoeiras em Flor - Programas


A CP decidiu reeditar as viagens às Amendoeiras em Flor, tendo já previstas quatro excursões, coincidentes com os quatro sábados do mês de Março e que aliam o comboio ao autocarro.
As novas viagens ao cenário florido de Trás-os-Montes e Alto Douro estão disponíveis em dois itinerários em comboio especial e autocarro, com saídas de S. Bento (Porto) às 7h25 e chegada ao Pocinho às 11h03. No sentido inverso, os comboios especiais partem do Pocinho às 19h49 e chegam a S. Bento às 23h06.
Os itinerários disponíveis prevêem visitas ao Pocinho, Torre de Moncorvo, Freixo de Espada à Cinta (almoço), Penedo Durão, Barca de Alva, Figueira de Castelo Rodrigo e Vila Nova de Foz Côa, no caso da opção A, enquanto que a opção B passa por Freixo de Numão, Penedono, Trancoso (almoço), Marialva, Meda, Longroiva e Vila Nova de Foz Côa.
O preço destas viagens é de 28 euros por adulto e 20 euros por criança, sendo que os bilhetes podem já ser adquiridos em toda a rede de bilheteiras CP.
I.M.



[FONTE:-TURISVER]

Livro - "Primeira Comunhão", de Júlia Guarda Ribeiro

Mais uma novidade literária, que será brevemente apresentada, em Torre de Moncorvo, no próximo dia 14 de Março (Biblioteca Municipal). 

Trata-se de mais um conto de autoria da Drª Júlia Guarda Ribeiro (Biló), o terceiro da série dos livrinhos da capa dourada. - A não perder!!

Maria Júlia Ferreira de Barros Guarda Ribeiro, nasceu em Torre de Moncorvo em 17.08.1938. Herdou de sua mãe, exímia cobrideira de amêndoa do bairro da Corredoura, a alcunha de “Biló”, que adoptou na sua produção literária mais relacionada com esta vila transmontana. Seu pai era conhecido pelo Sr. "Barros dentista", por ter exercido esta actividade nesta vila e, mais tarde, em Mogadouro, onde faleceu. Frequentou o Colégio Campos Monteiro e licenciou-se posteriormente em Línguas Germânicas, tendo sido professora de Inglês e Alemão no liceu de Leiria. Fez um mestrado em Ciências de Educação e foi formadora de professores e tradutores. O facto de se ter radicado em Leiria, por força da sua vida familiar e profissional, levou a que estivesse um pouco retirada da sua terra natal, mas nos últimos anos reatou, de uma forma mais presente, essa ligação às origens, o que muito tem enriquecido a literatura da nossa vila. Em boa hora se deu esse feliz regresso, porque, para além do mais, Júlia Biló é uma excelente contista. Destacamos, neste domínio, os extraordinários contos, a mor parte deles recolhidos no bairro da Corredoura (ou "Cordoira",no dizer popular) como o indica a ilustração da capa, representando a velha casa de xisto, ao lado da taberna do sr. Aníbal "Espanhol", onde se juntavam, outrora, as velhas contadoras de estórias a que a autora dá voz (Contos ao Luar de Agosto, I e II). A esta escrita memorialística a autora junta uma preocupação social omnipresente, de filiação neo-realista, que se impõe sobretudo, como seria de esperar, no livro sobre a vida e a luta das mulheres da Marinha Grande durante o "Estado Novo".

Da sua produção literária, temos a destacar:

1) Com assinatura de Júlia de Barros Biló:

- Somos poeira, somos astros, Magno edições, Leiria, 2000 (com patrocínio da C.M. de Torre de Moncorvo) – poesia (sendo alguns dos poemas compostos na sua juventude, passada em Moncorvo, nos tempos do colégio Campos Monteiro, e outros baseados na literatura oral recolhida junto de pessoas idosas de Torre de Moncorvo);

- Contos ao luar de Agosto, Magno edições, Leiria, 2000 (com patrocínio da C.M. de Torre de Moncorvo) – contos, sobretudo da Corredoura, T. Moncorvo, baseadas em tradições e episódios reais.

