Num comentário a um “post” anterior ficou referência a mais um livro de contos, para além do de Vítor da Rocha, também recentemente editado (Dezembro de 2007). Trata-se de “Contos dos montes ermos”, de autoria de António Sá Gué, obra editada pela arteEscrita.
Para além desta obra, Sá Gué publicou ainda o romance As duas faces da moeda (Papiro, 2007) e participou na antologia Mimos e contos de Natal (também com a chancela da Papiro, em 2007) - ver nota bibliográfica na badana da capa, em baixo.
Os Contos dos montes ermos são 11, a saber: o velho; o eucalipto; o comboio; o colégio; a feira; o desertor, a procissão; o desmancho; a banda; a ignorância; o formigueiro. Como o título indica, o cenário desses contos são as terras transmontanas “grosso modo”, adivinhando-se alguns contornos de povoados aqui bem próximos de nós. Tal como o comboio é o da defunta linha do Sabor… Até mesmo a fábula da formiga do último conto, acaba por ganhar, no final, a marca da região: tratava-se de uma “aluda” (confesso que a primeira vez que ouvi esta palavra, era eu um chavalo, foi em Carviçais… - fui ver à Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, e não é que constava lá, com a indicação: "regionalismo, da região de Torre de Moncorvo"?).
A apresentação deste livro, em Torre de Moncorvo, foi realizada no ano transacto (2008), na Biblioteca Municipal.
Capa do livro Contos dos Montes Ermos e biografia do autor (clicar em cima para aumentar)
Para aguçar o apetite, aqui fica um excerto:
“…dava dó ver os possantes catrapilas desenraizar as centenárias oliveiras e carregá-las para serem vendidas por essa Europa fora, a alindarem algum jardim de alguém endinheirado. Até os muros de pedra solta foram veniaga. Como é possível?..., perguntam-se alguns. Não estou a falar de pedra, não, estou a falar de muros, muros de pedra solta,
muros que contam história,
peças de património,
molduras da paisagem,
Não! O dinheiro tem mais peso… Qual património, qual memória de povo!... As máquinas precisam de entrar à vontade.
Morreu de pasmo, quando os charruões, capazes de arrancar fraguedos, esventram sem dó nem piedade o olival da Ferraria”.
- A que atentado ao Património se estará a referir o autor?
Para o saberem, procurem o livro, pedindo-o para Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo, ou para: artEscrita Editora Ldª. , Rua Comendador António Augusto da Silva, 127, r/c, 4435-193 Rio Tinto; e-mail: editora@artescrita.com
- Chamamos ainda a atenção para o "site" (ou sítio) parceiro deste blogue, intitulado "Palavras ao Vento" (na coluna do lado direito, em baixo); aí poderão ler mais textos de António Sá Gué e conhecer melhor este nosso conterrâneo. Ou, se preferirem, podem clicar já sobre este endereço: http://antoniosague.blogspot.com/
9 comentários:
O Gué tem tb o mais recente livro - Fantasmas de uma Revolução - que será lançado na Biblioteca Municipal de Moncorvo no dia 25Abril 2009, em princípio pelas 10:30, com o apoio da Câmara Municipal.
Não vem na Agenda Cultural e o blogue anda distraído.Muito se passa e nós os diasporano não temos acesso a toda informação.Por favor ,coordenem esforços e informem de tudo.
Programar uma ida às fragas,torna-se mais fácil.
Até já há doses duplas.Descoordenadas,pois claro.Exemplo:dia 14 ,Lançamento do livro da Júlia Biló , Assembleia e Palestra dos Antigos Alunos do Colégio Campos Monteiro NO PORTO!!A sede não é na vila,na rua do Visconde,mesmo diante do Colégio??Mesmo dia ,mesma hora !
ORGANIZEM-SE.CATANTCHO.
+ 1 hej
Informação mt oportuna. Obrigado Bai. Ficamos então a aguardar mais esta produção do Gué.
Olá!
Não consigo comprar os livros que vocês estão divulgando no blog!
Vou ter que fazer uma lista e tanto para pedir á prima quando cá vier!
Dia 25 de abril é o dia do meu aniversário.Aqui será outono e aí primavera!Então as ruas ai estarão cheias de giestas e aqui repletas das folhas secas.
Abraço
Wanda
São Paulo, 12 de março de 2009
Realmente, temos de coordenar melhor as actividades. Eu já tenho programa para o dia 25 de Abril. Ora, bolas.
Já chegou a sobreposição do dia 14.
Mas agora, o essencial e urgente é chegar ao Vítor da Rocha e ao Sá Gué para nos fazerem companhia - e que fantástica companhia!! - e nos enriquecermos com a sua escrita, com a sua presença e a sua experiência.
Até Sábado
Júlia
Eu acho que agora o essencial e urgente é celebrar no dia 14 a nossa Júlia "Biló", a inesquecível Autora de Contos ao Luar de Agosto, grande exemplo de Mulher lutadora e infatigável defensora dos que ,não tendo voz, a encontram nas suas palavras.
Eu não vou poder estar fisicamente mas estarei em pensamento e através de uma mensagem que fiz chegar .
daqui lhe envio um grande abraço!
Daniel
Querida Júlia:
Com grande pena minha, não me é possivel estar junto de ti no Sábado . Até os meus filhos têm pena, mas não conseguiram organizar o seu trabalho de modo a eu ir a Moncorvo.
Muito êxito e um grande abraço desde Chaves.
Mª Olímpia
Há muito tempo que sigo este blogue, mas só agora decidi participar por razões óbvias.
Parabéns pela qualidade que vem mantendo.
A editora que publicou "Os Contos dos Montes Eermos", a ArtEscrita, enquanto editora,já não existe. Talvez se encontre ainda nas livrarias online, como por exemplo e "Wook".
Abraços.
Que assim se veja a força da "igreja"
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