- Contos ao luar de Agosto II, Magno edições, Leiria, 2001 (com patrocínio da C.M. de Torre de Moncorvo) - contos, sobretudo da Corredoura, T. Moncorvo, na continuidade do anterior.

- De olvido e de silêncio. Crónicas e contos. Leiria, 2001 (com patrocínio da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo) – contos, sendo algumas histórias baseadas em episódios reais passados nos finais do séc. XIX e inícios de XX.

- Constantino, Rei dos floristas: uma quási-biografia. Magno edições & Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, Leiria, 2003 – a obra mais volumosa da autora, versando sobre a vida e os trabalhos de um artista moncorvense do século XIX, que se notabilizou na Europa do seu tempo.


2) Com assinatura de Júlia Guarda Ribeiro (Biló):

Os contos da minha avó, com ilustrações de sua neta Catarina Isabel, Magno edições, Leiria 2003. Uma incursão na literatura infantil.


3) Com assinatura de Júlia Guarda Ribeiro:

- Recordar Guarda Ribeiro (recolha de escritos e anotações), Folheto, Edições & Design, 2006 [o Dr. António José Guarda Ribeiro, advogado, político e colunista, defensor dos trabalhadores e sindicatos sobretudo dos vidreiros da Marinha Grande, sua terra natal, faleceu em 2002, sendo esposo da Drª. Júlia Guarda Ribeiro]

- Mulheres da Marinha Grande. Histórias de luta e de coragem. Com ilustrações de Guilherme Correia, Folheto, edições & design, s/d [2008]

Colecção dos contos "da capa dourada"[designação nossa] :

- … E chegaram três reis magos em Agosto, com ilustrações de Guilherme Correia, design: Luís Mendonça, Dezembro, 2005

- Duas rosas que nunca cheguei a receber,  ilustr. de Guilherme Correia, concepção gráfica: Folheto edições & design, Março, 2007

- Primeira comunhão,  ilustr. de Guilherme Correia, concepção gráfica: Folheto edições & design, Dezº. 2008.

Quanto a este último livro de contos, que será lançado na Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo no próximo dia 14 de Março, aconselhamos desde já a leitura da recensão literária feita por Adélio Amaro, no seguinte endereço electrónico:

http://livros.paravenda.net/produtos/932-júlia_guarda_ribeiro_primeira_comunhão.aspx

Muito resumidamente, pegando nas palavras de A. Amaro, autor da citada recensão, “O conto que a Drª Júlia Guarda Ribeiro nos dá a conhecer é uma realidade que não pode ser escondida e que durante muitos anos teve a sua liberdade condicionada a uma confissão”. 

Especificamente sobre o conteúdo, “este conto tem uma personagem principal, que é descrita pela narradora. Esta por sua vez é a filha da personagem principal. Uma mãe, solteira (sublinho o facto desta história se passar pouco depois da 2.ª Guerra Mundial), com uma filha com nove anos (…). Uma jovem a quem o padre negara o direito à comunhão, por ser mãe solteira. Assim, para esta jovem mãe, a sua filha era o seu reino, não o reino dos Céus, mas o reino da afirmação, onde ela se revia”...   – E mais não dizemos, para obrigar a quem queira saber mais a estar presente à sessão de lançamento deste belo livrinho. Pequeno no tamanho, mas grande na essência, pois transmite uma mensagem de amor maternal muito acima de todas as penitências que pudessem ser ditados pela instituição eclesial.

Nota: As obras anteriormente editadas poderão ser consultadas na Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo.

Programa Amendoeiras em Flor 2009

PROGRAMA AMENDOEIRAS EM FLOR 2009 - TORRE DE MONCORVO


AUTOR:- TURISMO MONCORVO


VISITE O CONCELHO DE TORRE DE MONCORVO


Programa Festas Amendoeiras em Flor - 2009 - Torre de Moncorvo

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Livro - "Jardim da Alma", de Maria da Assunção Carqueja

Procurando dinamizar a Biblioteca do blog (secção "Livros e Escritores") apelamos a que se coloquem na "montra" as novidades bibliográficas (ou mesmo obras saídas há algum tempo) que sejam de autoria de moncorvenses ou de autores que, embora não sendo daqui originários, versem sobre este rincão.
Porque alguém nos desafiou, há pouco tempo atrás, a postar aqui algo mais de autoria de Maria de Assunção Carqueja, iniciamos esta secção com o seu mais recente livro, de poesia, neste caso, intitulado: "Jardim da Alma".


Maria da Assunção Carqueja nasceu no Felgar, no nosso concelho, licenciou-se em Ciências Histórico-filosóficas na Universidade de Coimbra, tendo exercido a actividade docente, primeiro no ensino liceal, depois orientando estágios para formação de docentes do Ensino Secundário. Autora de diversos trabalhos de investigação, alguns em parceria com seu marido, o Prof. Doutor Adriano Vasco Rodrigues, como por exemplo o estudo das ferrarias do concelho de Torre de Moncorvo (1962), trabalhou no Instituto de Investigação Científica Tropical e, mais tarde, como técnica da União Europeia (Bélgica), no âmbito da metodologia para o ensino da Filosofia. É membro da Associação Internacional dos Professores de Filosofia, sendo autora de livros e artigos nesta especialidade. No que respeita à investigação histórica sobre o nosso concelho, destacamos a sua tese de licenciatura, intitulada "Subsídios para uma monografia de Torre de Moncorvo" (Coimbra, 1955), recentemente revista e publicada, com o título Documentos Medievais de Torre de Moncorvo (ed. da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, 2007), e a monografia do Felgar (2006), em parceria com o Prof. Adriano Vasco Rodrigues. No domínio da poesia, escreveu:
- Versos do meu diário (sob o pseudónimo de Miriam), publicado em 1978,
- Porquê mais que nada, 2002
- Os tempos do tempo, 2005, e, finalmente:
- Jardim da Alma, saído em Dezº de 2008.
Estes últimos livros têm como editor Adriano Vasco Rodrigues e o patrocínio da empresa Carqueja Almonds (exportadora de frutos secos), gerida por Jorge Carqueja Rodrigues, filho da autora.

O prefácio de Jardim da Alma coube ao escritor Mário Cláudio (que, para quem não sabe, tem raízes no concelho de Freixo de Espada à Cinta). Sobre a temática e expressão poética de Assunção Carqueja assim escreveu o ilustre prefaciador:"As linhas de poesia que Maria da Assunção Carqueja Rodrigues nos propõe, privilegiando o soneto como forma comunicante por excelência, decorrem do padrão das grandes inquietações do ser, com o qual historicamente se tece a manta de letras mais duradoura em que nos inserimos"(...) E, mais precisamente sobre este livro, diz: "o fresco ramalhete de afectos que o livro nos oferece, entrelaçados na recorrência da obsidiante reflexão metafísica, cobra acrescidas energias do exercício de uma memória que revisita os lugares de infância, e os converte em sinais tranquilizantes, a marcar o caminho dos 'peregrinos perdidos em qualquer lado'. São as lucilações de uma certa ruralidade transmontana, avistadas no plano em que, 'fundindo-se presente com passado', se experimenta a proximidade de uma infinitude, postulante da vitalíssima fonte onde medos e fracassos se consumam. Também aqui o que se pensa e o que se sente se congregam no casulo em que a alma exulta, princesa acontecida no meio do seu jardim".
Poderíamos seleccionar algum poema mais de índole filosófica, de reflexão pessoal sobre o devir, ou inquietações pessoais da autora, que fosse mais ilustrativo da sua "poiesis". Optámos, no entanto, por razões óbvias, por este preito de homenagem à nossa vila:

MONCORVO
Com seu denso arvoredo
era uma linda serra,
a serra do Roboredo...
E que fértil era a terra!

Entre o monte e o Sabor
cedo se organizou
um povo trabalhador
que Moncorvo se chamou!

O corvo, Deus dos ferreiros
tornou-se o Deus do castelo,
foi bandeira dos guerreiros
que vieram defendê-lo!

Feiras francas se faziam
protegidas pelos reis
que, na vila, bem sabiam
terem vassalos fiéis...

Aos trabalhos dos louceiros,
aos vinhos e cereais
juntavam-se os dos ferreiros
e ainda muitos mais!...

Corria água das fontes
nas encostas e caminhos
e sempre vinha dos montes
a música dos passarinhos!


A bela capa do livro Jardim da Alma, é de autoria de Isabel Rodrigues Konrad, filha da autora.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Exposição de Fotografia


Exposição de Fotografia: Detalhes em Ferro
Fotografias de Aníbal Gonçalves
Abertura da exposição no dia 21 de Fevereiro às 15:30, no Museu do Ferro, em Torre de Moncorvo.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Programa das Amendoeiras em Flor 2009


21 de FEVEREIRO (SÁBADO)
11.00H
........Abertura da XXIII FEIRA DE ARTESANATO com actuação da
........Banda Filarmônica de Carviçais
........Largo da Corredoura
12.00H
........Inauguração da Exposição" Arquitecturas da Paisagem
........Vinhateira" - Museu do Douro
........Patente até 21 de Março - Centro de Memória
15.00H
........Actuação da Banda Filarmônica de Carviçais
........Praça Francisco Meireles
22.00H
........Actuação de Viva Brasil e Márcia Valli
........Largo da Corredoura

22 de FEVEREIRO (DOMINGO)
14.00H
........Actuação de David Caetano
........Largo da Corredoura
16.00H
........Actuação de DJ (Anos 80, Música Brasileira e Música Latina)
........Largo da Corredoura

24 de FEVEREIRO (TERÇA- FEIRA Carnaval)
15.00H
........Actuação de José Alberto e sua Banda
........Largo da Corredoura

28 de FEVEREIRO (SÁBADO)
22.00H
........Actuação de Claudisabel e Eduardo Santana
........Largo da Corredoura

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Visita ao Horácio Espalha

Vão já quase 40 anos, publiquei um livro de poemas, "Livro de Visitas" em que faço uma "visita" ao Horácio Espalha. Durante anos partilhámos, diariamente, muitas horas, muitas histórias e outras tantas palavras. Também falava muito com outra figura esquecida, o Álvaro Inês, taxista, picado de bexigas ( ai! estas reminiscências camilianas...), sempre de óculos escuros, fumador de boquilha que fora preso e torturado pela Pide no Porto. Ele e o Horácio Espalha (Horácio Morais com tias que tinham uma pensão onde hoje é o Bom Amigo, ou mesmo ao lado, não estou certo). Não sei por que não se falavam. Mas penso que tinham "ciúmes" um do outro, porque cada um queria reivindicar para si a "instrução revolucionária" ou, pelo menos, subversiva, de alguma juventude de Moncorvo.
O Horácio Espalha morreu já depois do 25 de Abril, andava eu longe de Moncorvo, em contencioso com a Vila e comigo mesmo. Só mais tarde, após um processo lento, em que a aprendizagem da tolerância terá sido a melhor ferramenta, me reconciliei com a Vila, ainda que não comigo mesmo.
Após o 25 de Abril, o Horácio Espalha terá sido um pouco utilizado pela juventude do MRPP que surgiu pujante em Moncorvo, sob a direcção desse homem bom que foi o Toni Americano, infelizmente para todos nós, já falecido. E desiludido, tanto quanto me é dado saber pelas visitas que me fazia em Lisboa,vindo da América, com os seus antigos camaradas.
As minhas relações com o MRPP não eram agradáveis. Meses antes de morrer, o Horácio Espalha escreveu-me uma carta, uma longa e dolorosa carta, cheia de queixas, algumas contra mim, mas reatando uma amizade que, da minha parte, nunca tinha sido desatada.
Quando escrevi este poema, que vou copiar, tinha eu 20 e poucos anos, incluído num livro editado em 1972. Poderá ferir pela sua aparente crueza. Engano, na minha perspectiva, porque sempre apreciei a inutilidade dos deuses, sejam eles da Grécia ou de Moncorvo. E sempre me escondi de manifestações de ternura, para que houvesse ternura.
Prefiro a inutilidade dos deuses à vulgaridade dos homens. Aqui vai o poema, sem correcções, tal qual foi publicado. Espero que não se escandalizem e perdão a um jovem de então que tropeçava na escrita, insultava a metáfora e ainda não sabia que a poesia( como diz Jorge de Sena com outras palavras) é o que de mais inútil há, mas não conheço nada mais importante.

Visita ao Horácio Espalha

Tinha nervos de banha o velho azul olhos de
fogo concentrado em cinzas quentes. Pelas mãos
lhe escorriam os ócios ou as palavras eram
franjas de saliva suja ou os sons eram incómodos
arrítmicos no pasmo. Tinha o velho a dimensão
do pedincha centauro instalado na Vila, pus
que só a morte esguichará par as grandes
planícies do silêncio em que ele não crê, azul e fogo.

Abanava trapos pela violência nas mesas caricaturais
do espaço deposto. Apostava o corpo crueldade obesa
aos olhos educados das gentes decentes que mais decentes
não se viram.Vira vai vem vaia o velho veloz
nervos de banha cinzas quentes. Os dentes desistiram do
dia são os sons bolhas as folhas outonais da
eternidade. Verrugas e rugas unhas sujas prisão de fome
ócios lhe escorrem escorrem palavras palavras pus morrem.

As mãos são ovais como cordas de gestos enforcando a luz.
Domador das estradas que ouviu britar até à silicose
roer os homens, estratega do inútil, do inútil vivendo
sabe de cór a dor, da dor conhece a cor dos gritos,
dos gritos cria a pedra, das pedras soterra a Vila na
morte ---ele o pus, a oratória sangrada, o nada.
ele nada--caminhando pelas fezes pétreas
agrestes rudes que consomem os espaços...

Tinha nervos de banha o velho azul olhos de
chama ou concentração de fome, centauro
a petiscar a morte nos que dela próximos estão
cantor da memória, centauro tagarela e inútil
mito roto, deambula pelo plástico hirto
da dimensão comercial da nossa Vila,único
sobrevivente do tempo dos deuses, esperando
que chuva ou névoa o venha desenterrar da pedra.

Livro de Visitas ( 1972)

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Imagens do Castedo


Fotografias captadas no Castedo, num passeio realizado no dia 31 de Janeiro de 2009.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Felgar, hoje

Reza o calendário, confirma-o "O Seringador" que dia 20 de Janeiro foi dia de S. Sebastião.
Calhando numa terça-feira, fez-se a procissão no domingo seguinte.
Apenas a procissão, que isto não está para festas.
No final a Banda da Sociedade Filarmónica Felgarense actuou em frente à igreja matriz.


Ficam o Leonel Brito e o N. Campos nomeados mordomos com direito a uma peça de música: o"Barbanha".
Perdoem, se puderem, a péssima qualidade da filmagem.
Fica a intenção de divulgar a Banda, o Felgar e o Concelho.

Tentem visualizar em HQ. Vê-se um pouco melhor


A. Manuel

Felgar ainda... de "Outros Tempos"

Não tenho dúvidas que a autora deste belo poema tinha o Felgar em mente (um Felgar talvez dos anos 40), quando o escreveu... Importa dizer que a Drª. Maria da Assunção Carqueja foi, também, a autora do hino da sua terra natal ("És tão linda, oh minha aldeia...")

Por isso aqui fica, do seu mais recente livro (saído pelo Natal de 2008), com a devida vénia:

OUTROS TEMPOS...

Aldeia de Trás-os-Montes
com seus palheiros e fontes,
suas casas de granito
dezenas d'anos atrás...
Tantas saudades me traz...
Como tudo era bonito!...

As portas, de par em par,
marcavam o começar
da faina do novo dia...
... e as crianças da escola
levando sua sacola
lá iam em correria!

Brincadeira e gargalhada
pulando pela calçada
tudo dava p'ra brincar,
procurando violetas
nos cantinhos das valetas
ou charcos para saltar!...

Era tudo feito à mão
as meias de algodão,
as botas do sapateiro,
até os linhos vestidos
bordados e coloridos
sem marca de costureiro!

Galinhas com pintainhos,
cavalos e burriquinhos
e carros de bois jungidos
... Tanto me vem à ideia
da vida da minha aldeia
dezenas d' anos volvidos!

Maria da Assunção Carqueja
In Jardim da Alma, poemas.
Dezº. 2008.

Felgar

Como vários Felgarenses se têm mostrado interessados em ver /saber coisas de outros tempos sobre a sua terra, e como eu também me considero Felgarense (a minha avó paterna, Julieta Freire, era natural do Felgar; a família era, nessa altura, conhecida pelos Laranjos), aqui vão o texto do Assis e fotos minhas, em homenagem aos homens do barro e ao Nelson, pelo seu trabalho “Centros Oleiros do Distrito de Bragança”

Leonel Brito












Capelas no Larinho (1)


Tenho a sensação que o Larinho é uma aldeia com uma forte tradição de culto do divino. Um dos aspectos que me surpreendeu foi a quantidade de capelas espalhadas pelos bairros e largos.
A primeira fotografia mostra a capela do Senhor dos Aflitos (1896).
A segunda fotografia mostra uma representação nada simpática (como seria de esperar) das forças do mal, que faz parte de uma imagem da capela de Santo António, seguramente mais antiga do que a primeira.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

De passeio pela Lousa

A primeira fotografia colocada no Blogue sobre a Lousa despertou sentimentos a muitos dos visitantes. Não foi por acaso que lhe chamei "mais alto ainda". É que a situação geográfica da aldeia, quando olhada de Moncorvo, dá um sentimento de liberdade, qual pássaro pousado no galho mais alto de um carvalho, agitado pelo vento. O que sentirão os habitantes da Lousa quando olham Moncorvo?
A sede de concelho sempre esteve muito longe (a Lousa pertenceu ao extinto concelho de Vilarinho da Castanheira). Com o tempo os acessos melhoraram, mas, a Lousa continua distante, solitária no alto da encosta cravada de ciclópicas rochas graníticas. Os seus habitantes desfrutam das mais belas paisagens do concelho; da Serra da Estrela a terras de Espanha, acompanhando o sol desde que nasce, até que se esconde, talvez mergulhado nas águas do Douro.
Nesta minha primeira vista À Descoberta da Lousa, tive tempo para percorrer grande parte da aldeia, do Largo Fonte da Cruz até ao Cabeço, brindado por um céu azul, que a espaços se cobria de nuvens, ora de branco florescente, ora de negro ameaçador.
Hoje publico mais duas fotografias com um agradecimento à Wanda, que, do Brasil, espevitou o meu desejo de visitar a Lousa. Como pode ver Wanda, mesmo num dia de tempestade em todo o Portugal, não tive frio na Lousa (estamos em pleno Inverno!).

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Mais alto ainda

Subir a encosta e chegar à Lousa, já é uma aventura, mas subir ao ponto mais elevado da Lousa é um deslumbramento. Este é um bom lugar para nos deixarmos embriagar de paisagem!

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